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Sanches (Corinthians), Alckmin, Kassab e Ronaldo vibram por abertura em São Paulo
Foto: FP
Definido: Salvador não será sede de abertura nem de encerramento da Copa do Mundo(2014), tampouco também da Copa das Confederações (2013). Perdemos os espaços de destaque que poderíamos ter, como principal cidade-sede de jogos do Nordeste, para o Ceará/Fortaleza.
O Castelão de Fortaleza tem as obras mais adiantadas e uma capacidade de público maior do que a Arena Fonte Nova. A capital cearense, hoje e agora, está melhor preparada para abrigar a Copa do que Salvador, caiamos na real. Basta de presepada, enganação.
De nada adiantaram as viagens ao exterior (desde a Copa africana que ele roda mundo a pretexto de qualificar Salvador para sediar aberturas e fechamentos de competições, (‘homi qua sinhô me deixe!'), tampouco as entrevistas ufanistas do secretário especial para assuntos da Copa, Ney Campello, militante do mesmo partido (PCdoB) do ministro ‘cai-não-cai' baiano, o tal Orlando, dos Esportes, que é mui amigo do ‘Capo' Ricardão Teixeira, da CBF, com o qual a nossa presidenta Dilma não troca palavra.
Também de nada têm valido as propagandas governamentais do ‘ligeirinho' na tevê. É ficção publicitária pura, de olho nas urnas futuras. A nossa cidade está uma bagaceira, do centro às periferias, um horror!
Dê uma geral: A cidade do Rio de Janeiro está em obras, respira Copa e Olimpíadas. São Paulo é uma locomotiva, o Itaquerão começou ontem e está sendo levantado do nada num ritmo impressionante. Brasília vem investindo alto em infraestrutura, é a capital do país, já pinta como sede de grandes jogos, qualificando-se mais a cada dia. Belo Horizonte anda a todo vapor, plantando BRTs, linhas de metrô ...
Aqui, voltado ao nosso terreiro, nem um prego, nem um tijolinho a mais, só agá. A despeito do blábláblá eleitoreiro baiano (cá só se pensa nisso), as obras da Fonte Nova seguem em ritmo lento, só temos 27 % delas concluídos por capricho das empreiteiras, que têm um nome a zelar e muita grana investida, dinheiro gordo a receber.
Daí, nem se pode afirmar ainda se teremos ou não no gramado novo (?) algum baba da Copa das Confederações, em 2013, na Bahia. A Fifa deixou Salvador e Recife em estado de alerta. E será que teremos jogos da Copa? Em 1950 morremos na praia.
No mais, além do papo 171 politiqueiro, nada acontece, embora já tenha muita promessa por conta dos eventos esportivos. A publicidade da falida Prefeitura, paga com nossos recursos, diz que somos ‘a cidade da Copa'. O assunto rende.
Sim , e quanto a qualificação, o credenciamento da cidade como sede do eventos esportivos internacionais? Hum? Infraestrutura, zero. Cadê o metrô de légua e meia?
Até o Exército já entrou na fita, de ordem unida, mas ... nada: o Bonocô espera o trem! E o outro (BRT, VLT, elevados, rasteiros, voadores, rapidinhos?...), o tal metrô da Paralela, de bilhões, será que começam as obras até a bola rolar? Vai ser deveras um bom mote para os programas eleitorais da campanha pra prefeito em 2012, podes crer. Já tô afiando o discurso...
No mais, a nossa banda larga continua estreita e as conexões caem a cada ventania primaveril, como também as redes elétricas, falta luz quando chove, a fiação velha entre os galhos de árvore, os gatos miando... Lembre-se : a Copa acontece em junho, começo de inverno, hein!
O nosso atendimento hospitalar público continua precário, a rede hoteleira é a mesma, o Pelourinho nos envergonha e entristece, a Baixa dos Sapateiros está falida, a Avenida Sete virou um mangue, o lixo fede por todo canto, os cartões postais estão abandonados ( já privatizaram o Elevador e os charriôs? Desce ou sobe?), nossas praias tornaram-se o paraíso dos isopores, parassóis, mesinhas de plástico e tamboretes imundos; desordem nos bairros, o transporte urbano é deprimente, a violência assusta, o som alto dos carros mostra nossa ignorância, a cachaceira nos postos de gasolina exibe a estupidez, as motos doidonas a 200 por hora... alguém fiscaliza? A impunidade garante, educação pra quê ?
Oí, me deixe! E ficam ‘uns porreta' nos microfones, nas folhas, diante das câmaras a falar abobrinhas, a enganar os bestas de que teremos isso e aquilo, que o tal ‘legado' da Copa vai nos levar à modernidade, porque os projetos, os projetos... e vem aí pontes sobre a baía, sobre as matas de Pituaçu, e teremos trens, e vias exclusivas, e novas avenidas, e banhos de luz, e mais empregos, e ... como nunca dantes na historia da Bahia ... Aooonde?
A essa altura do campeonato estaremos bem felizes se o Vitorinha chegar próximo do grupo dos quatro primeiros, na segundona, faremos carnaval com trio de ‘craudia letche' se o Bahêa não cair ... e soltaremos foguetes se o presidente Ednaldo, da FBF, nos explicar o segredo de seus cabelos, se Ney Campelo nos disser porque tanto ri quando dá entrevista, se o João, enfim, fizer uma limpeza o Thomé de Souza, se o Elevador voltar a subir e a descer, o Plano Inclinado funcionar de novo, se Clarindo voltar a sorrir na Cantina da Lua. Deus seja louvado!
Na Copa 2014, bastam dois joguinhos meia-boca pelas oitavas de final, nenhum de seleção brasileira (homi quá!), sequer uma semifinal (a Bahia merece?), nenhuma obra de requalificação urbana no entrono da Fonte Nova, pra que mexer, né? Tá tão bunitim!
No mais, agüentaremos bem, como temos feito, a Paralela engarrafada, buzus lotados, as ‘mini' atropelando nas paradas, as motos arrepiando pelas ruas, os ambulantes ocupando todos os espaços disponíveis na tora, o crack comendo nas esquinas, a cervejinha quase fria no copo plástico sob o sombrero, os serviços de terceiro mundo, o acarajé a cinco paus (sem camarão), o ferry em pane na travessia, o aeroporto ‘internacional deputado Luis Eduardo Magalhães, Dois de Julho de Ipitanga' de uma só pista, curta, sem estacionamentos suficientes, lojas fechadas e mais pingueiras com alagamentos especiais no salão de embarque quando chove...
Ah, tem fitinha do Bomfim de poliéster (made in China) e berimbau de cacete engana turista, tem capoeira acrobática e piriguete de shortinho se botando... e pititinga com pimenta: serve? é o que temos, vai?
Ora, vamos ser claros, a Bahia, no esporte e fora dele, não tem nenhuma representatividade, hoje, em âmbito nacional. Quem nos representa? João, Ednaldo, Campello, o governador? Nosso marqueting é doméstico, eleitoreiro, nossas aspirações são provincianas, somos uns pagodeiros, axezeiros, de segunda divisão.