vide
A Nação Tricolor ama seu time e acompanha "eterina" crise no clube
Foto: DIV
Fico sabendo, estarrecido, da suspensão por liminar da ‘eleição' para presidência do E C Bahia e da nomeação de um ilustre advogado como uma espécie de ‘interventor' no clube até que dure a pendência jurídica.
A ação foi movida por um grupo que há muito se declara ‘de oposição' e a favor de uma sonhada ‘democracia tricolor', que não se sabe bem o que significaria. Os milhões de torcedores votariam para escolher o presidente? Ora, se isso acontecesse, com certeza o atual presidente do clube seria reeleito, com estúpida folga. Os ‘oposicionistas', os mesmos de sempre, pregam mudanças estatutárias, renovação do quadro de conselheiros (que elegeriam o novo presidente) e transparência nos negócios do clube.
Ótimos propósitos, até diria, mas... Será que é democrático, é da vontade da maioria absoluta da torcida tricolor que se trave o processo administrativo do clube, exato nesse momento ? É, por acaso, mais ‘democrático' e legal uma intervenção judicial, através de uma liminar, a nomeação de um ‘chefe' com todos os poderes, absolutamente desconhecido da quase totalidade dos torcedores, derrubando os estatutos em vigor no clube, mesmo que viciados mas vigentes? Será?
O que propõem os que entraram na Justiça? E como fica o nosso Bahia, o time de futebol, o Bahêa, que pela primeira vez, há mais de década, iria virar o ano sem crise, com um time-base montado, a renovação de treinador e atletas bem encaminhada, diretor de futebol em ação já projetando 2012, salários em dia, perspectivas de uma Centro de Treinamento de primeiro mundo, um tricolor já com fisionomia de Time Grande , de Primeira, respeitado nacionalmente? Como fica tudo isso?
Ora, não me venham com discursos ‘politicamente corretos' nesse instante. Torcedor quer conquistas, quer vibrar com seu time em campo, com a glkória de sua camisa tricolor, só, e estamos conversados. Time de futebol é isso. Paixão. Mas, querem crise, pois instale-se o caos, derrube-se treinador, queime-se um planejamento, acabem com a perspectiva de vencer de novo o campeonato baiano, de retomar o caminho de glórias... Vamos patinhar na lama, quem sabe a segundona, a terceirona, salários
atrasados, pendências trabalhistas... falta de credibilidade, de representatividade... né ?
Tem gente que adora a desgraceira!
Maldita liminar! Trata-se de uma virada de mesa. Não conheço Sr Marcelinho, não comungo com métodos autoritários... Mas essa liminar é um processo autoritário de um grupo pequeno, diria inexpressivo diante da grandeza da torcida tricolor, de inconformados com o direcionamento político-administrativo da diretoria do Bahia. Esse grupo, definitivamente, não representa a vontade da maioria da torcida, essa sim dona do Bahêa! Porque o Bahia não é, nunca foi um clube social. O Bahia é um time de futebol. Aliás, o Bahia é a sua torcida... ÚNICA ... que tem um time de futebol como paixão e devoção.
Não creio que os autores desse processo judicial que impediu a eleição do Bahia, nesse instante, sejam, de fato amantes torcedores Bahia, desses que choram nas derrotas, que choram também nas conquistas, que comparecem, devotados às cores vermelha, azul e branca. Não creio. Há interesses outros maiores pra esse tipo de ‘torcedor' negativo.
Querem o poder? Então trabalhem para isso no dia a dia, tenham propostas, ganhem a confiança do torcedor, dos conselheiros, entrem com recursos judiciais a cada atitude ilegal e estúpida dos dirigentes... mas não embarrerem os caminhos, não detenham a subida, não puxem pra baixo, não pensem só na derrubada. Pretendem tomar o clube na tora, com liminares, rasteiras, puxadas de tapete de última hora? E consideram isso limpo?
O torcedor que vai ao estádio com um megafone e, desde o primeiro minuto, fica no alambrado, a dois metros, xingando o treinador e os jogadores de seu clube ... não é um amante de seu time, ele está prejudicando o trabalho, está torcendo contra, derrubando, está desrespeitando a maioria dos torcedores que estão nas arquibancadas, ao lado, se esgoelando para dar apoio aos que lutam em campo pela camisa que vestem.
O torcedor que tira a camisa o joga ao chão, que vai seus atletas... em nada contribui. É baixo astral! Da mesma forma que esse ‘grupo de elite' em questão, que em nada contribui para que o nosso tricolor retome a hegemonia do futebol baiano, nordestino... Queremos nossa estrela de volta a brilhar, como já vimos lampejos este ano, que o nosso Bahêa volte a ser um dos grandes do futebol brasileiro.
E , no instante em que começamos a retomada, que recomeçamos a caminhada ... Eis que provocam o retrocesso, o caos...
Queremos é um Bahia grande dentro de campo, respeitado, novamente campeão baiano, o melhor time do norte e nordeste, queremos estar de novo na Libertadores de América, disputar o título brasileiro. Queremos ver craques vestindo a camisa tricolor, queremos ídolos, valorização de atletas da base, vontade de vencer em campo, cada jogo. Queremos sentir novamente o gostinho de ser Campeão baiano, Brasileiro...
E não será com liminares que vamos conseguir isso, com interventores muito menos.
Queremos democracia, sim, até porque o Bahia é um time do povo, sempre foi, desde que foi fundado. Mas eu pergunto, nessa hora: é a vontade da grande maioria da nação tricolor que não haja eleição, que se interrompa o processo de reeleição em curso, na tora? É a vontade do torcedor que haja uma intervenção neste momento?
Ora, por que o grupo de oposição não trabalhou o ano inteiro para impedir a reeleição do atual presidente? Por que esses oposicionistas não se puseram na disputa denunciando as mazelas do clube e da atual diretoria no dia a dia, credenciando-se assim, diante do torcedor, como opção ? Qual o propósito disso tudo, enfim?
Até imagino que pode haver infiltração do ‘rival' nessa oposição, criando o tumulto para enfraquecer o nosso Bahia ( são capazes, já fizeram isso ... anos eguidos, rindo de nós nas caladas na escuridão). Há mais de 15 anos, desde o século passado que essa oposição brada, puxa pra baixo, estrila sobretuido em épocas eleitoreiras, mas nada acontece. Cadê propostas, cadê identidade com o torcedor comum? Não, não dá pra levar a sério.
Claro, queremos todos participar, queremos a tal ‘democracia' (uma quimera em times de futebol neste Brasil), mas há caminhos mais decentes para se percorrer com esse objetivo, há métodos menos prejudiciais, atitudes menos danosas, há momentos mais adequados...
Essa liminar, agora, a intervenção neste instante da vida do Bahia é como aquela história de dinamitar uma catedral histórica para matar um ladrão que se escondeu lá dentro.