Esporte

CLIMA HOSTIL! Corintianos presos na Bolívia levados a penitenciária

Kevin Espada morreu ao ser atingido no olho por um sinalizador marítimo disparado do setor ocupado pela torcida do Corinthians
Globo , Bolivia | 23/02/2013 às 18:39
Sepultamento em Cochabamba, do jovem morto por sinalizador marítimo
Foto: Globo
O corpo do boliviano Kevin Beltrán Espada foi enterrado neste sábado no cemitério Parque de las Memorias, em Cochabamba, a cerca de 210 km de Oruro, cidade onde o garoto morreu ao ser atingido por um sinalizador marítimo disparado pela torcida do Corinthians durante o jogo contra o San José, na última quarta-feira, pela Taça Libertadores. Kevin tinha 14 anos e realizava o sonho de ver pela primeira vez o San José atuando em casa, no estádio Jesús Bermúdez, em Oruro.

Depois do velório realizado na casa do avô de Kevin, um cortejo seguido por centenas de pessoas passou em frente ao colégio onde ele estudava. No local, os presentes fizeram uma oração para o jovem torcedor antes de seguirem para o cemitério. (Acompanhe a cobertura completa do enterro no Fantástico deste domingo).

Dirigentes do San José presentes no enterro se pronunciaram sobre a tragédia e decretaram o dia 20 de fevereiro em Oruro como o "dia do torcedor santo".

A tragédia envolvendo Kevin  causou grande comoção na Bolívia. O presidente Evo Morales anunciou que dará apoio total à família, e o governo promete punir os culpados. Na última sexta-feira, o juiz cautelar Julio Huarachi Pozo decretou a prisão preventiva dos 12 torcedores corintianos que foram indiciados por homicídio. O GLOBOESPORTE.COM teve acesso ao inquérito que revela os nomes dos indiciados como autores do homicídio e que trata o disparo como premeditado.

O grupo de brasileiros foi transferido ainda na sexta-feira para a penitenciária San Pedro, a cerca de 200 metros do estádio Jesús Bermúdez, palco da tragédia. Lá, eles aguardarão o julgamento do caso.

Os 12 torcedores estão divididos em duas celas isoladas dos presos bolivianos. Sequer há contato visual entre eles, segundo o coronel Carlos Coritza, responsável pela penitenciária. De acordo com a mulher de um dos presos, no entanto, é possível ouvir os bolivianos, que gritaram "San José, San José" na chegada dos brasileiros. Ela considerou o clima hostil e "assustador".