Na decisão olímpica pela terceira vez consecutiva, algo inédito no vôlei masculino, a Seleção Brasileira dominou praticamente os três sets iniciais. Depois de abrir 2 a 0 e 20 a 17 na terceira parcial, a equipe nacional sofreu um enorme apagão, especialmente por conta de uma mudança tática da equipe adversária. O gigante Dmitriy Muserskiy, de 2,18 m, deixou o meio de rede para atuar como oposto. Na nova posição, o camisa 13 assumiu a responsabilidade no ataque e modificou totalmente o panorama da decisão, revertendo de maneira histórica o placar em Londres.
O volume de jogo apresentado diante da Itália, quando o Brasil realizou um dos melhores sets das últimas décadas, como classificou Bernardinho, entrou em quadra também na final olímpica. Diante dos russos, o time apresentou um grande volume de jogo e anulou o adversário. Com saques encaixados e contra-ataques eficientes, muitos deles pelo meio-fundo com Murilo, rapidamente os brasileiros adquiriram a confortável vantagem de 16 a 9.
Tranquilo em quadra e sem permitir qualquer respiro dos russos, o Brasil manteve o forte saque e a velocidade para conquistar uma sossegada vitória no primeiro set. Utilizando uma das jogadas mais repetidas durante o encontro, Bruninho imprimiu velocidade na ponta para Wallace, um dos destaques da campanha, virar na quadra rival e confirmar a vitória por 25 a 19. Um set a zero; e um set a menos para o tricampeonato olímpico.
A grande atuação do Brasil e no saque seguiu incomodando os russos durante a segunda parcial. Antes da primeira parada técnica, o time de Bernardinho já abriu quatro pontos de vantagem, diferença confortável que permaneceu durante a maior parte do set. A Rússia, atônita com o ritmo agressivo brasileiro, trocou os saques potentes pelos flutuantes e obteve seu melhor momento na partida, diminuindo o marcador para 16 a 15.
A queda momentânea preocupou Bernardinho. Ao parar o jogo, o treinador quebrou a reação russa e guiou o time para mais uma tranquila vitória. Imprimindo velocidade e variando o jogo (consequência da grande atuação de Bruninho), o Brasil fechou a parcial por 25 a 20 e se aproximou ainda mais da conquista em Londres.
Dependendo da vitória no terceiro set para sobreviver na disputa pelo ouro, a Rússia ousou na última parcial. O gigante Dmitriy Muserskiy, de 2,18 m, deixou o meio de rede para atuar de oposto. A alteração ousada melhorou os russos, que apostaram na força física do camisa 13 para minar o ritmo superior da Seleção Brasileira na partida.
A presença do alto jogador pelas pontas fez a diferença no terceiro set. Com todas as bolas apertadas indo na direção de Muserskiy, a Rússia conseguiu equilibrar o duelo até a parte final, e impedir uma vitória tranquila brasileira por 3 sets a 0. No final, com uma atuação soberba do camisa 13, a equipe europeia cravou 29 a 27 e forçou a realização do quarto set.
A derrota na parcial não foi o único problema encontrado pelo Brasil para o restante do duelo. Dante, fundamental na abertura da vantagem, sentiu o joelho e não retornou à quadra. Bernardinho recorreu ao experiente Giba, um dos símbolos da geração que deve ter se despedido da Seleção Brasileira justamente neste domingo, em Londres.
Contudo, a confiança adquirida pelos russos complicou totalmente a situação da Seleção Brasileira no jogo. Atuando solta e forçando o saque, a equipe europeia abateu o time de Bernardinho, que buscou até três centrais para responder ao treinador adversário. No entanto, seguros, os russos fecharam por 25 a 22 e igualaram o marcador, levando o confronto para um tiebreak, até então, inesperado. A Rússia venceu.