Esporte

Primeiro brasileiro patrocinado pelo UFC, Sarafian ignora pressão

No Ginásio do Ibirapuera, o paulista entrará para a história como o primeiro atleta nacional patrocinado pelo UFC
, da redação em Salvador | 06/12/2012 às 10:48
Sarafian pisará no octógono pela 1ª vez desde a lesão adquirida às vésperas da final do TUF
Foto: Djalma Vassão / Gazeta Press

A primeira edição brasileira do reality show The Ultimate Fighter aproximou os lutadores do grande público. Um dos nomes que mais ganharam em popularidade foi Daniel Sarafian. Finalista, o paulista perdeu a chance de lutar contra Cezar Mutante pelo título dos médios por conta de uma lesão, mas não teve prejuízo nenhum por conta disso. Pelo contrário, o atleta se tornou uma aposta da direção do Ultimate Fighting Championship e terá a chance de estrear na organização no dia 19 de janeiro, em São Paulo.

Diante do americano C.B. Dolloway, Daniel Sarafian terá a responsabilidade de realizar o co-main event da noite de lutas no Ibirapuera - o principal duelo colocará frente a frente Vitor Belfort contra Michael Bisping. No Ginásio do Ibirapuera, o paulista entrará para a história como o primeiro atleta nacional patrocinado pelo UFC. Apesar de todas as credenciais e a expectativa gerada, o lutador de 30 anos manteve a fala calma e o semblante tranquilo .

“Na verdade, não sinto pressão, sinto-me lisonjeado, porque é fruto do meu trabalho. Tenho três lutas no UFC (ocorridas dentro do reality show), independente se tinha público ou não, e elas foram vistas pelos dirigentes do UFC. Não vejo como uma estreia. Já mostrei meu trabalho para o Dana White e o Lorenzo Fertitta, acho que isso foi fundamental para me colocarem neste nível”, argumentou Sarafian.

“O patrocínio do UFC já diz tudo! Se não tivesse esse patrocínio, ia sentir a necessidade de vitória. Para evoluirmos como lutador, temos que ganhar as lutas, não tem outro jeito. É assim em qualquer evento do mundo. Apesar disso, não me vejo na situação diferente de ninguém. Se estivesse na primeira luta do card preliminar, estaria da mesma forma: feliz e motivado”, prosseguiu Sarafian, ignorando qualquer pressão pela aposta do UFC em seu trabalho.

Todo o apoio do Ultimate, contudo, não elevou a popularidade de Sarafian nos Estados Unidos. Em entrevista recente, C.B. Dolloway provocou ao dizer que “não conhecia” o brasileiro e que terminará o combate com uma finalização. Tranquilo e focado apenas na preparação física e técnica para o combate, o paulista minimizou as palavras do adversário.

“Na realidade, não interpretei como uma provocação, não acho que ele tenha sido desrespeitoso. Ele é um atleta e tem que acreditar nele, assim como eu. Ele disse que vai me finalizar, mas eu prefiro não falar nada, prefiro lutar. Não gosto de me expor dessa maneira. Treinei bastante para manter meu foco em dia e fazer um bom trabalho”, disse.

Prestes a estrear de fato na organização mais popular de MMA do planeta, Daniel Sarafian terá a chance de lutar em casa, situação da qual muitos veteranos demoram anos para conseguir (ou passam a carreira sem esta oportunidade). O evento em São Paulo motiva ainda mais o atleta. “Minha estreia foi justamente no Ibirapuera. Em São Paulo, tenho minha logística, meus horários, é um conforto ao meu favor. É um ponto a mais de felicidade”, encerrou.

Sarafian admite luta com Mutante por “vontade do público”
Preparado para enfrentar Dolloway, Daniel Sarafian precisou responder justamente sobre a luta que nunca ocorreu com Cezar Mutante. A final da primeira edição brasileira do reality show, cancelada por conta da lesão do paulista (Serginho Moraes encarou Mutante na decisão), deve ocorrer em um futuro próximo, garantiu o próprio Sarafian durante a entrevista desta quarta-feira.

“Preciso fazer essa luta para matar a vontade do público e ver qual seria o resultado. Espero por essa luta porque sei que vai acontecer. Acredito também que ele, assim como eu, quer saber quem ganharia”, afirmou, antes de negar qualquer problema com o adversário dos tempos de reality show.

“O meu desejo de luta com ele acabou assim que terminou o TUF. Não quero lutar com o Mutante por motivos pessoais, queria lutar porque era o final do programa. Não durmo pensando no Mutante, ele não é um inimigo; pelo contrário, é um amigo que fiz na casa”, encerrou.