Camaçari está em rota de colisão com o futebol. Enquanto todo o país se prepara para a Copa do Mundo da Fifa de 2014, arrumando seus estádios, incentivando o esporte ou trabalhando para atrair seleções para treinarem em suas cidades, Camaçari faz exatamente o contrário. Apesar da proximidade com a capital baiana, uma das cidades sede da Copa, Camaçari não tem sequer estádio para ceder como centro de treinamento para as seleções que irão jogar na Bahia.

O Estádio Armando Oliveira, que já foi considerado detentor do melhor gramado do país, hoje está completamente destruído, com problemas estruturais, físicos e sanitários. Sequer passou na inspeção da Federação Bahiana de Futebol para realização dos jogos da Segunda Divisão do Campeonato Baiano. Mata de São João, cidade sem os recursos de Camaçari, foi escolhida como um dos centros de treinamento para as seleções que irão jogar na Arena Fonte Nova.

Nem mesmo o Camaçari Futebol Clube, que está na Segunda Divisão do Campeonato Baiano de Futebol, poderá utilizar o estádio. Se não tivesse problemas estruturais, ainda faltam alvarás do Conselho Regional de Engenharia (Crea), Vigilância Sanitária e Corpo de Bombeiros. “O momento do esporte em Camaçari não é bom. Uma cidade que já teve esportistas na Seleção Brasileira de Futebol e nas Olimpíadas, hoje abandona seus atletas. Eles não tem apoio, patrocínio ou local para treinar. E a maior prova do abandono dos atletas pode ser constatado com a situação do Estádio Armando Oliveira”, denucniou Maurício de Tude, presidente estadual do PTN.

O estádio, com capacidade para sete mil espectadores, pertence à Prefeitura de Camaçari. “A cidade de Porto Seguro vai ser centro de treinamento. O mesmo acontece com Mata de São João. Camaçari, ao lado de Salvador e uma das cidades mais ricas da Bahia, perdeu essa condição. Hoje, o Estádio Armando Oliveira está fechado devido a situação de abandono do equipamento. Representa, inclusive, um risco aos usuários”, lamentou Maurício de Tude. O estádio foi inaugurado no ano de 1985 e em nove anos do governo do PT, segundo Maurício de Tude, a única grande intervenção realizada no estádio foi a mudança de nome.