Esporte

Presidente do Timão a Blatter: "vai reencarnar e nunca ver o que viu"

A torcida do Corinthians deu uma demonstração que jamais o Japão verá. Eu disse ao Blatter que ele vai reencarnar 100 mil vezes e nunca mais vai ver um clube por 50 mil torcedores aqui
Tasso Franco , da redação em Salvador | 16/12/2012 às 17:20
Tite segura o troféu de campeão do mundo
Foto: Ricardo Matsukawa
   Com a voz embargada, o presidente do Corinthians, Mário Gobbi, deu as primeiras palavras como campeão do mundo ainda nos vestiários do Estádio Internacional de Yokohama, logo após a vitória por 1 a 0 contra o Chelsea. Ele destacou especialmente a participação dos torcedores corintianos no Japão. Emocionado, o dirigente revelou até um desabafo a Joseph Blatter, presidente da Fifa, citando os fãs.

"A torcida do Corinthians deu uma demonstração que jamais o Japão verá. Eu disse ao Blatter que ele vai reencarnar 100 mil vezes e nunca mais vai ver um clube por 50 mil torcedores aqui. Ele me deu os parabéns. Eles não conheciam o Corinthians, então é difícil. O título vai para a torcida, que é o maior patrimônio que o Corinthians tem", desabafou Gobbi, emocionado com o troféu conquistado neste domingo.

Dos quase 70 mil torcedores presentes em Yokohama neste domingo, pelo menos 80% estava torcendo pelo Corinthians. Centenas de faixas alusivas às mais variadas cidades do País preenchiam as arquibancadas, quase que totalmente pintadas de preto e branco para ver o time do Parque São Jorge erguer a segunda taça mundial. Para Gobbi, fruto de um trabalho que começou ainda antes do rebaixamento à Série B do Campeonato Brasileiro, em 2007.

"Tudo isso é fruto de um trabalho que começou em outubro de 2007. As pessoas têm de entender que não se faz futebol do dia para a noite. Isso é a sequência de um trabalho. E nesse ano estamos colhendo frutos em virtude de um trabalho de cinco anos que foi feito no Corinthians. Não existe imediatismo no futebol. Estamos muito contentes, felizes, a torcida merece, e agora é hora de comemorar", definiu o presidente.

De fato, o crescimento do Corinthians após o descenso é evidente. O clube não apenas venceu a segunda divisão nacional e voltou à elite no ano seguinte, como não parou mais de evoluir. Construiu um moderno Centro de Treinamento no Parque Ecológico, venceu Copa do Brasil e Campeonato Paulista, engatou a construção do estádio em Itaquera, ergueu a taça da Série A do Brasileiro e venceu a Copa Libertadores da América pela primeira vez na história.

"Vamos voltar um pouco antes do jogo do Chelsea. O que se diziam, o que se falava aí? Não existe bicho papão no futebol. São 11 contra 11 e você tem que trabalhar sempre, é difícil, não é sempre que se vence. O Corinthians passa o que chamo de tempo-rei, mas isso não é eterno, tem que cuidar para não baixar. E não tem um que seja o soberano, o maior, o melhor. Cada jogo é um jogo e você tem que provar isso a cada jogo", concluiu um emocionado Gobbi.