Símbolo de uma das maiores conquistas do futebol brasileiro, a tricampeonato mundial de 1970, a estátua de Pelé carregando a Taça Jules Rimet foi restaurada e está aguardando na Fundação Gregório de Matos (FGM) para voltar à Arena fonte Nova. Obra da artista plástica Lucy Viana Medina, o monumento teve seus braços arrancados e é um exemplo da ação dos vândalos que vêm depredando o patrimônio artístico e cultural da cidade.
Segundo o gerente de sítios históricos da FGM, Marco Antonio da Rocha, os culpados pela depredação do monumento, que ficava na área externa do antigo estádio da Fonte Nova desde 1971, nunca foram localizados, assim como o material roubado. Com a reforma, a estátua de bronze do rei do futebol deve voltar à Fonte Nova, mas deverá ser fixada em uma área interna do complexo esportivo.
Foram gastos cerca de R$20 mil na recuperação da obra, realizada pela artista plástica Márcia Magno. Do total de recursos, R$15 mil foram provenientes da FGM e R$ 5mil da Superintendência dos Desportos da Bahia (Sudesb).
Vandalismo - Para Marco Antonio, a destruição de monumentos históricos é hoje um dos grandes desafios para a preservação da memória da cidade de Salvador, que tem180 monumentos catalogados pela fundação, entre bustos, estátuas, fontes e até mausoléus.
Ele lembra que só o busto do alfaiate baiano Manuel Faustino dos Santos Lira, um dos líderes da Conjuração Baiana, já foi roubado duas vezes da Praça da Piedade nos últimos anos. Os bustos de Presciliano Silva e de Silvio Deolindo Fróes, que ficavam na praça em frente ao Palácio da Aclamação, na região do Campo Grande, também tiverem que ser refeitas e está aguardando a definição do local onde serão recolocadas.
Marco Antonio destaca que a participação da população é fundamental para coibir o vandalismo e para garantir a integridade do patrimônio público. “Mesmo com a Guarda Municipal é praticamente impossível vigiar cada um desses monumentos. Por isso, é muito importante que a própria comunidade ajuda a manter essas obras, preservando nossa história e evitando o desperdício de recursos”, afirma o gerente de Sítios Históricos da FGM.