Sempre cercado de seguranças, Ronaldinho deixou o CT junto de Vagner Love. Herói e vilão dividiram o mesmo carro, enquanto, em campo, traçam caminhos opostos. A idolatria ao camisa 10, mostrada em sua chegada, no ano passado, transformou-se em frustração. O Artilheiro do Amor, por outro lado, retomou a lua de mel com a torcida, interrompida em 2010. Em seis jogos, o atacante já marcou cinco gols.
Ronaldinho marcou apenas três vezes em 11 jogos em 2012 - nove oficiais e dois amistosos. O desempenho desigual justifica o tratamento diferente vindo das arquibancadas. O goleiro Felipe, porém, culpa a imprensa pelas críticas e pede paciência à torcida.
"Ontem (quinta-feira), o nosso gol foi passe dele. A maioria dos nossos gols é passe dele. Tem que ter calma. A torcida pode cobrar, mas não precisa ser sempre. Está sendo severa. Não é só ele. O Ronaldinho não ganha e nem perde jogo sozinho", disse o camisa 1 rubro-negro, que criticou a cobertura da imprensa.
"No jogo contra o Santos, disseram que ele era o melhor do Brasil, que tinha que ir para a Seleção, e, agora, as mesmas pessoas dizem que ele não tem que ser convocado. Se ele fizer três gols, domingo (Fla-Flu), vão dizer que o R-10 voltou. As primeiras cinco páginas do jornal vão ser sobre isso. Não dá para mudar de opinião da noite para o dia. Vocês (jornalistas) criam e destroem. A opinião que vocês criam é a do torcedor", declarou.
Enquanto Ronaldinho não faz três gols domingo - nunca marcou num clássico com a camisa do Flamengo -, a referência continua sendo o jogo contra o Santos, disputado em julho de 2011.