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Bahia de virada para o clone de Feira, por 3x2, em Pituaçu
Foto: Max Haack
A penúltima rodada da primeira fase do campeonato baiano teve emoções, polêmicas para a resenha da semana e fatos inusitados.
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A quentura em Juá
O Vitória, sob um sol de rachar no sertão bravo do norte do São Francisco, com pouca gente nas arquibancadas do Adauto Moraes, conseguiu superar o péssimo gramado e venceu bem o Juazeiro (2 x 0 ), garantindo-se como segundo colocado entre os quatro primeiros classificados para as semifinais que vão decidir o título de campeão 2012.
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A estrela em Pituaçu
O líder, com folgas de 9 pontos de frente sobre o rubronegro e garantindo todas as vantagens sobre os concorrentes é mesmo o Bahia que, bem ao seu estilo e empurrado pela fanática torcida, conseguiu virar um jogo quase perdido (3 x 2 ) em cima do xará Bahia de Feira, o atual campeão baiano, com dois gols de cabeça já nos acréscimos, em Pituaçu.
Pior para o ‘xará' feirense que parecia garantido para as semifinais, no quarto lugar, mas... com a virada do tricolor da capital, ainda disputa na última rodada de domingo próximo a vaga com o Vitória da Conquista e Atlético de Alagoinhas.
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Feirense e quem mais?
O terceiro lugar já foi garantido pelo Feirense, com uma ótima campanha no returno da primeira fase: venceu bem o Serrano por 2 x 0. O time de Feira, como terceiro colocado, será o adversário do Vitória (segundo colocado), nas semifinais. O Bahia, líder, espera a definição do quarto time classificado, o que só vai acontecer na última rodada, no domingo.
Explicando: pode ser o Atlético, que tem 31 pontos até agora e recebe na rodada final o líder tricolor (Bahia), em Alagoinhas. Ou o Vitória da Conquista, que tem 32 pontos e enfrenta o Camaçari na rodada final, fora de casa. Ou ... até o mesmo Bahia de Feira, que chegou a com 31 pontos e pega em casa o time do Juazeiro. Quem passará adiante?
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Rabada quente
Então, teremos emoções fortes ainda, na última rodada. Emoções também na rabada, entre os últimos colocados. O Itabuna já assumiu a lanterna e está desclassificado para a série B do baianão em 2013. Como caem dois para a segundona, a disputa no cai-não-cai está entre o Camaçari e o Fluminense de Feira, time que já foi a terceira força baiana, com dois títulos conquistados na década de 1960. Ontem, com muita raça, o atacante Brasão fez dois gols e livrou os chifres dos ‘touros do sertão'... até domingo, quando o Flu encara o Juazeirense, no pasto do Adauto Moraes.
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Um Ba X Ba disputado
O Bahia da capital e o Bahia de Feira fizeram um bom jogo em Pituaçu diante de cerca de 10 mil pessoas nas arquibancadas. Cinco gols, duas viradas e gols decisivos quando ninguém mais esperava. Quer mais?
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Um fato inusitado: Aos 16 minutos da segunda etapa, quando a partida se arrastava num murrinha empate de 1 x 1, o treinador do time visitante decidiu substituir o atacante João Neto (aquele mesmo que atuou no Bahia da capital no ano passado e não teve muitas chances) tentando colocar o Lecão em campo, mas ... João Neto irritou-se, bateu o pé e disse que não iria sair de campo. E, pasmem, não saiu mesmo. Dois minutos depois, o mesmo João Neto pegou de prima uma bola cruzada da direita, encheu o pé de desempatou (2 x 1 ) virando o jogo.
No final, o atacante João Neto explicou seu ato de desobediência : ‘ Segui a palavra de Deus, a voz de meu coração... não estava cansado, sabia que faria gol'.
O treinador Arnaldo Lira estava cuspindo bala pra cima dele, ameaçando barrá-lo por indisciplina: ‘Vai ter de procurar outro clube, não admito, não veste mais a camisa do Bahia de Feira comigo à frente'. Será ?
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A tarde quente começou estranha para o torcedor presente em Pituaçu. O bom time sub-20 do Bahia da capital levou 4 x 2 dos meninos de Feira. Presságio? Antes de começar o jogo, não se ouviu a execução do Hino Nacional, porque o sistema de som de Pituaçu pifou. Aliás, chamar aqueles blocos de caixa de som de péssima qualidade, colocados na pista, atrás do gol da entrada do estádio, de ‘sistema de som' ... é forçar muito a barra. Som de brega de beira de estrada!
Alô Bobô! O som de Pituaçu é um vergonha ! O torcedor merece algo bem melhor.
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Ah, sim... o jogo !
Como sempre faz quando enfrenta o Bahia ou o Vitória, em qualquer campo de jogo, o Bahia de Feira, que é o atual campeão baiano, partiu pra cima, encarou, jogou de igual pra igual, marcando bem, pondo a bola no chão, jogando bola. Jogo bom de se ver. Lá e cá. Bem disputado no meio campo.
Lomba salvou um petardo do Carlinhos, da entrada da área, logo aos 4 minutos; o tricolor da capital respondeu com uma boa jogada de cobertura de Lulinha, em vão. Aos 15 minutos, numa bola parada, Coelho recebeu e cruzou forte e rasteiro, da direita; a zaga não alcançou, o goleiro deu mole e o zagueirão Donato pegou a sobra na pequena área, fazendo 1 x 0. Parecia dia dos zagueiros, pois , após uma nova cobrança de falta da intermediária, o zagueiro Paulo Paraíba, desmarcado, recebeu na frente da pequena área, girou em cima de Titi, que correu estabanado na cobertura de Donato e ficou na rua, e bateu no canto, empatando: 1 x 1.
Na segunda etapa, nada mudou, lá e cá. Até que o ‘marrento' João Neto desempatou, em outra falha da defesa do Bahia, mal colocada, desatenta no miolo da área. A partir daí, o time de Feira tentou catimbar, cozinhar o jogo, a torcida do Bahia irritada com a má arbitragem do ‘soprador de apito', um tal de Gleidson Oliveira, vaiando o time, Falcão, e ‘vamo-que-vamo' , a partida chegando ao fim... até que:
Aos 45 minutos, Gabriel bateu falta com perfeição (jogadinha ensaiada) e o baixinho Lulinha testou, empatando. Então, a galera enlouqueceu e empurrou o time em campo... o time feirense parecia cansado: aos 47' outra falta bem executada por Gabriel e o grandalhão Donato testou, desempatando e explodindo Pituaçu. A estrela tricolor brilhou.
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No Bahia da capital, Lulinha e Gabriel jogaram bem. A zaga vacilou nos dois gols do atual campeão baiano. Ciro mais uma vez negou fogo, errou tudo o que tentou. Souza faz muita falta.
No time de Arnaldo Lira, palmas para a disposição tática, a zaga bem plantada, o toque de bola; Raylan, Paulo Paraíba e Menezes atuaram bem. O time perdeu o jogo quando começou a ensebar e, parece, perdeu o gás.
A arbitragem de Gleidson ... horrível.
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Vitória rubronegra
No pasto do estádio de Juazeiro não dá pra jogar bola, pra dominar, trocar passes, nada... é chutão, bola alta pra dentro da área, bico na defesa e seja o que Deus quiser. Campo e baba de várzea , horrível de se ver. Cerca de 600 pessoas espiando, solarão queimando a mufa! Aos 28 minutos, já que nada acontecia, o árbitro Arilson Bispo parou o jogo pra todo mundo beber uma agüinha e molhar a testa. "Como se joga num campo desse?', perguntavam os jogadores rubronegros, no intervalo.
Na segunda etapa o time da casa ‘boiou' e o Vitória tentou decidir a partida. Aos 8 minutos Geovane conseguiu dominar um bola pela direita, levantou a cabeça e acertou o cruzamento, no pé de Marquinhos que emendou de prima: 1 x 0. Aos 37' Neto Baiano sofreu um ‘rapa' dentro da área, Arilson marcou em cima a penalidade e o mesmo Neto Baiano, artilheiro do campeonato com 24 gols, deixou sua marca , definindo o placar 2 x 0, mais que justo.
Uéllito e Geovane foram os melhores do rubronegro. A vontade da rapaziada do Juazeiro, mesmo com salários atrasados e passando toda sorte de problemas no ‘clube' merece louvor. Puro espírito amadorístico.
Destaque negativo para o pasto do Adauto Moraes, uma vergonha!
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Copa do Brasil
Na quarta-feira, tem jogos da Copa do Brasil. O Bahia de Feira recebe o forte time do São Paulo, em Feira de Santana. O time paulista é muito bom: tem Rodolfo, Cortez, Cícero, Lucas, Jadson e Luis Fabiano. Esses nomes, claro, sugerem o favoritismo absoluto do time sulista, mas... o jogo é jogado em campo, o Bahia de Feira tem um bom conjunto e o gramado do Joia da Princesa é também muito ruim, não permite o toque de bola. O time de casa conhece mais o gramado, isso pode fazer diferença. Feira de Santana está agitada, todos os ingressos foram vendidos... será um grande acontecimento. Há uma boa expectativa em todo desse jogo, pois há muito tempo Feira não recebe um time de ponta por lá.
Na mesma quarta o Vitória enfrenta o ABC do Rio Grande do Norte, em Natal, um jogo difícil. O ACB costuma endurecer lá dentro, contra quem quer que seja.
O Bahia vai mais longe e, na mesma noite de quarta, enfrenta o Remo em Belém do Pará. Lá é sempre parada dura.
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