De acordo com a assessoria do ministério, Rebelo pediu que a PF se envolva no caso para identificar o IP dos autores das ofensas, já que se trata de um crime inafiançável, apesar do desejo da atleta em não levar o caso adiante.
De acordo com Rosicléia Campos, treinadora da Seleção feminina, a atleta recebeu mensagens de cunho preconceituoso pela rede social após sua eliminação para a húngara Hedvig Karakas.
"Chamaram de macaca, que tinha que ir para jaula. Que país é esse que a cor de pele justifica um ato assim?", questionou a técnica. Rafaela recebeu ofensas e cobranças pesadas por parte de internautas após sua derrota para a a húngara Hedvig Karakas por desclassificação após tentar um golpe ilegal.
Uma usuária do Twitter reclamou com a atleta pelo microblog: "cara, que vexame. Não te ensinaram a jogar limpo? Mais uma que foi para fazer o Brasil passar vergonha e chorar", escreveu @Dri_Caldeira. Irritada, Rafaela respondeu: "e quem é você pra falar de mim? Outra que não tem o que fazer fica aqui tomando conta da vida dos outros".
Entre as principais acusações, a internauta chamou a atleta de "desonesta" e disse que "faltou espírito olímpico": "é dinheiro do povo que te manda pra Londres, emporcalhar o nome do País!! Chega de desonesto no país!!", continuou a tuiteira.
OAB condena ataques racistas à judoca Rafaela Silva em Londres:
Também nesta terça-feira, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro (OAB-RJ), Wadih Damous, manifestou irrestrita solidariedade à judoca Rafaela Silva.
Segundo Damous, é inacreditável que manifestações de cunho racista como essas continuem a acontecer. "A judoca Rafaela, futura campeã nas Olimpíadas de 2016, no Brasil, merece o nosso incentivo e a nossa solidariedade e não agressões de cunho racista".
Damous lamentou que as rede sociais, concebidas como instrumento de democratização da informação e da comunicação, tenham sido desvirtuadas, tornando-se cenário para ofensas à honra e à reputação das pessoas. "Os usuários deste tipo de comunicação devem tomar cuidado para não agredirem as pessoas usando palavras de cunho racista ou qualquer outro tipo de ataque pessoal e que, certamente, vão virar processo na justiça".
Rafaela, 20 anos, moradora da Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, e revelada por um projeto social, era uma das esperanças de medalha do Brasil na Olimpíada na categoria leve (até 57kg) do judô, mas foi desclassificada ao pegar a perna da adversária com as mãos, golpe que foi proibido no esporte em 2009