Em 2016, a meta do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) é que o país já apareça entre os dez primeiros colocados na classificação geral. Para isso, a entidade promete "apertar o passo". O desempenho em Londres 2012 foi considerado dentro da expectativa, mas mostrou pouca evolução em relação a Pequim. Apesar de surpresas no planejamento de medalhas, como boxe e judô feminino, Carlos Arthur Nuzman, presidente da entidade, e Marcus Vinicius Freire, superintendente técnico, admitiram preocupação com alguns esportes. Atletismo, natação, vela, ginástica, basquete, futebol feminino e handebol masculino aparecem como alerta para os Jogos do Rio de Janeiro.
- As expectativas foram atingidas. Estamos dentro do número que esperávamos. Nós tínhamos previsto em torno de 15 medalhas. Nesse momento, são 16 e estamos em 21º. O número de finais merece um ponto de atenção nosso. Nós tínhamos feito 41 em Pequim e estamos fazendo aqui 35. Destaques positivos foram: o número total de medalhas; o primeiro ouro do judô feminino; a primeira medalha olímpica da ginástica; recorde de medalhas no judô; também o vôlei com quatro medalhas; e o recorde absoluto do boxe. Temos alguns pontos que precisamos de atenção. O atletismo, a natação, que teve apenas duas medalhas com (Cesar) Cielo e Thiago (Pereira), o taekwondo e o hipismo, ambos sem medalha, o basquete e o futebol feminino e o handebol masculino, que não se classificou. A vela pode ganhar mais, e a ginástica artística feminina, que não teve nenhuma final - disse Marcus Vinicius Freire.
Nuzman participou apenas de uma parte da coletiva de imprensa, realizada na manhã deste domingo, na Casa Brasil, em Londres. Durante o evento, foi chamado às pressas para uma reunião com membros do Comitê Olímpico Internacional para acertar detalhes da cerimônia de encerramento dos Jogos. Voltou já no fim, mas coube a Marcus Vinícius Freire responder à maior parte das perguntas. O superintendente afirmou que a meta de chegar ao top 10 em 2016 é possível e disse que o foco nos próximos anos será em esportes individuais.
- Para chegar no top 10 em 2016, nós precisamos ter, pelo menos, 13 modalidades medalhando. Nós temos um histórico em oito, nove. Nosso foco vai ser em esportes individuais. Temos uma cultura de coletivos, vamos continuar mantendo o investimento neles, mas vamos fazer ter esse foco também.
Carlos Arthur Nuzman não participou de toda a coletiva (Foto: Lydia Gismondi / Globoesporte.com)Em Pequim 2008, foram 15 medalhas, sendo três de ouro. Apenas para os Jogos de Londres, o COB investiu exatos R$ 11.610.557,06. Marcus Vinícius Freire chegou a se irritar com uma pergunta sobre o retorno em resultados do investimento total durante o ciclo olímpico, por conta dos R$ 331.380.390,09 recebidos pela Lei Agnelo Piva.
O superintendente afirmou que o valor não pode ser considerado dessa forma por também valer para Olimpíadas Escolares e outros projetos do COB.
- Em Pequim, foi algo em torno de R$ 230 milhões e, agora, perto de R$ 300 milhões. Mas a gente não faz essa comparação (investimento / número de medalhas). A medalha não tem preço. Você precisa de tempo para fazer a evolução. É isso que estamos fazendo. Eu espero que essa conta aumente cada vez mais.
Para o COB, o investimento que será feito nos próximos anos também pensará no legado para os Jogos depois de 2016. Ainda assim, Nuzman acredita que, mesmo em pouco tempo, o Brasil poderá saltar para o top 10.
- A nossa preocupação é não repetir o que Espanha e Grécia fizeram. A Espanha todo mundo enaltece, mas tem menos medalhas que a gente. Nós temos que nos preocupar com isso para 2020, 2024 etc. Em relação ao top 10, você tem que ir para o desafio. Estamos prontos para tentar esse salto.