Times baianos fazem boas campanhas e o BAVI promete na Arena Fonte Nova
ZédeJesusBarrêto , Salvador |
14/07/2013 às 23:18
Maxi comemora gol contra o São Paulo e vice-liderança
Foto: Romildo de Jesus/Futura Press
Semana que entra é de BaVi. Aliás, Vi x Ba, porque o mando de campo é do rubro-negro, mas o jogo vai acontecer na Fonte Nova. E o clássico promete, tem apelo.
-Primeiro porque é valendo pontos, pela primeira divisão do Campeonato Brasileiro, coisa que não acontece há mais de década, e na Nova Fonte Nova, agora estádio de Copa do Mundo.
- Oura motivação é o momento em que vivem as duas equipes.
O Vitória vive em estado de graça desde a conquista do Baianão, com goleadas em cima do rival; o time está entre os primeiros na tabela de classificação do Brasileirão, com 13 pontos, e jogou uma bela partida nesse domingo contra o São Paulo, vencendo por 3 x 2 no Barradão.
O Bahia está em ascensão, venceu bem o Sâo Paulo, no Morumbi, meio de semana, mas fez um joguinho feio no sábado, em Campinas, empatando ( 0 x 0 ) com a Ponte Preta. Está em sexto lugar na tabela de classificação, mas a um ponto ( 12 ), colado, do rival rubro-negro.
- Por último, as duas goleadas sofridas pelo tricolor nas finais do campeonato ainda ecoam de um lado e calam, do outro.
Revanche, troco ou ... mais uma bimbada do vermelho e preto?
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Favorito ?
Sou Bahia, todos sabem, mas...
Acho o futebol do time comandado por Caio Jr mais objetivo, mais solto, mais gostoso de ver. O Vitória é um time mais esperto, mais tinhoso, mais leve e mais briguento.
Do lado tricolor, a equipe que vem sendo montada por Cristóvão ainda oscila, é previsível, está pegando um jeito de jogar e, para piorar, perdeu três jogadores de meio campo para o clássico de domingo: Fahel, Diones e Marquinhos.
Isso não quer dizer que o Vitória já ganhou, mas os ventos estão soprando muito a seu favor. E se quiser bicar alguma coisa, a equipe tricolor vai ter de correr muito, com aplicação tática, muita vontade de vencer, atenção, sorte e... inteligência. Cajá, Maxi e Escudero não poder ter espaço para pensar. Estão desequilibrando.
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Jogaço no Barradão
Cinco gols, alguns de bela feitura, ótimas jogadas de meio campo, lances de área lá e cá, dois estilos de jogo e boas exibições individuais. Claro, o torcedor sai satisfeito, viu um bom jogo na ‘toca do Leão’.
O time paulista começou dando calor, explorando a velocidade e habilidade de Oswaldo, sempre caindo nas costas do Nino Paraíba e levando a melhor em cima da cobertura dos zagueiros. Assim, aos 10 minutos saiu o 0 x 1, com Aloísio escorando cruzamento de fundo de Oswaldo que entortou Vitor Ramos pela esquerda. Por ali o tricolor paulista poderia ter ampliado. Mas, aos 20, em três toque, uma metida rasteira genial de Cajá, da própria intermediária e Dinei entrou livre, quebrou a cobertura e bateu por baixo de Rogério Ceni, empatando 1 x 1. Pura objetividade.
Oito minutos depois, nova trama de Cajá pelo lado esquerdo, a zaga paulista faz trapalhada e Maxi Bianccuchi bate em gol, a bola desvia num zagueiro e encobre Ceni : 2 x 1 Vitória. Aos 35’, da meia lua, Ceni bate falta com classe, no ângulo, sem chances : 2 x 2. Jogão. Chances lá e cá.
O Vitória voltou ainda mais aceso dos vestiários. Cajá, o melhor em campo, perdeu uma chance aos 3 minutos, dentro da pequena área, livre, depois de bela arrancada de Maxi pela direita. Logo depois , o árbitro viu pênalti em Escudero numa disputa de bola pelo alto; Cajá bateu mal e isolou no alto. Mas, aos 10, que golaço ! Cajá deu um lençol de calcanhar pelo meio campo e achou enfiado pela direita o Nino Paraíba, que cruzou rasteiro e Maxi finalizou. Bonito de ver a trama toda. 3 x 2.
A partir daí, algumas chances perdidas pros dois lados, expulsão de Wellington (marcador do São Paulo), o time paulista não se entregou e o rubro-negro manteve o ritmo, buscando o ataque sempre. Um triunfo maiúsculo, pelo futebol jogado em campo.
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Maxi Bianchucci fez dois gols, infernizou, saiu de campo como o principal artilheiro da competição, com 6 gols; Escudero também atuou bem pela esquerda, Nino pela direitas, mas ... o que jogou esse camisa 10 chamado Cajá, hoje e agora o melhor jogador em ação no futebol baiano. Lances de efeito, passes precisos, rasteiros, perfeitos, no tempo certo, jogando com inteligência, rapidez, objetividade. O dono do time e da bola. Cajá!!!
No Sâo Paulo, a belezura do gol de Rogério Ceni, de falta; a vontade e a valentia do atacante Aloízio, a velocidade e os dribles, nos primeiros 20 minutos de jogo, de Oswaldo; e também a classe, o trato de bola, os passes de Ganso, enquanto teve pernas.
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A equipe rubro-negra vai inteiraça, sem desfalques e com moral elevada pra cima do Bahia. É um time fogoso.
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Só deu Lomba
Já o Bahia realizou um ‘joguinho infame’ em Campinas, empatando ( 0 x 0 ) com a Ponte Preta. Pior que o ‘baba’ foi a arbitragem de um moço potiguar de nome Pedro (ou João ? argh) que soprou o apitou demais, errou a granel, caseiro, e não soube controlar a partida, envolvido pelos jogadores, permitindo bate-bocas e trombadas em campo. Pra se ter uma idéia, o rapaz aplicou 12 cartões amarelos no jogo, oito deles pros atletas baianos.
A melhor coisa da peleja foi a atuação de Lomba, defendendo dois pênaltis batidos pelo artilheiro William, na segunda etapa. Logo ele, Lomba, que nunca antes tinha defendido um só pênalti atuando pelo Bahia. Logo ele, William, goleador, brocador, acostumado a bater e guardar penalidades. No primeiro tentou o canto, rasteiro, Lomba adivinhou e pegou. No segundo, deu uma bomba do outro lado e o goleiro, feliz, espalmou.
Pênaltis, diga-se, cavados descaradamente pelo manjadíssimo Rildo (aquele mesminho que passou pelo Vitória, cabeça quente, cai-cai, corredor apenas), que passou o jogo se atirando em campo, simulando faltas... e o soprador de apito a cair no engodo.
O tricolor não jogou bem. Atuou sem nenhuma inspiração. Atacou pouco, criou quase nada. Perdeu sempre as divididas no meio campo, o corpo-a-corpo, os rebotes, num jogo pegado, faltoso, truncado, ruim de ver.
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Além de Lomba, claro, atuaram bem Lucas Fonseca, Rafael e Fahel. De todo modo, o tricolor foi a São Paulo disputar 6 pontos e trouxe 4, nada mal.
Resta saber se e equipe que vai enfrentar o Vitoria, domingo, será aquela bem plantada e aguerrida que venceu no Morumbi... ou será aquela outra apática do empate no Moisés Luccareli ?
Desfalques
Pior que o empate opaco foi o resultado da confusa arbitragem. Fahel, Diones e Marquinhos estão fora do Ba X Vi de domingo, suspensos por cartões amarelos. Um desarme no sistema de marcação do meio campo tricolor (Fahel e Diones) e um quebra na alternativa de puxada de contragolpe em velocidade (Marquinhos).
Cristóvão, que ainda busca a equipe ideal, vai se virar nos treinamentos da semana para descobrir uma ‘fórmula’ que possa suprir a falta dos titulares. As alternativas são Fabrício Lusa, Feijão e , quem sabe, Helder, já recuperado de lesão, para formar a meiúca, a marcação. Para substituir Marquinhos, é a vez de o recém-contratado Wálisson, que possui características de jogo parecidas com as do titular, mostre a cara e serviço para a torcida.
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Como dizia o mestre Didi, é no meio campo que se pensa e se ganha os jogos.