A sede da Federação egípcia de futebol e parte de um clube da polícia foram incendiados neste sábado no Cairo, pouco depois da divulgação da sentença para os acusados de uma tragédia ocorrida ao fim de uma partida de futebol no ano passado, informou um jornalista da AFP. Os bombeiros tentavam apagar as chamas que se propagavam pelo edifício da federação, situado no mesmo bairro que o clube da polícia.

Neste sábado, a Justiça do Egito condenou à pena de morte 21 dos envolvidos em massacre no estádio de Port Said, em fevereiro do ano passado, que deixou 74 mortos e 254 feridos. Outras cinco pessoas pegaram prisão perpétua e seis foram condenadas a 15 anos de prisão - entre elas o chefe da Força de Segurança na cidade, Essam Samek. Alguns policiais receberam penas mais brandas, e a corte ainda absolveu 28 pessoas.

Torcedores do Al-Ahly, time visitante na ocasião, e do Al-Masry, de Port Said, têm divergências políticas, além das relacionadas ao futebol. Apoiadores do time da capital tendem à oposição ao regime do ex-ditador Hosni Mubarak, enquanto Port Said é um dos redutos dos militantes pró-Mubarak - no governo de 1981 a 2011.

A decisão anunciada hoje já havia sido indicada em janeiro. Na ocasião, houve manifestações violentas na capital Cairo e em Port Said.