O processo continua e vai continuar até que se esclareça o feito. Outros antecedentes estão fora da investigação.
AP , Oruro |
25/02/2013 às 21:53
Presos corintianos na Bolivia
Foto: AP
A confissão do corintiano H. A. M., 17 anos, de que seria o responsável pelo disparo do sinalizador que matou o torcedor boliviano Kevin Douglas Beltrán Espada, 14 anos, na partida San José 1 x 1 Corinthians na cidade de Oruro, não comoveu as autoridades bolivianas no caso. Em entrevista à Rádio Jovem Pan de São Paulo, a fiscal do Ministério Público da Bolívia, Abigail Saba, deixou claro que as declarações do adolescente não têm valor oficial para as investigações.
“Se o feito foi cometido na Bolívia, no departamento de Oruro, se alguma pessoa deseja se declarar ou colaborar com a investigação, tem que se apresentar neste distrito”, disse Saba, negando conhecimento oficial a respeito das declarações de H. e afirmando que a investigação continuará sendo conduzida sobre os 12 torcedores detidos na Bolívia após a partida pela Copa Libertadores da América.
“O processo continua e vai continuar até que se esclareça o feito. Outros antecedentes estão fora da investigação. A mim, não costa nada do que foi dito- nada do que foi dito aos meios de comunicação, e sim, à justiça”, completou.
Em entrevista divulgada neste domingo pelo programa Fantástico, da Rede Globo, H. assumiu a autoria do disparo – segundo ele, acidental – e descartou que a iniciativa tivesse o intuito de tirar a responsabilidade da Gaviões da Fiel, torcida organizada da qual faz parte. Punido pelo incidente, o Corinthians jogará sem torcida na Libertadores.
Ciente do pronunciamento do torcedor, e evitando interferência nas investigações, Abigail Saba prevê irregularidade em torno de H., em especial por conta de ter deixado o país após a morte de Kevin Beltrán no Estádio Jesús Bermudez, em Oruro.
“Se ele diz que um menor cometeu (o crime), então ele esteve na Bolívia, esteve no estádio, atirou. Como? Quem facilitou sua saída da Bolívia? A mim, podem apresentar 10 pessoas, mas se a pessoa não está aqui, a investigação continua”, disse a fiscal (cargo equivalente ao de delegado), afirmando que o adolescente, 17 anos, tem idade para ser punido como adulto na Bolívia. “Menor de idade é imputável a partir dos 16. Completa 16 anos e já existe detenção preventiva”, declarou também.