A Copa do Mundo é um grande mercado; haja tabuleiro! A caxirola integra o baú de badulaques da chamada indústria do entretenimento
ZédeJesusBarrêto , Salvador |
03/05/2013 às 17:22
Brown é marketeiro dos bons e envolveu até a presidente na caxirola
Foto: DIV
A rodada de fim de semana da semifinal do ‘Baianão’, em Juazeiro, vai definir os dois times que decidirão o título: no sábado o Bahia enfrenta o Juazeiro e, no domingo, o Vitória encara o Juazeirense, lá no Adauto Moraes.
A dupla Ba Vi, da capital, leva vantagem porque ambos venceram em seus domínios, no meio da semana, contra os interioranos: O tricolor, na quarta, fez 2 x 0 no Juazeiro e o Vitória, na noite de quinta, lavou o Juazeirense ( 4 x 0).
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No dia do trabalho, 1º de maio, ainda sob desconfiança do torcedor, o Bahia venceu sua primeira partida na nova Fonte Nova, com uma exibição de gala do jovem meia Talisca, a melhor atuação de Zé Roberto com a camisa tricolor e um time, enfim, com alguma cara de equipe. Mesmo assim, parte da torcida vaiou o treinador Joel Santana, que teve coragem de escalar o menino Feijão no meio campo, mas, quando o garoto saiu machucado, optou por mais um zagueiro, buscando garantir o placar feito na primeira etapa. “Burro, burro’, gritaram nas arquibancadas para o ‘papai Joel’, cobra criada no mundo da bola.
O placar de 2 x0 foi pouco, pelo melhor futebol jogado pelo Bahia e também porque obrigará o time da capital a correr muito e jogar bola no sábado para garantir a vantagem. Se o Juá fizer 2 x 0, leva, vai para a final, disputará o título, porque fez melhor campanha. Entonces... nada está definido ainda nesse confronto.
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Já o Vitória... tem mais folga, fez quatro gols no adversário, no Barradão, quinta à noite, num jogo duro, difícil até os 20 minutos da segunda etapa, quando ficou com um homem a mais em campo, pôs velocidade no jogo (com a entrada de Marquinho e Vander), o Juazeirense arriou as malas, e então configurou-se a goleada. Dos quatro que estão na disputa, a posição mais confortável é a do rubronegro, com os pés em mais uma final de Baianão, o time com sede de gols e os ventos a favor..
O jogo do rubronegro será domingo à tarde, também no surrado gramado do Adauto Moraes. O torcedor do norte do Estado terá um fim de semana agitado no mundo da bola.
São 500 km de distância juazeiro – Salvador. Quem tem coragem pega a estrada pra ver de perto. Quem fica, vê pela tevê.
Se tudo caminhar nos conformes, teremos mais dois Ba Vis pela disputa do título, uma decisão pra endoidar de vez o torcedor da capital. O Vitória curtindo superioridade, depois de dois nocautes no adversário; o Bahia babando revanche, querendo mostrar ao torcedor que é possível, que dá ainda para acreditar no bi. No mundo do futebol tudo pode acontecer...
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Revolução alemã
Bayern de Munique e Borússia Dortmund estão na final da Copa dos Campeões da Europa, depois de desbancarem com competência os dois melhores times da Espanha: o milionário Real Madrid, de Cristiano Ronaldo; e o super-badalado Barcelona de Messi, Iniesta, Xavi ...
O Borússia, é verdade, quase deixa escapar a vantagem no Santiago Bernabeu, diante da pressão da torcida madrilhenha e do bom time do Real. Quase ! Os 2 x 0 já no finalzinho não foram suficientes. Mas o Bayern deu outro show de bola, na tarde quinta, dessa vez no Camp Nou, e venceu o Barça por 3 x 0. Será que a era do Barcelona está mesmo no fim ? Sem Messi em campo, a equipe mostrou-se apática, sem forças.
E o futebol alemão começa a colher frutos do que começou a plantar há cerca de 13 anos, quando os grandes times germânicos investiram alto na formação de jogadores, em suas divisões de base. Fala-se em uma verdadeira ‘revolução alemã’, com uma geração de atletas excepcionais física e tecnicamente, habilidosos e disciplinados.
O Bayern mesclou a prata-da-casa com craques mais vividos, como Ribery (francês), Robben (holandês) e Dante, o zagueiro brasileiro. Formou um time muito competitivo e que sabe jogar com a bola no chão, trocando passes, objetivamente. Será o começo de uma nova era, a era Bayern ?
A final da Eurocopa, o melhor torneio de clubes do mundo, será assim um inédito clássico do futebol alemão mais puro e moderno : Bayern X Borrússia, em uma só partida, em Londres, nos meados de maio, já. Imperdível. Clássico é clássico, sem favoritos. O Bayern é melhor time.
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Libertadores
Corínthians, Sâo Paulo, Grêmio, Atlético Mineiro ... esses são os times brasileiros que têm mais chances de chegar às finais da Libertadores da América.
O Corínthians encarou o Boca Junior da Argentina dentro do caldeirão ‘La Bombonera’ e sentiu a pressão. Levou 1 x 0, mas poderia ter sido pior. É um placar perfeitamente reversível na partida de volta, em São Paulo, com a torcida a favor. O Corínthians é um time organizado e deve partir para dar um sufoco no bom rival portenho. Jogão ! Acho que dá Corínthians.
O Grêmio viveu seus melhores dias de angústia e superação, no Arenão do tricolor gaúcho, para vencer (2 x 1 ) o Independente de Santa Fé, da Colômbia, com um jogador a menos em campo. O zagueiro Cris fez um pênalti ridículo, ainda no primeiro tempo, e foi expulso, quando os brasileiros venciam por 1 x 0. Os colombianos empataram na cobrança da penalidade e os gremistas foram buscar o triunfo na raça, no berro da torcida, como é sua tradição. Vai ter de jogar muito na altitude de Bogotá para continuar na competição. Difícil prognóstico.
Jogão de vera foi o Atlético (MG) 2 x 1 São Paulo, no Morumbi, que praticamente definiu a continuação do Galo Mineiro na competição: tem a vantagem do placar, fez dois gols fora de casa, joga no caldeirão do estádio Independência onde não sabe o que é perder, e está em estado de graça, com a sorte bafejando. No jogo da noite de quinta o São Paulo era melhor, dominava a partida, Ganso fazia uma exibição (mais uma ) de encher os olhos, vencia por 1 x 0, gol de Jadson, e perdia oportunidades seguidas de ampliar o marcador, até que o veterano zagueiro Lúcio ... fez mais uma bobagem, deu uma entrada desclassificante à toa num adversário e foi expulso. Isso ainda no primeiro tempo. Então, o Atlético tomou as rédeas do jogo, ocupando bem os espaços do campo, tocando com paciência, esperando o momento do golpe. Empatou com Ronaldinho Gaúcho e virou na segunda etapa, com maturidade. Acho que dá Atlético, embora o São Paulo dê mostras de que continua vivo, tem tradição. Jogão.
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AInda caxirolas
Muito se falou sobre o episódio das caxirolas no Ba Vi passado, na Fonte Nova. Lí coisas de arrepiar, preconceituosas, discriminatórias contra a Bahia, os baianos, a torcida do Bahia, Carlinhos Brown. Até puniram a Bamor com dois jogos sem bandeiras, sem batucadas e sem a torcida uniformizada em campo. Condenaram a inocente caxirola como se fosse uma granada de mão.
Chamaram o torcedor baiano de violento, mal educado, vândalo, generalizando estupidamente a estupidez. E o nosso Brown foi xingado pela sua invencionice e seu tino por ‘ganhar dinheiro’. Ora, vejam ! A Copa do Mundo é um grande mercado; haja tabuleiro! A caxirola integra o baú de badulaques da chamada indústria do entretenimento, da qual o futebol é hoje uma das maiores vertentes. Todo é feito e organizado para se ganhar dinheiro, ter lucro. Ou não?
Quanto ao episódio, de fato, foi uma manifestação isolada de um grupo de torcedores, bem localizado, torcedores insatisfeitos que atiraram as suas caxirolas no gramado como uma forma de protesto contra o time em campo, o clube, os dirigentes, o futebol jogado. Ninguém foi ferido, ninguém foi atingido por caxiroladas, os jogasdores cataram as caxirolas no gramado sem serem molestados... Foi um protesto e não um ato de vandalismo.
Mesmo que eu discorde da forma do protesto, inadequada para a ocasião, mais foi apenas isso. O resto é baboseira, babaquices. Avaliem, mais de 98 % das arquibancadas estavam brincando, sacudindo e ritmando o jogo com suas caxirolas, numa boa. Ficou até bonito de se ver. Isso não conta?
Em tempo: não dou um real por uma caxirola (um caxixi de plástico, estilizado, apenas) , e estou sabendo que vai ser vendida para as copas (Confederações e Copa do mundo) por trintinha reais. 30 !!! Disse? Caxirolemos, então ?