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Bahia ainda não se aproxima do Barcelona de Messi, o melhor jogador do mundo
Foto: Reuters
Depois de uma parada no meio da semana para começo da Copa do Brasil, volta o Campeonato Baiano com mais uma rodada nesse domingo, atrativa.
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O líder, Bahia, depois de despachar o Auto Esporte da Paraíba, em João Pessoa, na quarta-feira, por 3 x 0 (Copa do Brasil), volta a Pituaçu na tarde do domingo para enfrentar o modesto Juazeiro. Será o ‘duelo' entre o ataque mais positivo do Brasil na temporada ( O Bahia, sim sinhô) contra a defesa mais vazada do campeonato baiano ( o Juazeiro) . Prenúncio de goleada? Até pode acontecer, mas futebol não é uma ciência exata e... as zebrinhas às vezes pastam nos gramados.
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Tem muito torcedor do Bahia já achando que o tricolor é um ‘barceloninha'. Calma. É certo que o Bahia faz sua melhor campanha em campeonatos baianos desde os anos 90 do século passado, e que não joga um futebol tão simples, eficiente e solidário desde os tempos do mestre Evaristo de Macêdo. Tá encantando o torcedor mais afoito, mas ... há muito ainda o que ajustar, retocar, melhorar, aprimorar para que tenhamos uma equipe competitiva e apta a disputar pau-a-pau com Corínthians, Santos, São Paulo, Inter, Grêmio, Cruzeiro, Vasco, Fluminense, Flamengo ... pra ficar apenas nesses como exemplos.
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O estilo Falcão
O que Falcão tem feito no Bahia é o óbvio: escala os jogadores em suas devidas posições, onde eles gostam e estão acostumados a jogar, não tem receio de lançar os garotos da divisão de base, compactou e encurtou os espaços entre os setores de defesa e ataque, exigindo que os jogadores de meio campo troquem passes ao invés de correrem com a bola, e cobra objetividade, solidariedade em campo. O básico, o fundamental para qualquer boa equipe. Os atletas vêm assimilando o que ele quer e treina. Sò isso. Tomara que tudo dê certo como vem acontecendo e , ai então, amanhã teremos um Bahia forte e temido como nos velhos e bons tempos de glória.
É bom ver o menino Madson deslanchando, William Mateus dando conta na lateral esquerda, Lenine e Filipe (17 anos) pela meia cancha de cabeças erguidas, o rasta Magno de armador, tocando, lançando, o garoto Gabriel pintando como novo e futuro ídolo, insinuante. Tudo prata da casa! E mais Fahel soltando-se, Souza mostrando como se joga com a camisa 9...
Mas o Bahia não ganhou nadinha ainda, precisa evoluir muito mais; até porque, sabemos de anos seguidos, o campeonato baiano não é parâmetro para nada! Entonces... calminha com o andor que o santo é de barro. Vem aí pela frente um BaVi, desse domingo a oito, no Barradão, um teste mais agudo para a equipe, e a conquista do ‘baianão' é uma meta, ainda distante, o time de Falcão tem muita rodagem pela frente. Conter a euforia é preciso, dentro e fora das quatro linhas.
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Cerezzo na busca
O Vitória, que na quinta foi a Itabaiana, pela Copa do Brasil, e empatou com o esforçado time do São Domingos, campeão sergipano ( 0 x 0, perdeu boas chances de golear) ), joga nesse domingo em Camaçari, no gramadinho ruim do Armando Oliveira contra o time que tem o nome do município... mas não acha nada das empresas do Polo, da prefeitura e tem torcida pequena, mesmo jogando em casa.
Toninho Cerezzo ainda não achou o encaixe do time rubronegro. Vive ás voltas com jogadores tidos como titulares sempre machucados e os que entram nem sempre respondem. Às vezes o ataque deslancha e faz muitos gols numa partida, Neto Baiano é o artilheiro do campeonato, mas a equipe depende muito da criatividade de Marquinhos, que é um insinuante jogador mas vive se lesionando, meio doentio, fora de forma. Nino Paraíba está de volta à lateral direita; o miolo de zaga carece de alguém mais experiente; o titula r da lateral esquerda (Saci) não joga há várias rodadas.
No meio campo, Uélliton machucou e faz falta pela sua garra e liderança, mas está retornando. E o treinador continua à procura do famoso meia armador; insiste com o experiente Lúcio Flávio que não é melhor do que Geovane, e a esperança Arthur Maia não emplacou ainda. Cadê Rildo, o velocista? O plantel não é ruim, mas não deu liga ainda. Contratou muito frente de zaga pra meu gosto - Michel, Robston ... tndo Mineiro, Neto Coruja, os meninos da base. O time mostra momentos bons, individuais, mas o coletivo não tem agradado o torcedor. Mas, sabe lá, se o time obtiver um bom resultado no Ba Vi, quem sabe encaixa?
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Resto da rodada
O Bahia de Feira, atual campeão baiano, também jogou no meio da semana pela Copa do Brasil e levou 1 x 0 do Aquidauanense (MS). Nada desesperador. No domingo o time feirense vai a Serrinha enfrentar a boa equipe do Atlético de Alagoinhas. No mais, o Vitória da Conquista recebe o Itabuna, clássico regional; Feirense e Fluminense se pegam em Feira de Santana, conhecem bem o gramado infame do Joia ; e Juazeirense x Juazeiro faz o clássico do ‘velho Chico', no norte do Estado.
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Messi X Neymar X Pelé X Maradona ...
A cada jogo espetacular de Messi aparecem as manchetes pelo mundo inteiro comparando o gênio argentino-catalão com Maradona, Pelé ... E Neymar, de cá, no seu canto, no seu Santos só assuntando e também fazendo das suas. Essa semana foi deles. O Barcelona de Messi, Xavi, Iniesta e Dani Alves arrasou com o bom Bayer Leverkusen da Alemanha: 7 x 1: e o baixinho ‘ hermano' encantou, fez cinco. Três deles, golaços, comemorados com seu riso de menino e abraço nos companheiros, sem marras. O Santos enfiou, na noite do mesmo dia, 3 x 1 no Inter de Porto Alegre - todos os gols de Neymar, dois deles, golaços também. Eles desequilibram, cada um a seu modo.
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Quem é melhor?
Amante da bola, considero-me um ente feliz por ter visto atuar os maiores jogadores de todos os tempos, no meu entender. Pelé, o maior de todos, por tudo que fazia em campo, pelos quase 1.300 gols na carreira, pelos títulos todos conquistados, pela perfeição, simplicidade, objetividade, força física e, mais que tudo, pelo vasto repertório de jogadas que tinha e exibia. Era comum o Santos de Pelé fazer o que o Barcelona tem feito, dar goleadas fantásticas, Pelé fazer três, quatro gols, repetir exibições seguidas de encher os olhos, um encantamento, de fazer chorar de emoção. Isso durante 13, 15 anos de carreira. Eu vi, acompanhei, presenciei, ao vivo, pelo rádio, tevê, cinema ...
Vi Garrincha também, fantástico, um Chaplin em campo, o maior de todos os dribladores, diabólico. Num patamar mais abaixo, dos brasileiros, o goleador Zico, o gênio da grande área Romário, a explosão de Ronaldo Fenômeno. Vi Zidane pela tevê, alguns jogos de cair o queixo.
E o baixinho marrento Maradona, um gênio também, de uma perna só. Pena que não tinha juízo, teve altos e baixos na carreira. Mas estou convencido de que Messi é melhor do que ele (fora e dentro de campo), me encanta mais; porque é mais goleador, joga com mais objetividade, simplicidade, com 24 anos já deve ter feito mais gols do que Maradona em toda a carreira, não machuca, não cai, não simula, valoriza mais o coletivo, a equipe, não insiste em decidir sozinho, brinca de jogar bola. É o melhor do mundo no século XXI, pronto.
Messi, aos 24 anos, é um assombro, um exemplo ... dá gosto de ver. Mas por trás dele tem uma equipe extraordinária; não canso de lembrar o talento de Xavi, um dos maiores meiocampistas de todos os tempos, não há dúvida. Toca de prima, não erra passes, lança com perfeição, dá ritmo, manda no jogo. E Iniesta, outro fora de série.
A equipe do Barcelona de hoje pode ser equiparada ao Santos de Pelé, ao real de Di Stefano e Puskas, ao Ajax de Cruiff, ao Benfica de Eusébio e Colluna, ao Flamengo de Zico e Júnior, ao Cruzeiro de Tostão, ao Botafogo de Garrincha, Didi, Nilton Santos ... times que nos faziam sonhar, como o Barcelona da Catalunha de hoje.
Messi é o maior. A discussão não é compará-lo a Pelé, são patamares diferentes, épocas distintas, números a ajustar... Acho até que ele, Messi, já merece a coroa do Rei, é um sucessor mais digno e mais merecedor do que Maradona. Mas... acordem, Neymar está chegando, é também goleador, tem um repertório de jogadas fantástico e só tem 20 anos, melhora cada dia, se aprimora a cada jogo ... ta na cola de Messi. Já imaginaram os dois juntos? A Copa de 2014 será fundamental na história desses meninos geniais, artistas amados pela deusa BOLA.