Esporte

Em campo, a esperança de novas caras no BAVI, por ZÉDEJESUSBARRÊTO

Torcedores não se sentem seguros de que BAVI possam fazer boa campanha no brasileiro
ZédeJesusBarrêto , Salvador | 14/01/2013 às 16:29
Alegria geral....o futebol volta a campo no final de semana próximo
Foto: FP
Pois que o ano começa de fato para o futebol baiano no próximo fim de semana, quando se inicia a temporada das grandes competições : O Bahia estréia no sábado, em Pituaçu, contra o Itabaiana de Sergipe, pela Copa do Nordeste. No domingo, o Vitória joga em Natal contra o América do RGN, pela mesma competição, e o Feirense  enfrenta o Campinense da Paraíba, em Feira.

Nos dois times baianos, poucas ou quase nenhuma novidade; ambos  mantendo a base do ano passado e prestigiando  as revelações das divisões de base.  No tricolor, a pergunta é quem vai substituir Gabriel, o garoto de Itapagipe, xodó da torcida que foi vendido ao Flamengo.
No rubro-negro, os olhos voltados para o centroavante Lucio Maranhão, a aposta de gols  para essa temporada.  E para o trabalho de equipe que o treinador Caio Jr tem a obrigação de implantar, formando uma equipe competitiva e com bom padrão de jogo. O torcedor está de olho nele também.


* Novidades?

Nesses dias, fala-se muito na contratação de Adriano (aquele mesmo, chamado de Michael Jackson pelo torcedor), que está na China e retornaria, voltaria a vestir a camisa do Bahia depois daquela temporada em que se destacou no time que subiu da série B para a Primeirona, lembra?   É um jogador buliçoso, mas não conseguiu se firmar no Palmeiras, logo que saiu de Salvador,  e tampouco fez sucesso no futebol chinês, pois o clube em que atua por lá está prestes a ser desclassificado pelo campeonato  do país asiático. Se vier, deve sofrer um tempo se readaptando e buscando reencontrar o seu futebol, esquecido há tempo. É a aposta do tricolor para ser o sucessor de Gabriel. Será ?   

No Vitória, muito blábláblá em torno da contratação de um argentino, o tal Biancucchi, de 27 anos, meia, que tem como boa referência apenas ser primo do astro Lionel Messi, o melhor do mundo. Nunca soube que futebol seja uma arte que se herda por genética, mas ...   de um modo geral, o jogador argentino, por formação, tem uma boa técnica. Vamos ver. E o torcedor esqueça essa história de ser parente de Messi; o ‘La Pulga’ é um fora de série, ponto.


* Gabriel

A principal notícia que agitou a semana que passou foi a venda do garoto Gabriel ao Flamengo. Rendeu um tititi entre os torcedores, na mídia e até um destempero do presidente Marcelinho Guimarães no seu twiter, xingando torcedor. Não pega bem, né Marcelinho!

Bem, não sei se foi um bom ou mau negócio para um ou outro. Não sei se foi uma transação limpa também, pois onde há jogo e dinheiro ...  sempre há suspeitas, sempre surgem intrigas, já que ‘jogo e dinheiro é coisa de Exu’, como aprendi ainda menino ouvindo esse fraseado nas bocas das pretas velhas sábias baianas. Assim, não entro na avaliação do ‘business’, pouco entendo de valores e cifrados. E nesse sub-mundo do futebol (como no boxe, no basquete etc...) acontecem tramas escabrosas, desde há muito.

Aliás,  vou contar uma coisa: o clube ‘E C Bahia’ não me diz muita coisa. Minha paixão é pela bola, pela história, pelas cores, pelo hino, pela torcida, pela felicidade de ter nascido tricolor. O fascínio pela bola e pelo ‘meu Bahia’ em campo vem de berço. Quero é um time bom nos gramados, vencedor, com bons jogadores, ídolos... Sou até de ir ao estádio ver ‘o rival’ jogar só para ver um bom jogador mostrar sua arte. Já fiz isso nos tempos de Roberto Rebouças, de Teotônio, Osni, Mário Sérgio, Fischer, Dida...  Gosto é de bola bem jogada, é isso.

Daí, entendo que Gabriel deveria  ter  cumprido no mínimo mais uma temporada no Bahia, para  amadurecer, para aprimorar sua técnica, corrigir alguns defeitos, pois não é ainda um craque pronto. Falta-lhe manha, saber usar o corpo, poder de finalização. Espero que consiga brilhar no Rio de Janeiro, o que não é fácil, com aquela mídia esportiva apaixonada, preconceituosa e parcial. Mais difícil ainda no Flamengo, um time carioquíssimo, de massa, em má fase, sem pagar salários em dia, cheio de politicagem, com um plantel de altos e baixos  desunido e  atletas problemáticos.

Mas  torço pelo menino de origem humilde, simples, de olhos ingênuos. Ele merece. Não vou chorar por ele.  Lembro-me do que senti, ainda jovem e apaixonado, quando Osório Villa Boas, por uns trocados decidiu vender o atacante Alencar (cearense, artilheiro, ídolo) para o Palmeiras, depois da conquista da  1 ª Taça Brasil, começo dos anos 60.  Sempre foi assim (e será), sem distinção de clube, porque futebol é um negócio lucrativo sim senhor, e o dirigente só pensa nisso, dinheiro, contas a pagar, cadê o meu etc... O torcedor que se lenhe... não é mesmo?

Então, entendo que o torcedor quer ‘de mermo’ e vamos cobrar é um time competitivo, jogando bola, encarando qualquer adversário... brigando em campo e honrando a camisa e a história do clube. Gabriel, infelizmente, é página passada. Quem será o garoto revelação de 2013?Talisca, Italo Melo, Ânderson, Mateus, Ryder ... ???   Que o torcedor tenha paciência nas arquibancadas, deixe a garotada se soltar, ganhar confiança . Muitas vezes, no futebol, de onde menos se espera... acontece.

Prefiro acreditar na meninada do que ver ‘ferros-velhos’ e ‘bondes’  em campo, enganando, ganhando bom dinheiro e às voltas com o departamento médico toda semana. Chega! Isso vale para Bahia e Vitória. É preciso encarar a realidade do futebol brasileiro da atualidade, não dá para competir com ‘as potências’  do Sul/Sudeste. As diferenças de poderio econômico entre as regiões se refletem também no campo do futebol.


** Encarando Corínthians

Nesta terça-feira, em São Paulo, o time sub-20 do Bahia enfrenta o Corínthians pela Copinha, a Copa São Paulo, o maior torneio da categoria. O Bahia venceu os três primeiros jogos (2x0, 7x0 e 2x0) classificatórios sem tomar gols. Surpreendente, pois a equipe está disputando a  competição com um time bem jovem, sem seis titulares e, parece, encaixou. Sò que, a partir de agora, é mata-mata, perdeu cai fora, e o Corínthians é o atual Campeão Brasileiro da categoria, uma equipe forte e difícil de ser batida, ainda mais em SP, com o apoio da torcida, das arbitragens... Mas futebol é jogo de surpresas que se decide em campo, em 90 minutos e tudo pode acontecer. Vamos torcer. 

Os grandes destaques do tricolor até agora são a segura defesa, comandada pelo garoto Maracás, e os dois atacantes: Mateus e Ryder (este vinculado ao Fiorentina da Itália e emprestado ao tricolor). São jovens promessas, ao lado de Talisca, Anderson e Italo Melo, esses três últimos já engajados e treinando com os profissionais desde o começo de janeiro.

Já o Vitória, para surpresa de todos, foi desclassificado da competição ainda na primeira fase, atuando d forma irregular. A equipe também foi pra disputa desfalcada, mas,  mesmo assim, era considerada como uma das favoritas, pela boa qualidade individual de seu plantel e pela história do clube na competição, sempre um destaque na categoria sub-20. Ué, a meninada mascarou?


** Fiasco

Por falar em Sub-20, a Seleção Brasileira da categoria  está fazendo feio, decepcionando na disputa da Copa Sul-Americana, que está sendo realizada em território  argentino. O time verde-amarelo estreou  empatando bisonhamente com o Equador e, na sequência, levou 3 x 2 do Uruguai. Ora, o time brasileiro é o atual campeão da competição, tem a obrigação de fazer bom papel, chegar às finais.  Restam ainda dois jogos para que possa se livrar de uma decepcionante desclassificação e precisa ganhar ambos: contra o Peru e a Venezuela.  Os donos da casa, ‘los hermanos’ argentinos também estão decepcionando; até agora não venceram.

Sob pressão, vai ser ainda mais difícil para os meninos brasileiros. Vi pela tevê uma equipe fraca, técnica e individualmente; uma equipe mal treinada, mal escalada,  mal posicionada em campo, jogando um futebolzinho improdutivo, burocrático, sem jogadas de fundo, sem  finalizações e, pior, com uma defesa  ruim, pesadona, sem técnica, fácil de ser batida.  Preocupante. É esse o nosso futuro ?   Bem, como futebol é um esporte realmente imprevisível, pode ser que, de repente, o time encaixe, encontre  um jeito de jogar, comece a fazer gols... quem sabe?