Esporte

JOGOS OLIMPICOS: Fabiana Murer dá caruara e é vencida pelo vento

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| 04/08/2012 às 10:03
Fabiana Murer dá caruara pela segunda vez em jogos olimpicos
Foto: Reuters

Fabiana Murer foi vencida pelo vento e pelo nervosismo. No sufoco, acertou apenas um salto no Estádio Olímpico de Londres, com o sarrafo a 4,50m. Com ele colocado cinco centímetros acima, errou duas vezes. Na terceira e última chance, com o vento desfavorável, desistiu no meio da corrida e levou a bandeira amarela. Era tudo ou nada. No meio da série de passadas, mais uma vez, parou. Levou a bandeira vermelha e foi eliminada. Viu o ciclo olímpico em que foi campeã mundial indoor e outdoor ficar para trás de forma amarga. Assim como em Pequim, deixou as Olimpíadas de mãos abanando.

A paulista deixou a pista em choque, desolada. Sem chorar, quase sem piscar. Andou em direção às arquibancadas, onde estava o  técnico Vitaly Petrov. Os dois trocaram algumas palavras sem se olhar. Depois, a atleta foi conversar com um dos fiscais de prova. Queria ver se, com 4,50m, seria uma das 12 classificadas para a final. Não. Estava eliminada. Tirou as sapatilhas, colocou o casaco e ficou à beira da pista. Olhando as rivais, olhando para o nada.

- O vento estava inconstante, e não consegui manejar isso com a varas. Meus saltos foram muito irregulares. Eu tenho um minuto para saltar e, dentro deste tempo, poderia ir e voltar quantas vezes eu quisesse. Corri mas o vento estava forte. Depois que eu tomei a bandeira amarela, só restavam 15 segundos. Não teria tempo mesmo, e o vento estava forte, estava perigoso. Tentei fazer o que eu podia, mas não adiantava me jogar no último salto e me machucar. É o esporte, acontece - disse, em entrevista ao SporTV.

A equipe técnica brasileira avaliou que Fabiana deveria ter trocado a vara por uma mais dura, mais resistente e capaz de lhe dar segurança diante do vento forte. Nem isso deu jeito.

- O vento estava oscilando muito. No primeiro salto, o vento estava a favor. Ela usou uma vara mais fraca. O vento empurrou, e ela esbarrou no sarrafo no 4,50m. Passou, mas encostou. Quando chegou no 4,55m, o vento virou. Ela tentou uma vara mais rígida. Mas na hora dos saltos ela não estava nem conseguindo correr com o vento contra. Algumas atletas pegaram o vento a favor e conseguiram encaixar o salto - disse o marido e técnico da paulista, Elson Miranda.