Esporte

ZÉdeJesusBarrêto:Bonucci põe bola nas nuvens e Espanha enfrenta Brasil

Foi o único empate sem gols da competição, num jogo equilibrado, bem disputado taticamente, com duas bolas na trave (uma para cada lado) já na prorrogação e chances criadas pelas duas equipes
ZédeJesusBarrêto , Salvador | 27/06/2013 às 20:21
Time da Itália, unido, vendo a bola de Bonuci ir para o céu
Foto: Terra
Brasil e Espanha fazem a final da Copa das Confederações 2013, domingo, no Maracanã (RJ), como era esperado pela maioria dos torcedores e de todos os que se envolveram na competição.  Às 13 horas ( imaginem se fizer sol), na Fonte Nova (Ba),  Uruguai e Itália decidem a terceira colocação. 

  A rodada final foi definida já na noite de quinta-feira, em Fortaleza, depois 125 minutos de futebol ( os 90 de jogo mais 30 da prorrogação e acréscimos) sem gols, e 14 pênaltis cobrados. O único a desperdiçar foi o zagueiro italiano Bellucci, atirando por cima da trave.  

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  A bola não entrava
 
  Foi o único empate sem gols da competição, num jogo equilibrado, bem disputado taticamente, com duas bolas na trave (uma para cada lado) já na prorrogação e chances criadas pelas duas equipes que terminaram exaustas, sob uma temperatura média de 30 graus, umidade do ar alta e um estádio (a Arena Castelão) no manjado modelito europeu, abafado, sem circulação daquele vento de mar que refresca a quentura no nordeste tropical brasileiro.  O desfecho, com prorrogação e tudo, enfim, foi muito favorável para o Brasil. 

  Sorte de Felipão, sempre bafejado, e da seleção brasileira que tem um dia descanso a mais que os espanhóis. Vamos enfrentar  um adversário desgastado física e emocionalmente pela dura  refrega com os italianos e que, após a partida, ainda tomará um ‘chá de aeroporto’ e vai suportar três horas de vôo até o Rio de Janeiro.  A maré, como se vê, anda auspiciosa para os brasileiros que, assim, veem ampliadas as chances de conquistar o título, de sagrar-se campeã da Copa das Confederações pela quarta vez na história da competição que começou em 1992.  

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   O duelo europeu

   O time espanhol, bi-campeão europeu e atual campeão do mundo, está sem perder há mais de 25  jogos oficiais, é certo. Mas na partida contra a Itália, em Fortaleza, mostrou que não é uma equipe imbatível, ainda mais jogando em condições adversas, com o calor dos trópicos, viagens longas e uma torcida contrária.
 
   No duelo dos campeões europeus, se um time mereceu vencer foi a Itália, que marcou bem, não permitiu que a Espanha tomasse conta da bola e do campo, que pensasse com a bola nos pés como é de costume, e atacou pelas laterais em lançamentos longos e alternados, pela direita e pela esquerda, explorando a velocidade e as bolas altas na área inimiga, sempre com muito perigo. 
 
  A Itália foi melhor taticamente, foi mais objetiva, criou mais chances de gol na primeira etapa do jogo e até os 30 minutos do segundo tempo esteve mais perto da área adversária. A partir daí, mostrou cansaço e foi afrouxando a marcação, dando mais espaços para as manobras espanholas.  Estrategicamente, o treinador Prandelli, da Itália, ganhou em campo do treinador Del Bosque. Pelo menos enquanto seus atletas tiveram fôlego para ir e vir, marcando, sufocando e atacando com rapidez. Sò já na prorrogação ficou evidente a superioridade espanhola, tocando mais, tendo mais a bola nos pés, perigando.

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Pipocas da Copa

- Também em Fortaleza, nos arredores do Castelão, houve manifestações, com tumultos e confrontos entre grupos mais afoitos e PM local.  Já está virando rotina, desgastante.  É preciso um pouco mais de criatividade e menos agressividade nas manifestações, que entendo como justas.  Mas vão perdendo a credibilidade com as arruaças. 

- Nas arquibancadas cheias, em que a maioria dos cearenses torcia para a Itália (não se sabe bem o porquê), estava a bela cantora colombiana, Shakira, a mulher do zagueiro  espanhol Piquet, acompanhada da sogra.  A torcida a ‘homenageou’ com gritos de guerra impublicáveis. Indelicado. 

-  A seleção brasileira do Felipão  venceu bem a Itália, aprendeu muito no duelo duríssimo com o Uruguai, deve encarar a toda poderosa Espanha de cabeça erguida, sabe que a equipe adversária está fragilizada com o desgaste desse jogo contra a Itália , mas ... todo cuidado é pouco se quisermos ganhar o título no Maracanã, diante da torcida brasileira:  Os espanhóis fazem um jogo pensado, estratégico, de troca de passes que irrita e mina o adversário, consumindo-o aos poucos. Quem corre sem bola cansa muito mais, por isso eles rodam a bola e deixam os adversários no ‘bobinho’, até abrir uma brecha e darem o bote.  

- Enfim, a seleção espanhola treinada por Del Bosque mostra-se inferior ao Barcelona, em campo. Falta a equipe campeão do mundo um grande centro-avante e um lateral direito decente. E o Barça tem Messi e Dani Alves, que fazem muita diferença. 

-  Impressionante a precisão dos 13 primeiros pênaltis batidos pelos atletas de Itália e Esapnha, sem chances de defesa. Sò o zagueirão italiano destoou, num chutão pra cima. 

- Acho que, se jogarmos com inteligência, marcando bem e contragolpeando em velocidade, vamos ser campeões. Temos time e jogadores para  encarar os campeões do mundo. Seria muito bom para o futebol brasileiro esse título, pois entraríamos respeitados na Copa de 2014.  O aperitivo, Itália x Uruguai, mei’dia em pino, na Fonte Nova, é de qualidade.