Vitória enfrenta o Vasco e o Bahia o Internacional
Tasso Franco , da redação em Salvador |
31/05/2013 às 14:44
Comoção em BH com defesa do pênalti por Victor aos 47 minutos do segundo tempo
Foto: Terra
No domingo à tarde, pela tevê, temos pra apreciar a seleção do Felipão em amistoso contra a Inglaterra. O jogo é no Maracanã, reinaugurado e ainda cheio de obras a concluir, fora e dentro. Igual a 1950. Os anos passam, já é outro século mas não tomamos vergonha.
Os jornais ingleses caem de pau na nossa sem-vergonhice. Na quinta saiu uma liminar, solicitada pelo MP e assinada por uma juíza de plantão, suspendendo o jogo de ‘reinauguração’ da tal nova Arena do Rio por falta de condições de segurança no estádio. 24hs depois, a liminar foi cassada, sob um punhado de papéis carimbados, laudos e pareceres, muito tititi, e o jogo foi confirmado. Ora ! Presepadas, jogo de cena, nada é sério neste país ! Afff!!!
Quanto ao futebol em si, Felipão vai fazer uns amistosos para dar cara a essa seleção que vai disputar a Copa das Confederações. Não temos um bom goleiro. A zaga está definida (Dani, Tiago, David Luis e Marcelo), o meio campo ainda não encaixou e o ataque depende de Neymar (com cabelinho mais discreto, já a pedido do Barcelona, seu novo clube). O time, seja qual for, precisa encontrar um jeito de jogar, com boa marcação e eficiência no ataque. Pagamos pra ver.
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Vitória X Vasco
Nesse sábado, na boca da noite, Barradão, o Vitória se pega com o Vasco. O rubronegro vive um momento melhor: ganhou com folgas o campeonato baiano e começou bem o Brasileirão, empatando em casa com o bom time do Inter de Porto Alegre e vencendo com superioridade o fraco Naútico, lá nos Aflitos, onde sempre é difícil ganhar.
O campeão baiano encontrou um modo objetivo de jogar, aproveitando-se bem das características individuais de alguns jogadores: a velocidade de Nino Paraíba, a ousadia de Maxi Bianccuchi aberto pela direita e fechando em velocidade na diagonal, a altura e leveza de Dinei, a aplicação tática do gringo Escudero pelo lado esquerdo e a boa perna canhota do meia Cajá. O time joga simples, objetivo e tem dado certo.
O Vasco vive em turbulência, é uma equipe em formatação e não tem um craque que valha a pena destacar. Se não jogar fechadinho e com aplicação pode levar uma balaiada de um rubronegro embalado.
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Inter X Bahia
No domingo, já pela tevê, o Bahia enfrenta o Internacional , campeão gaúcho, na friorenta Caxias do Sul. O Inter estreou arrancando um empate contra o Vitória, no Barradão e no meio da semana venceu o Criciúma por 2 x 0, sobrando em campo. O Colorado, treinado por Dunga, tem um excelente preparo atlético, o time corre e pressiona os 90 minutos, e alguns craques que fazem a diferença:
o veterano zagueiro Juan, o jovem e dinâmico meiocampista Fred, o craque argentino canhoto D’Alessandro, por quem a pelota sempre passa com toque de qualidade e o uruguaio Forlán, eleito o melhor jogador da Copa da África em 2010.
Do outro lado, um Bahia ainda em crise, depois das duas porradas que levou do grande rival Vitória pelo baianão (a torcida não esquece), com um grupo em formatação, o técnico Cristóvão buscando o que tem melhor disponível no plantel para escalar uma equipe que não dê vexame e também tentando descobrir um jeito de jogar que dê um padrão de jogo ao time.
O tricolor até que fez um bom jogo contra o Coritiba, no meio da semana, em Pituaçu, sobretudo o segundo tempo. Marcou bem, não permitiu que o time paranaense ameaçasse muito e criou algumas ótimas chances de marcar... mas desperdiçou, porque talvez esteja faltando confiança aos atletas, muito cobrados, vaiados em campo pelo torcedor injuriado.
O time de Cristóvão não dá confiança ainda. Tem um goleiro em má fase; dois laterais jovens e inseguros, um meio campo que marca razoavelmente mas que passa mal e não dá ritmo, velocidade aos contragolpes; e é um time que finaliza pouco, chega com poucos jogadores ao ataque. Marquinhos e Fernandão têm se destacado, sobretudo pela vontade de vencer.
O Inter, portanto, é favoritíssimo no confronto, mas... jogo é jogo.
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Pipoquinhas:
- Quando vejo o menino Magal, meiocampista do Vitória, fazer um golaço daquele contra o Náutico, me pergunto: por que o menino Feijão, também meiocampista, não entra, não é escalado no time tricolor? É tão bom quanto. Mas... as coisas no Bahia são tão obscuras...
- Newton Motta, o todo-poderoso diretor das divisões de base do Bahia caiu, foi demitido essa semana. Pra muitos, inexplicavelmente. Para a diretoria, faz parte do pacote de reformulação por que passa o departamento de futebol do clube. Pra outros, já vai tarde; afinal, o tricolor não ganhou nada este ano pelas suas categorias de base.
- Parte da torcida do Bahia que não aderiu à campanha ‘público zero’, que tem por objetivo destronar MGF do cargo de presidente do clube, vai ao estádio para vaiar alguns jogadores: Madson, Helder, Jussandro, Titi ... Não querem só derrubar a diretoria, querem destruir o time.
Um inferno astral vive o tricolor depois das balaiadas históricas que levou do Vitória. Haja energia negativa pairando... uma urubuzada!
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Galo !
Dos times brasileiros que disputavam a Libertadores da América resta apenas o Atlético, o Galo Mineiro, que não jogou bem contra o Tijuana do México mas conseguiu um milagroso empate ( 1 x 1 ) e está nas semi-finais. Pega o Newells Old Boys, da Argentina, que detonou o Boca Júnior no meio da semana.
Com o Independência lotado, alguns jogadores do time mineiro sentiram a pressão da torcida enlouquecida e travaram diante da marcação dura e do jogo encardido dos mexicanos, que saíram na frente, explorando um bom contragolpe. O Galo empatou ainda no primeiro tempo. A segunda etapa foi aberta e emocionante.
Os mineiros perderam chances de ampliar, mas o Tijuana desfrutou de duas oportunidades incríveis e parou na ótima atuação do goleiro Vitor (o melhor goleiro do país, e que deveria ser o titular da seleção brasileira). Na primeira, o atacante mexicano entrou livre, bola dominada, de cara, mas Vitor saiu bem, fechou o ângulo e evitou o gol com a perna. Antes de o árbitro apitar o final da partida, o zagueiro Leonardo fez pênalti e emudeceu o estádio. Vitor, mais uma vez, salvou o gol com os pés, na cobrança da penalidade e classificou o time brasileiro. Foi festejado até pelos adversários.
Vitor é um goleiro sóbrio e eficiente, bem melhor que os três convocados pelo Felipão : Julio Cesar, Jefferson e Cavalieri. Uma máxima do futebol : ‘Todo grande time começa por um grande goleiro’.