Não foi fácil deixar a derrota para a arquirrival Kayla Harrison para trás e entrar no tatame novamente. Mayra admitiu que teve vontade de chorar, mas recebeu conselho de outros medalhistas olímpicos - Aurélio Miguel, ouro em 1988 e bronze em 1996, e Leandro Guilheiro, bronze em 2004 e 2008 - e se recompôs.
- Dá uma vontade de chorar, sair aquele negócio de dentro, porque fica uma coisa ruim, e meu braço estalou todo quando ela o pegou, mas engoli o choro. O Aurélio Miguel já me falou que era outra competição, aquilo me animou - disse a gaúcha, em entrevista ao SporTV.
Verkerk tinha uma torcida bastante barulhenta a seu favor, gritando "Holanda" por boa parte do combate. A europeia tentou as primeiras entradas da luta. Mayra, porém, estava focada e não deu chances à adversária. Defendeu as entradas e, com 3m36s restando, conseguiu um ko-soto-gari que derrubou a holandesa e lhe valeu o ippon da vitória e a medalha de presente na véspera de seu aniversário de 21 anos.
- Amanhã é meu aniversário e a medalha olímpica não podia ser presente melhor. Todas as batalhas, todas as dores, tudo que tive que abrir mão, valeu a pena por esse momento - afirmou.
O terceiro pódio garantiu ao judô sua melhor participação nos Jogos Olímpicos na história, com três medalhas, sendo uma de ouro e duas de bronze. Em 1984 e 2008, o Brasil também conquistou três medalhas no judô, mas nenhum ouro - em 84, foram uma prata e dois bronzes, e em 2008, foram três bronzes. A seleção de 2012 ainda tem duas chances de superar essa marca e alcançar a meta da Confederação Brasileira de Judô (CBJ) de quatro medalhas olímpicas: na sexta-feira, Rafael Silva e Maria Suellen Altheman disputam a categoria peso-pesado.