Nem Marta e nem Cristiane. A grande estrela do Brasil, neste domingo, foi a versátil Érika. Graças à ela o time conseguiu se vingar da Dinamarca. Depois de perder para a equipe europeia na última quinta-feira, dessa vez a Seleção feminina venceu por 2 a 1, de virada, e conquistou pela segunda vez o título do Torneio Cidade de São Paulo de futebol.

Com mudança tática e de atitude, o Brasil dominou o jogo no início. A versátil Érika, antes zagueira, foi escalada dessa vez no meio-campo, fortalecendo esse setor, que ainda contou com o retorno da experiente Formiga. Dessa forma, o Brasil criou chances e até acertou o travessão em um chute da própria Érika. Mas o primeiro tempo terminou 0 a 0, o que irritou as jogadoras e gerou um clima quente em campo, com discussões e reclamações dos dois lados.

Na segunda etapa o Brasil tentou manter o ritmo, mas um gol de Pernille Harder, aos 8min, assustou a equipe. Mas Érika apareceu para ser a heroína da equipe, com dois gols que decretaram a virada, a vitória e a festa brasileira no Pacaembu. Na preliminar desta partida a Itália venceu o Chile por 3 a 2 e ficou com o terceiro lugar da competição

O jogo
Com Formiga recuperada de lesão e de volta ao time titular, o Brasil começou a final com o esquema tático diferente dos outros três jogos, já Érika foi para o meio-campo e o time ficou no 4-4-2. Além disso, mudou também a postura, já que a equipe esteve mais ligada em campo e conseguiu fazer uma verdadeira blitz na defesa da Dinamarca. Em 4min, o time nacional levou perigo em duas bolas paradas e também com uma jogada de Fabi pela direita, além de um cruzamento fechado de Fran, que foi espalmado pela goleira Tine.

Depois disso, porém, o ritmo diminuiu. O Brasil levava mais perigo, mas a Dinamarca, sempre bem organizada taticamente no 4-5-1, também conseguia ficar com a posse de bola. Só que aos 15min a genialidade de Marta apareceu. Ela disparou pela ponta esquerda e fez um toque de cobertura para Fabi, que entrou sozinha na área e tentou encobrir a goleira, mas o chute saiu fraco, sendo defendido por Tine.

Aos 23min, o Brasil chegou ainda mais perto do gol. Érika dominou a bola na frente da área, teve tempo para pensar e acertou um chute forte, mas a bola acertou o travessão. Na sequência, aos 26min, a Dinamarca finalmente levou perigo ao gol do Brasil. Após cruzamento da direita, a bola foi na cabeça de Harder, que finalizou para o gol sem força. Andreia Suntaque fez a defesa tranquilamente.

Apesar desse lance, o Brasil continuou a controlar a partida. Sem conseguir transformar esse domínio em gols, o time passou a se irritar. Marta chegou a empurrar Anja Thorsen, e Cristiane tomou um cartão amarelo por reclamação depois. A Seleção ainda teve chance de acalmar tudo, com lances perigosos de Marta e Érika, mas o primeiro tempo acabou 0 a 0, sob reclamações e protestos dos dois lados.

O segundo tempo começou com uma jogada bem trabalhada pelo Brasil. Fabi conseguiu um belo corte pela direita e tocou para trás, onde estava Érika. Porém, o chute saiu fraco e pouco assustou a goleira Tine. Na sequência, aos 8min, saiu o primeiro gol da Dinamarca: Line Hansen acertou um passe nas costas da defesa brasileira para Pernille Harder, que invadiu a área e finalizou no canto direito.

Depois do gol, o Brasil foi apoiado pela torcida, mas ficou nervoso e só foi conseguir uma chance de empate aos 18min, quando Marta arriscou um improvável chute do meio-campo, surpreendendo a goleira Tine, que espalmou a bola para fora. Na cobrança de escanteio, após confusão na área, Érika ficou com a bola na pequena área e chutou forte para empatar a partida.

O gol acordou a torcida brasileira e empolgou as jogadoras. Logo na sequência, aos 20 min, Marta tocou para Cristiane, que chutou para o gol, mas um desvio mandou a bola para forta. E, logo depois, o Brasil levou perigo, com a cobrança de escanteio. Mas Tine ficou com a bola e evitou a virada.

Com a vantagem de poder ser campeã mesmo com o empate, a Dinamarca passou fazer cera e para esfriar o jogo, mas o Brasil não deixou isso acontecer. Aos 29min, após a bola ser afastada na área, Érika acertou um belo chute de primeira. A bola entrou no canto direito e consagrou a versátil jogadora da Seleção feminina, heroína da virada brasileira.

Com o gol, o Brasil passou a recuar e trocar passes curtos para fazer o tempo passar. Mesmo com a torcida contra, a Dinamarca levou perigo, reclamou de um pênalti não marcado e teve chance de empatar nos acréscimos, com chute de Nadia Nadim. Mas a bola foi no travessão e o título do Torneio Cidade de São Paulo ficou com a Seleção Brasileira de Marta, Cristiane, mas agora também de Érika.