Enquanto esteve no banco de reservas por conta de sua lesão muscular, o torcedor Lionel Messi em nada pôde contribuir para o Barcelona nesta quarta-feira. Surpreendentemente ofensivo, o Paris Saint-Germain valorizou o que estava por vir. Com Lucas inspirado principalmente no primeiro tempo, o time francês saiu na frente num Camp Nou abarrotado e só perdeu força na presença do craque argentino.
Foi sintomático: o melhor jogador do mundo entrou, o Barça cresceu e conseguiu o empate por 1 a 1 suficiente para lhe dar a vaga nas semifinais da Liga dos Campeões.
O gol dos visitantes saiu aos cinco minutos do segundo tempo, em um dos muitos contra-ataques do PSG na partida. Ibra lançou Pastore, que avançou sem ser incomodado até tocar na saída de Valdés. Mas, aos 26, numa de suas primeiras jogadas, Messi passou por dois marcadores e achou David Villa na grande área. O atacante rolou para Pedro Rodríguez concluir e selar o resultado. Por conta da igualdade por 2 a 2 na partida de ida, há uma semana, no Parque dos Príncipes, o time de Tito Vilanova garantiu a classificação.
Classificado pela sexta vez consecutiva às semifinais, o Barcelona agora aguarda o sorteio para conhecer finalmente a "rota para Wembley", palco da grande decisão de 25 de maio. A Uefa realizará a cerimônia na próxima sexta-feira, a partir das 7h (de Brasília), com transmissão ao vivo do GLOBOESPORTE.COM. Além do Barça, Real Madrid, Borussia Dortmund e Bayern de Munique, que eliminou o Juventus com nova vitória por 2 a 0, também nesta quarta, são os candidatos à conquista da "orelhuda".
Lucas e PSG assustam o Barça
Os números mostram que o Barcelona finalizou 13 vezes contra sete do Paris Saint-Germain. Ou que os espanhóis novamente tomaram conta da bola na maior parte do primeiro tempo, com 62% de posse (38% couberam aos franceses). Mas o fato é que Lucas e companhia conseguiram causar espanto e até um certo desespero nos donos da casa.
O Barça estava desfalcado. Fora Lionel Messi, melhor do mundo nas últimas quatro temporadas, não puderam atuar os zagueiros Carles Puyol e Javier Mascherano, machucados. O lateral Adriano foi improvisado no setor ao lado de Piqué e sofreu com os avanços do atacante brasileiro, talvez o melhor em campo na etapa inicial.
A primeira grande oportunidade, porém, veio com Xavi. O meio-campista cobrou falta com rara categoria, aos dois minutos, e deu a impressão de que a noite poderia ser tranquila. Mas o PSG respondeu rapidamente, com Lavezzi, aos cinco - o argentino roubou a bola de Busquets, só que acabou adiantando demais a bola.
A equipe de Carlo Ancelotti jogava surpreendentemente de maneira exposta. Ainda assim, era quem mais se aproximava de abrir o placar. Aos 14, Lucas tentou pela primeira vez de fora da área. Quatro minutos depois ele recebeu de Ibrahimovic, aproveitou o caminho livre e chutou por cima.
Valdés brilha com boas defesas
A melhor oportunidade de Lucas viria aos 28, quando Ibra cruzou e, como um centroavante, ele cabeceou com força. Valdés fez grande defesa e também garantiu na sequência, em cabeçada de Alex. Lavezzi, aos 24, usou o biquinho para forçar o espanhol a praticar uma de suas quatro defesas no primeiro tempo.
Do banco de reservas, Messi parecia inquieto com o andamento do jogo. Aos 20, ele quase pôde comemorar, quando Pedro apareceu pela esquerda e tentou o cruzamento. Sirigu se espalmou, mas a bola sobrou para o próprio atacante, que emendou na rede pelo lado de fora. Apesar do alto número de finalizações (13), era notório de que o Barça precisava de algo a mais para o segundo tempo.
Barça não muda, e PSG abre o placar
Por incrível que pareça, o intervalo foi ainda pior para os donos da casa, pois o técnico Tito Vilanova preferiu não mexer. O nervosismo era claro, os espaços na defesa, uma constância. E, em minutos, o PSG acertou o detalhe que faltou no primeiro tempo para abrir o placar. Em mais um contra-ataque, Ibrahimovic lançou Pastore, que avançou praticamente sozinho até invadir a área e tocar na saída de Valdés: 1 a 0. Foi a sétima assistência do sueco nesta edição da Champions - ele lidera o quesito à frente de Di María, do Real Madrid, com cinco.
De imediato as câmeras se viraram para Lionel Messi. E, mesmo sem ser chamado, o craque argentino já arrumava as meias. Afinal, era ele quem poderia - e deveria - decidir. Ele entrou aos 16 minutos no lugar de Fábregas, junto com o jovem defensor Marc Bartra (na vaga de Adriano) e a missão de manter viva a esperança de título.
E o craque resolve...
Como era de se esperar, o Barcelona foi para cima. Aos 20, Daniel Alves pegou sobra na grande área, mas isolou ótima chance de empate. Iniesta, aos 23, acabou travado no momento da finalização por Alex. Faltava aparecer Messi, e ele surgiu aos 26. Com a bola grudada em seus pés, o camisa 10 iniciou a jogada do gol catalão: passou por dois marcadores e enfiou para David Villa que, marcado, preferiu rolar para trás. Pedro chegou batendo com força, no canto esquerdo de Sirigu, para estufar as redes: 1 a 1.
Pronto. A matemática estava novamente a favor dos catalães. Messi voltou a sentir desconfortos na coxa e, quase sem se mexer, viu o Barcelona correr por ele. O esforço para recuperar a bola era gigantesco, nos passos rápidos do veterano Xavi no campo de ataque. Com Beckham, o PSG procurava uma alternativa nos minutos finais, mas não conseguia ficar com a bola. E o tempo passou, para alívio da multidão que lotou o Camp Nou.