Esporte

BAVI na hora da decisão com cachimbo sem vacilar, p ZÉDEJESUSBARRÊTO

O rubro-negro precisa de uma ou duas vitórias para garantir matematicamente seu acesso à primeira divisão de 2013
ZédeJesusBarrêto , da redação em Salvador | 02/11/2012 às 20:38
Jogadores do Vitória agredidos por torcedores e chamados de "pipoqueiros"
Foto: Rep da TV Bahia
Para os torcedores da dupla Ba Vi o fim de semana promete. É hora de decisão, ’vacilou o cachimbo cai’, como se dizia nos antigamentes.  

Bafafá no aeroporto

O rubro-negro precisa de uma ou duas vitórias para garantir matematicamente seu acesso à primeira divisão de 2013 e só um desastre do tamanho de uma super-tempestade caribenha vai impedir que isso se concretize.  Já o título da segundona - sonho da torcida que nunca comemorou uma conquista de nível nacional – ainda é  plausível, mas  vem ficando mais distante a cada tropeço do time em campo, atuando muito mal nas três últimas partidas.

O ‘Leão’  joga neste sábado à tarde (transmissão pela tevê) lá em São Paulo contra o Bragantino, um time que não almeja nada mas é murrinha, luta contra o rebaixamento, vai dar trabalho. 

Pra complicar um pouco mais e desestabilizar o emocional do grupo, um bando de ditos torcedores integrantes da uniformizada ‘Imbatíveis’, irracionalmente (pra variar), foi ao aeroporto Dois de Julho (desculpem, é assim que chamo)  bagunçar o embarque da equipe a SP, agredindo com palavrões e atirando pipocas nos atletas (chamando-os de ‘pipoqueiros’ ou amarelões, covardes, como queiram).  Alguns jogadores levaram empurrões, como o zagueiro Gabriel Paulista, um dos mais regulares do elenco, e outros, como Uéliton, precisaram da proteção de policiais para descer do ‘buzu’ do clube e entrar no aeroporto.  

Coisa feia! Não consigo entender essas atitudes de certos ‘torcedores’.  Burrice. Não há hora mais inadequada de  fazer esse tipo de protesto e cobrança, com xingamentos e ameaças de agressão física.  Não é com o chicote e impropérios que  vão fazer o time  jogar bem, fazer gols.  Esse tipo de comportamento só piora a situação, desequilibra emocionalmente o atleta, deixa o grupo alterado.  Imagina o clima dentro do avião, as conversas entre eles, a expectativa, a ansiedade...     Isso tudo quando o  treinador Ricardo Silva passou toda a semana treinando e pedindo calma, tranqulidade a seus comandados, atributos fundamentais nesses momentos decisivos. 

Bem, time por time o Vitória é bem melhor, técnica e individualmente, mas ...   é bom lembrar, foi o mesmo Braga do interior pauista que arrancou um resultado positivo no Barradão, no confronto entre ambos pelo primeiro turno da competição.   

Um triunfo certamente acalmará os ânimos e quase já garante a classificação. Uma derrota  rubronegra, no entanto,  vai ocasionar uma avalanche de crise no clube e a torcida vai pegar pesado, pelo que vimos  na prévia dessa sexta-feira.   A ‘responsa’ está inteira no ombro dos jogadores e da comissão técnica.  É preciso em campo muita atenção na defesa, que vem dando mole; marcação dura no meio campo e criatividade na frente. O rubro-negro precisa voltar a fazer gols. Desaprendeu?  Ah , que saudade de Neto Baiano, hein?  

   A Lusa do Canindé

Em São Paulo, domingo à noite,  o Bahia encara a Portuguesa de Desportos, time que está três pontos à frente do tricolor baiano na tábua de classificação, tem um goleiraço chamado Dida (baiano e campeão do mundo, aquele mesmo do Milan, veteraníssimo e em forma) , tem ainda o meia ex-tricolor Ananias, o também manjado Boquita e um tal Bruno Mineiro na frente que é um dos goleadores do certame. A Lusa, como o tricolor, faz uma campanha de altos e baixos, com ótimos jogos e derrotas inexplicáveis, mas é uma campanha melhor, mais positiva que a do Bahia. 

O time baiano tem um mês que não vence, não ganha. Está a quatro pontos apenas do primeiro colocado na zona de rebaixamento. Briga  feio  com o Palmeiras e o Sport do Recife e só um triunfo pode afasta´-lo  um pouco mais do risco de voltar à segunda divisão (arre! Credo em cruz!) .  Os jogadores sabem disso tudo, prometem correr muito em campo, mas  isso só não resolve.  É preciso não errar na defesa  ( Lucas joga em lugar de Dany Moraes na zaga), é preciso marcar muito, forte e o tempo inteiro no meio campo e, sobretudo, é preciso criar oportunidades e fazer os gols; que o centroavante Souza volte a marcar.   

Juro que temo pela arbitragem, pois um triunfo do Bahia afunda mais o Palmeiras (time  que se acha grande e já está buscando até ‘virar a mesa’, contestando na justiça o resultado adverso contra o Inter em Porto Alegre,  para não cair); é o mesmo  ‘verdão’ paulista que, segundo alguns cronistas esportivos da paulicéia, prometeu uma ‘mala branca’  de dinheiro aos jogadores da Lusa para que  ganhem o jogo contra o tricolor de qualquer jeito.  

E tem mais interesses em jogo:  um triunfo do Bahia também põe em risco outro dos possíveis candidatos ao rebaixamento, o Flamengo do Rio, time que carrega toda a ‘marra carioca’ e que se acha com poderes junto  aos cartolas da CBF. 
Então, o Bahia (sua diretoria e jogadores) abra os olhos !!!   Vamos jogar bem e vencer : essa é a meta.  Uma derrota vai ser um ‘Deus nos acuda’ daqui pra frente: sangue, lágrimas e ranger de dentes nas quatro rodadas que restam para escapar da terrível degola.
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Aos torcedores  da dupla Ba Vi recomendo:  olho na tela,  oração pra tudo que é santo, sal grosso, arruda e descarrego geral ...   É hora do vale tudo.