(Atualizada às 17h48min)
O juiz Paulo Sandro de Lacerda, da 5ª Vara Criminal de Campina Grande, decidiu na tarde desta quarta-feira soltar o jogador Marcelinho Paraíba, preso na Penitenciária do Serrotão sob a acusação de estupro. O advogado de defesa do jogador do Sport Club do Recife, Afonso José Vilar dos Santos, aguardará a soltura de seu cliente, que deve ocorrer ainda hoje.
"Ele (juiz) entende que a liberdade de não prejudica o processo", afirmou o advogado. A suposta vítima do abuso, uma mulher de 31 anos, foi enviada à Gerência de Medicina e Odontologia Legal (Gemol) de Campina Grande (PB) para passar por exames de corpo de delito. Ela apresentou cortes na boca e pode ter sido forçada a beijar e manter relações com os convidados da festa de Marcelinho no sítio localizado no bairro Nova Brasília, realizada nesta madrugada.
A mulher é irmã do policial Rodrigo do Rego Pinheiro, titular da delegacia do distrito de São José da Mata, e prestou depoimentos classificados como "contundentes" pelo delegado Fernando Antônio Zoccola, responsável pelo caso. Segundo a mulher, Marcelinho teria tentado beijá-la e simulado relações sexuais. Com a negativa, partiu para a agressão verbal e física tendo, inclusive, ferido sua boca.
Marcelinho Paraíba foi autuado em flagrante e transferido para a Penitenciária do Serrotão. Ele disse ser inocente e, em seu depoimento, de acordo com o delegado, afirmou não ter tentado estuprar nem beijar a mulher, apenas dançou com ela durante a festa.
TERIA ATIRADO NO CARA
O policial Rodrigo do Rego Pinheiro, titular da delegacia do distrito de São José da Mata (PB), e irmão da suposta vítima de estupro do jogador Marcelinho Paraíba, estava na festa do sítio do jogador, em Campina Grande, na madrugada desta quarta-feira, e disse ter visto o momento em que o jogador do Sport assediou sua irmã. "Eu não atirei para cima, vão falar isso, mas eu não atirei. Era para ter atirado na cara, mas não tive coragem, porque lá tinha muita gente armada. Não houve penetração, mas não vou deixar de processar", disse Pinheiro à TV Borborema.
O irmão da vítima teria chegado à festa às 22 horas de terça-feira, atendendo a um convite do próprio anfitrião. De acordo com ele, o atleta agarrou sua irmã pelos cabelos e teria forçado a mulher a lhe beijar, simulando o ato sexual e mordendo sua boca. O atleta foi preso e autuado em flagrante.
(Matéria das 1h25min)
O jogador Marcelinho Paraíba, que está detido na carceragem da Central de Polícia em Campina Grande, foi indiciado por estupro, de acordo com o delegado do caso, Fernando Zoccola. Após prestar depoimento, ele foi encaminhado para a carceragem com mais três amigos e no trajeto não quis falar com a imprensa, dizendo apenas: "sou inocente e só falo em juízo".
O delegado considerou que, mesmo sem ter chegado ao ato sexual, devido às mudanças no Código Penal Brasileiro a tentativa de ter uma relação com a mulher pode ser interpretada como estupro. Marcelinho pode ser transferido ainda nesta quarta-feira (30) para o Presídio do Serrotão.
O jogador e três amigos foram detidos na madrugada desta quarta-feira (30), após uma mulher ter afirmado que sofreu uma tentativa de estupro durante uma festa que acontecia no sítio do jogador, localizado no bairro Nova Brasília, em Campina Grande.
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O advogado de Macelinho Paraíba, Afonso Vilar, informou que vai pedir o relaxamento da prisão assim que o caso for distribuído para um juiz. "Em 20 anos, nunca vi ninguém ser preso por causa de um beijo", disse o advogado Afonso Vilar.
Após o depoimento dos suspeitos, o delegado Fernando Zoccola conversou com o G1 e explicou que a denunciante apresenta cortes nos lábios. "Ficou comprovado que houve beijos contra a vontade da vítima". O delegado disse ainda que os três amigos do jogador que estão detidos foram indiciados por desacato à autoridade e resistência à prisão. "Eles ofenderam a moral dos policiais militares ao não permitirem que Marcelo fosse trazido à Central de Polícia", explicou Zoccola.
Marcelinho Paraíba no último jogo do Sport na série B em 2011, disputado no sábado (26)
(Foto: Renato Conde/O Popular/AE)
A suposta vítima, uma mulher de 31 anos, prestou depoimento e em seguida foi encaminhada para a Unidade de Medicina Legal (UML) para passar por exame de corpo de delito.
Conforme Fernando Zoccola, outra questão que vai ser apurada é a informação de que o irmão da vítima, um delegado de Polícia Civil, teria disparado tiros no momento da prisão. O suspeito nega, mas sua arma será levada para perícia em busca de resíduos de pólvora.
Marcelinho Paraíba atualmente joga no Sport, do Recife, e foi um dos destaques no retorno do time à primeira divisão do Campeonato Brasileiro. O último jogo da campanha ocorreu no sábado (26).
Procurada pelo G1, a assessoria do Sport informou que o presidente do clube, Gustavo Dubeux, disse que vai prestar apoio jurídico ao jogador. O Sport informou ter recebido uma solicitação da esposa de Marcelinho e enviado um emissário.
"Nós enviamos alguém do dia a dia do atleta para que possa levar conforto e fazer uma avaliação da situação, para que o Jurídico possa ver o que pode ser feito. Que além de tomar pé da situação tem que ser alguém que o atleta conheça dentro do clube. O atleta iria estranhar, não iria se sentir seguro se nós enviássemos alguém do Jurídico", informou o advogado do clube, Arnaldo Barros.