Esporte

BAIANÃO FALIDO FALTA ATÉ COMIDA EM ALGUNS CLUBES, POR ZÉDEJESUSBARRÊTO

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| 29/02/2012 às 13:21
Atlético x Vitória, em Serrinha, renda que mal dá pra pagar a viagem dos ônibus dos atletas
Foto: CALILIA
  O ‘babinha' internacional Brasil 2 x 1 Bósnia, na Suíça, merece comentários em razão da proximidade das Olimpíadas de Londres, já no segundo semestre deste ano, e da Copa do Mundo 2014, no Brasil.

  Imaginamos todos que esses tais amistosos servem, ou deveriam servir como preparação do time de Mano Menezes. E é bom sempre relembrar que o Brasil nunca conseguiu a medalha de ouro olímpica no futebol masculino, modalidade na qual nós brasileiros nos ufanamos como ‘os melhores'.

 Pois bem, o que menos importa do jogo contra a Bósnia é o resultado, o 2 x 1 magrinho com gol contra decisivo nos minutos finais e o primeiro gol logo no início, após belíssima jogada do baiano Daniel Alves varando a defesa adversária em diagonal e metendo a redonda rasteirinha, no ponto, açucarada para o belo arremate de Marcelo, o lateral canhoto. O empate bósnio veio ainda no primeiro tempo após um vacilo de David Luiz e um frangaço, mais um, de Júlio Cesar.

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  Ficaram, do ‘baba', algumas questões: Se o nosso treinador treina para as Olimpíadas, onde se exige a convocação de atletas com menos de 23 anos (apenas três podem ter idade superior) por que então a escalação de Júlio Cesar , de Ronaldinho Gaúcho... jogadores veteraníssimos que estão, há muito tempo, em má fase técnica e física, vêm atuando mal nos seus clubes ?

  Sandro, Fernandinho, Hernanes... não é ‘cabeça de área' marcador demais na equipe? Ora, se era para Hernanes ocupar em campo aquele lado direito, como falso ponteiro voltando para marcar no meio (coisa que não faz no time em que joga na Itália)... então por que não entrou com o forte e talentoso garoto Lucas, que tem feito exatamente essa função no São Paulo, com o treinador Leão?

  Outra: Se é para achar ‘a equipe', buscar o entrosamento, encaixar um sistema de jogo... então por que não escalou de entrada o Ganso, na meia, ao lado do parceiro Neymar e triangulando com Marcelo pelo lado esquerdo? Aproveitava-se o entrosamento dos meninos do Santos. Quando Ganso entrou, já na metade da segunda etapa, o jogo fluiu com mais toques e velocidade, todos viram. Ronaldinho segura, prende, firula, não dá seguimento rápido às jogadas, insiste no lançamento largo, não dá mais combate, parecia um ser estranho á equipe em campo. 
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  No mais o que se viu? Que o goleiro Júlio Cesar está mal, desde a Copa do Mundo na África, quando entregou o caneco após a falha no gol holandês; parece que até hoje não se recuperou moralmente daquele fiasco com a ‘jabulani'. Errou muito também na Copa América, quando fomos eliminados; Vem se mostrando inseguro com a camisa 1 do escrete e ontem engoliu um peru que valha-me deus! Precisamos de um goleiro titular, urgente! Pode ser o Jéfferson, do Botafogo ou até o garoto Rafael, do Santos.

  Os dois laterais, titulares absolutos, jogaram bem; tanto Daniel Alves como Marcelo, entendendo-se bem com Neymar. Daniel precisa de alguém para trocar bola pela direita pois tem hora em que levanta a cabeça , olha, pede e ninguém se aproxima, forçando-o a tentar sempre a jogada individual. No Barcelona ele tem próximo, sempre, Messi (veja só!) e Xavi, dois dos melhores do mundo.

  No miolo de zaga, Tiago Silva é absoluto, mas David Luiz me parece ser apenas seu reserva imediato. Jogam pelo mesmo lado, têm o mesmo estilo. O parceiro de Tiago deve ser Dedé, do Vasco, ou até mesmo Luisão, o grandalhão que atua em Portugal, que é duro e seguro, muito bom nas bolas altas. Sou mais Dedé.

  No meio campo, a alma de uma equipe, está o grande problema, absolutamente indefinido. Tem brucutu demais por ali. Dá para arejar, melhorar a saída de bola pelo setor com a entrada de Paulinho, do Corínthians, de Arouca do Santos, mantendo Ganso como titular absoluto, não há o que discutir. E, quem sabe, Lucas ou Robinho voltando um pouco, sem a bola,e se posicionando pela direita, mais aberto quando o time estiver com a bola.

  Na frente, Neymar, sem discussão, hoje e a gora o melhor jogador do país, amadurecendo a cada jogo. Com a camisa 9 quem mais me convenceu até agora foi mesmo Leandro Damião, do Inter, centroavante nato.
Quanto a Ronaldinho Gaúcho... bata-me um abacate, ‘professor' Mano Menezes.

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Baianão falido
Clubes à míngua

Voltando pra terrinha, observando o falido campeonato baiano ... gramados infames - um atentado, arquibancadas às moscas, salários atrasados, times em crise, à míngua, muitos clubes do interior sem a mínima estrutura de funcionamento (sem concentração, centro de treinamento, nada de departamento médico, fisiologia... soubemos que às vezes falta até comida, etc ... ), a maioria dos jogos difícil de ver ... e ‘vamoquevamo', né Sr Ednaldo ? A dupla BaVi arrastando o ‘terem' do baianão nas costas.

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Calma galera!

Alô torcida rubronegra!!! Não compreendo a implicância com Uéliton e, mais ainda, com o garoto Artur Maia. Por que as vaias? Sâo ‘crias' da casa, amam o Vitória, são bons jogadores, profissionais ... Uéliton já deu mais que provas do quanto vale. Inacreditável como o torcedor baiano pega no pé dos garotos, às vezes até conseguem acabar com a carreira de alguns, ou afugentá-los.

Que o diga Ávine, hoje arrebentado de tanto querer mostrar seu valor em campo, mesmo machucado. Que falta faz o Ávine, né ? Lembram do que fizeram com Cícero, com Jorge Vagner no Bahia? Até com o Daniel Alves, que terminou sendo vendido a preço de pataca... Os torcedores os xingavam o tempo todo.

Um jogador ‘prata-da-casa' para vingar no clube que o projetou, aqui na Bahia, tem de ter muita personalidade, aguentar o tranco, superar tudo: torcida incompreensiva, imprensa esportiva impaciente, treinadores com má vontade, interesses outros...
Então, moçada, vamos incentivar, apoiar o meia Artur Maia, o garoto Gabriel ... Afinal, tem muito medalhão que vem de fora, ganha uma estupidez e muitas vezes, nada rende em campo, no entanto o torcedor e a imprensa toleram.

Precisamos aprender a valorizar nosso patrimônio. Só teremos Bahia e Vitória fortes, disputando títulos nacionais com a base da equipe formada por jogadores criados em seus respectivos clubes, identificados com a camisa que vestem. Sempre foi assim. Miremo-nos no exemplo do Santos, do São Paulo ...
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