Esporte

TORCEDOR VIVE CADA DIA SUA AGONIA COM O BAHÊA, p ZÉDEJESUSBARRÊTO

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| 20/11/2011 às 23:07
Jogador do Bahia admirado com derrota e o do Palmeiras, com a vitória fácil
Foto: AE
‘Cada dia sua agonia', diz a sabedoria popular. Sábado, foi o Vitória no Barradão, domingo foi o Bahia em Pituaçu. Decepções. O torcedor de um não pode sacanear com o outro. Deu empate no Ba Vi de fiascos.

Pituaçu estava lindo, lotadinho, todos os ingressos foram vendidos, um belo colorido nas arquibancadas, a Bamor puxando o entusiasmo da galera, até que ...

Dava para prever uma atuação opaca do tricolor desde a escalação do time. O treinador Joel Santana não contava com seus dois laterais titulares e não tinha também o frente de zaga Fabinho. Daí decidiu colocar na ala direita Jancarlos que há muito não joga, em recuperação de contusões seguidas, meio fora de forma e sem ritmo, sem tempo de bola. Não foi bem. Na esquerda, no lugar de Dodô (fora dos campos por seis meses depois daquela entrada criminosa do zagueiro Bolívar do Inter no jogo passado) optou pela improvisação do meia marcador Helder, que não tem velocidade nem cacoete de lateral. Jogou muito mal.

Pior de tudo: no lugar de Fabinho escalou o meia Camacho. Esse sempre que entra joga mal: não marca, não apóia, nada cria e mostra-se um atleta sem fibra. Joel ainda cometeu mais um equívoco: a escalação do meia Carlos Alberto, o maior salário do clube, mas que passa a maior parte do tempo no departamento médico; mostrou-se mais uma vez desentrosado, fora de sintonia com a equipe, individualista, sem nenhum poder de fogo.

O resultado, o que se viu em campo foi um time apático, sem saída pelas laterais, sem velocidade, sem pegada no meio, sem chutar no gol adversário, sem meter medo nos palmeirenses, que entraram em campo respeitando o tricolor mas, já que encontravam facilidades... foram pra cima. E o Verdão de SP ganhou de 2 x 0 sem precisar jogar uma bela partida. Fez o suficiente.

Ganhou, fez os dois gols em lances de ‘bola parada' bem executados pelo meia Marcos Assunção, um especialista. A partida estava murrinha, as duas equipes brigando muito pela bola no meio campo, até que aconteceu um escanteio do lado direto da defesa tricolor: Marcos Assunção bateu como gosta, de curva, forte, fechadinho, quase gol olímpico não fosse a raspadinha de cabeça do atacante Ricardo Bueno.

O time tricolor sentiu o impacto, saiu pro jogo mas pouco criou. Aos 28' Lulinha fez uma bela jogada, cortou dois zagueiros mas bateu nas mãos do goleiro Deola. O Palmeiras, ao estilo Felipão, marcava duro, se fechava, explorando os contragolpes com Valdívia dando trabalho à defensiva baiana, saindo pelas laterais em velocidade.

Na segunda etapa, Joel entrou com Junior no lugar de Camacho e abriu-se mais aos contra-ataques. Depois colocou Nikão em lugar de Carlos Alberto (que saiu sob vaias) e Maranhão no de Helder. Felipão fechou-se mais. A defesa palmeirense dava bicos e o Bahia não conseguia penetrar. Muitas bolas altas alçadas na área do Verdão, um chute de Lulinha de fora da área que raspou a trave e só.

Do outro lado, Lomba fez no mínimo três defesas espetaculares, duas em chutes a queima-roupa, de frente, com a zaga vencida. Aos 45', o árbitro achou uma falta para os paulistas na frente da grande área: Marcos Assunção caprichou e acertou o ângulo, sem defesa, sacramentando: 2 x 0.

Merecido. O Palmeiras jogou mais, teve mais a bola, comandou o meio campo e criou nos contragolpes muito mais chances de golear. O Bahia jogou mal, errou muito e criou pouco, não achou espaço para chutar, fez uma partida apática, decepcionante.

Destaques: No tricolor, o goleiro Marcelo Lomba evitou uma goleada, Tite jogou o de sempre, Fahel se desdobrou na marcação de Valdívia e Lulinha teve lampejos. Só.
No Palmeiras, Marcos Assunção é quem dita o ritmo e decide; Valdívia, inquieto, deu trabalho e o lateral direito Cicinho passeou na avenida. Felipão substituiu e orientou bem o time, que não deixou o Bahia jogar, em nenhum momento.

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Bem, nem tudo está perdido, mas o risco de rebaixamento ainda ronda (e como!) o ninho tricolor, apesar dos quatro pontos de distância entre o Bahia e o primeiro do grupo dos possíveis degolados. O problema é que o Bahia enfrenta no próximo final de semana a poderosa equipe do Santos (de Neymar, Ganso e Cia) na Vila Belmiro. E, por último, bate de frente com o Ceará, em Pituaçu - um Ceará desesperado, à beira do rebaixamento, mas um time tinhoso e muito perigoso fora de casa, que nessa rodada enfiou 3 x 1 no Grêmio, em Porto Alegre.

Portanto ... Haja coração, oração, sal groso, galho de arruda ... Vai precisar de sorte, muita sorte, além de futebol. Se jogar essa bolinha que jogou contra o Palmeiras... sei não.
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