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Gutemberg de Paulo Fonsêca diz que a corrupção na CBF é grande
Foto: RFG
A bomba esportiva (?) da semana, sem dúvida, foram as declarações do árbitro de futebol do Rio de Janeiro, Gutemberg de Paula Fonsêca, ao saber que tinha sido excluído dos quadros da Fifa: acusou o presidente da Comissão Nacional de Arbitragem (COnaf), seu patrício Sérgio Correa (conheces?) de corrupção.
Nada novo no reino da CBF. Disse também que o tal Correa intimida os árbitros que vão apitar jogos do Campeonato nacional sugerindo favorecimento a determinados clubes, grandes, claro.
Intimidações, recomendações, influências ... nada disso me surpreende. Quem lê essa minha incerta coluna no Bahiajá deve lembrar de quantas vezes, durante a disputa do Nacional no ano passado, eu me referi isso: atitudes e decisões de árbitros em campo que claramente mostravam favorecimento a certas equipes, como Flamengo e Corínthians, sobretudo.
As vítimas, claro, os clubes menores, os nordestinos ... pra variar. Vi pela tevê e presenciei em Pituaçu comportamentos escandalosos de alguns desses sopradores de apito.
Gols anulados, pênaltis não marcados, infrações absurdas anotadas sempre em favor dos favorecidos de sempre, intimidações a jogadores, erros grosseiros como aquele do manjado Paulo Cesar Oliveira no jogo Bahia X Internacional, naquele lance em que Bolivar quebrou o lateral Dodô de sacanagem... Incrível: a infração não foi marcada e o agressor não foi expulso. Deu o quê pra o árbitro? As agressões sem bola a companheiros de profissão repetidas por um tal ‘sheik', atacante do ‘coríngão', o soco do zagueiro do ‘mengão' no Liédson, cenas de escrotidão explícita que a tevês mostraram... Os ‘xiliques' de Ronaldinho Gaúcho, os desvarios de Valdívia, os xingamentos de Luxemburgo na beira do campo...
Deram em nada! Aqui, qualquer carinho de atleta de Bahia e Vitória era levado a julgamento nos tribunais, com imagens e tudo arrolados como prova do ‘crime'. E grande parte de nossa imprensa a baixar a cabeça, conivente.
O Gutemberg Fonseca diz que tem provas contra o cara da Conaf e que seu afastamentos do quadro da Fifa se deu como represália do tal dirigente. As ‘recomendações' do porreta da Conaf ( gente do Ricardão), segundo o árbitro carioca, chegavam a ameaças, tipo : ‘Olhe lá, você vai apitar jogo do Timão, hein?'.
Com esse tipo de gente, dirigentes, árbitros que acatam, e de comportamento ... para onde caminha o futebol brasileiro? Será que o tal, depois dessa denúncia aberta, vai continuar à frente da Conaf? Aliás... o que esse cidadão entende de arbitragem de futebol, hum? Sujeira, fedorenta ! Ou vamos todos amanhã fazer de conta que nada foi dito, nada aconteceu, não sei, não, vi, não me interessa... à exemplo de alguns episódios da política recente?
Agora, medite: além da diferença abissal de poder financeiro para contratar e armar bons times, os times menores, do nordeste mais que os outros, ainda têm de enfrentar arbitragens levianas (juízes e bandeiras), viagens cansativas, calendários de jogos estafantes, dirigentes ineptos, imprensa afrouxada e sempre a fim de incensar os poderosos... Diga-me torcedor, dá para pensar em algum dia, de novo, a gente poder vencer um campeonato nacional ?
Abram os olhos Marcelinho, Alexi Portela , Ednaldo Rodrigues !!! Porque na vivência do mundo da bola aprendi há muito tempo: jogo quase sempre se ganha em campo, mas campeonatos são conquistados também fora de campo. Ainda mais nesse nosso Brazil! Está feito o alerta, mas adianta? Teixeira rima com sujeira.
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Estamos a 10 dias do começo do campeonato baiano. A mesma coisa de todo ano: campos sem condições de jogo para se começar a competição pelo interior afora. O Joia da Princesa, em Feira de Santana, está uma lástima. De novo. O estádio de Alagoinhas virou galinheiro, chiqueiro, tem até famílias sem teto dormindo em suas dependências. Juazeiro ... Bem, a Federação Baiana de Futebol... que poderes, que autoridade tem, né Ednaldo? É de nada.
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Falando de BaVi, os dois times de maior torcida do estado, os que garantem ‘o leite das crianças' e sustentam o futebol baiano levando público às arquibancadas, pois sem eles nada aconteceria ...
No tricolor, as contratações de Boiadeiro, Coelho, Donato, Jefferson, Morais ... a estrutura da equipe do ano passado basicamente mantida, e tal e coisa... mas cadê o craque, o jogador diferenciado, aquele que chega para desequilibrar ? Nada, o time do Bahia continua mediano. Pode até dar um bom encaixe, aqui e ali, com o trabalho matreiro de Joel Santana, mas cadê um Mário, um Sanfellipo, um Zé Eduardo, um Douglas, um Beijoca, um Bobô ... ? hum ?
No rubronegro, a novidade é o treinador Toninho Cerezzo. Chegaram de mais conhecidos: o lateral Saci, o apoiador Jobston e o meia Michel. Dá para esperar o quê? Será que a galera que chora e berra no Barradão não merecia mais? Um Osni, um Mário Sérgio, Fischer, Bebeto, Petkovic ... Ah !
É só bater o olho no noticiários dos clubes do sul e a gente vê o disparate de qualidade entre as contratações feitas pelo Inter, Grêmio, São Paulo, Corínthians, Vasco, Fluminense, Cruzeiro ... e as do Bahia, Vitória, Sport, Ceará... Aqui, a meninada boa de bola que põe o narizinho pra cima logo se vai pro sul maravilha ou... sonha com Europa.
Pobre futebol baiano! Surrado futebol nordestino! E mais: Não engulo esse campeonato baiano sem Ipiranga, Galícia (cadê o Botafogo?), com times do interior investindo em atletas já quase acabados, como grandes novidades, bola quicando em campos infames, cimento das arquibancadas ao sol, dependências precárias, arbitragens pusilânimes, pouco tempo de pré-temporada, joguinhos pururucas, bolas murchas, salários atrasados ... e muita ‘abobrinha' nos microfones e telinhas de tevê.
Quando veremos Bahia ou Vitória numa final de Campeonato Brasileiro, disputando uma Libertadores com chances reais de chegar ao título? Chegaremos a ver um dia ?
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