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Dedé ou Dedebauer é a boa revelação do campeonato brasileiro
Foto: Maurício Val
No sábado, pela Série B, o rubronegro tem um jogo decisivo e qualquer derrapagem será fatal para as pretensões de voltar à Primeira Divisão paroano. O adversário é o São Caetano, o azulão do ABC paulista, que batalha desesperado para não cair no inferno da terceirona, e o campo dessa refrega é o Barradão, a Toca do Leão.
Nem pensar em empate, é vencer e esperar, torcer por vacilos do Bragantino ou da Ponte Preta que têm jogos aparentemente fáceis: em casa a Ponte recebe o ABC de Natal e, também em SP, o Braga pega o Asa de Arapiraca. Barradão cheio, então.
A situação do Bahia pode parecer mais cômoda, mas ... a verdade é que o time ainda não espantou de vez o risco de um rebaixamento para a Segundona. Levou 1 x 0 do Inter de Porto Alegre na noite dessa quarta, na Beira Rio, um placar normal (até pelos desfalques de Souza, Titi e Paulo Miranda), não fez feio, mas veio do Sul com desfalques sérios para o jogo difícil de domingo contra o Palmeiras, em Pituaçu.
A arbitragem desastrosa de Paulo Cesar Oliveira, mais uma vez, tirou do time o jovem lateral Dodô, vítima de um entrada criminosa do zagueiro gaúcho Bolívar. O árbitro deu amarelo para o becão, quando devia dar o vermelho pela agressão, e não marcou o pênalti, preferiu dar uma penalidade de dois toques dentro da grande área do Inter, um absurdo de interpretação das leis.
Dodô foi direto do estádio para o hospital com suspeita de fratura na tíbia - a tevê mostrou a entrada desleal de Bolivar, mas ... Como se fosse pouco, o lateral Marcos levou amarelo, o terceiro, e está fora do próximo jogo; o mesmo aconteceu com o volante Fabinho, que tirou uma bola de carrinho na meia lua da área, sem atingir o adversário, sem falta, e o árbitro apitou e deu-lhe cartão.
São três desfalques sérios, fundamentais. Joel Santana bradou irritado contra a arbitragem (que também não viu dois pênaltis em favor do Inter, bola na mão) que permitiu o jogo brusco dos atletas colorados que abusaram de faltas seguidas e duras intimidando os tricolores.
O Palmeiras, em turbulência como de costume, tem apenas um ponto a mais que o Bahia e faz um jogo de vida ou morte tentando também sair da incômoda zona próxima do rebaixamento. Vai ser uma guerra. Vencer é fundamental para ambos.
O Bahia tem de se impor em casa e sair pro jogo, não há outra alternativa, garantir logo os três pontos da salvação. Porque depois do Palmeiras o Bahia sai para enfrentar o Santos de Neymar e Ganso na Vila Belmiro e pega, em casa, no desespero, o tinhoso time do Ceará, que anda na zona da queda, em agonia.
Fim de semana quente e preocupante para os baianos, portanto.
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NeyMessi
Neymar ou Messi ... par ou ímpar?
Diante do confronto Santos x Barcelona, agora em dezembro, e da escolha do Bola de Ouro da Fifa, o Melhor do Mundo/2011, fico pensamentando:
Mesmo os gênios, os semideuses da bola carecem de boas companhias para mostrar todo seu esplendor de luz.
O Santos de Pelé era uma equipe de super-craques, da defesa ao ataque (Gilmar, Mauro, Lima, Zito, Mengalvio, Dorval, Coutinho, Pepe...). Garrincha teve ao lado Didi, Nilton Santos, Amarildo, Jairzinho, Zagallo... O Flamengo de Zico tinha também Junior, Leandro, Adílio, Andrade. Eram estrelas em conjuntos brilhantes.
Messi, ao lado de Xavi, Iniesta, Villa, Piquê & Cia, no Barcelona, é o melhor do mundo, mas atuando no atual ‘escrete' argentino não acha seu jogo. Neymar quer um trono no panteon das divindades da bola porém necessita de mais, melhores e constantes companhias. Por enquanto tem somente Ganso e Elano (quando jogam) e Borges ou Arouca ... Convenhamos!
Mas, bola é bola, quem sabe a turma de Muricy Ramalho se supera em campo e vence o poderoso Barça de Guardiola e Dani Alves, no Japão? Ou, quiçá, Neymar decide a Copa das Confederações e a Copa do mundo 2014 para o Brasil? Ai, então, o ‘pica-pau' escreve o nome. Para que haja chance de isso acontecer é urgente que Mano Menezes defina de uma vez por todas o grupo (Neymar e mais 10 como titulares e os outros 11 reservas) e ponha pra jogar para que ganhe entrosamento, confiança, embalo.
O Uruguai de Luis Suarez, Forlán, Fernandez, Lugano ... está voando, ganhando tudo. E tem a España campeã do mundo, e mais a Alemanha, fortíssima e rejuvenescida...
Não descreio da individualidade dos fora-de-série, na capacidade de decidir sozinhos em alguns instantes e circunstâncias que ficam para a história, como Garrincha, Maradona, Romário, Ronaldo, Messi, Neymar e ... acima de todos eles, Pelé.
A grande diferença de Pelé para todos os outros é que Ele brilhou intensamente por 15 anos seguidos. No dia em que não estava inspirado, o que era raro, costumava fazer o gol da vitória. Foi coroado Rei ainda menino, em 1958, na Suécia e em 1970, no México, reinou absoluto, ao lado de Tostão, Gerson, Rivelino, Jairzinho, Carlos Alberto, Clodoaldo... Os números de Pelé (gols, títulos) são absurdos, longe de serem batidos, ainda hoje. Foram quase 1.300 gols e jogadas que até hoje todos tentam. Sua perfeição é uma meta.
Aos 19 anos, Neymar é um craque espetaculoso, chapliniano. Messi, aos 22, é mais objetivo, tático, coletivo. O brasileiro lembra Garrincha; o argentino pode ir além de Maradona, basta-lhe uma Copa. Messi seria um Neymar no Santos? Neymar seria um Messi no Barcelona? Na escolha do baba, ‘par ou ímpar', qual dos dois você escolheria pro seu time? Qual deles será coroado na Copa brasileira de 2014? Ou, até lá, teremos um outro ‘fenômeno'?
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Piada de português
Os vascaínos, em estado de graça este ano, estão chamando o jovem zagueiro Dedé de Dedebauer, numa referência ao líbero alemão Beckenbauer. Pois, não seja por isso; os torcedores da Portuguesa de Desportos, a Lusa do Canindé campeã da Série B, já apelidaram o meia baixinho baiano Ananias de Ananiesta, numa referência ao meia Iniesta do Barça e da seleção Espanhola.
Eu, cá... tenho saudades de Roberto Rebouças, Nelinho, de Baiaco, Cleber Carioca ... quem viu jogar?
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E o Corínthians, sem brilho mas bem arrumado, vai chegando, chegando... se não der vacilo nas rodas finais será mesmo o Campeão Brasileiro de 2011, sem craques, sem estrelas no time.
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