Ele que estava, até agora, no aconchego do meio da frota, David Raison (747 - TeawWork Evolution) acaba de saltar, em 24 horinhas, de um déficit de mais de 30 milhas para a liderança da prova. Mar aplanado, ângulo de vento favorável e uma trajetória sem excedentes, levando um dos grandes favoritos da regata para a frente da cena Atlântica. O jibe que ele foi o primeiro a deflagrar um pouco depois de meia-noite, o projetou numa linha direta rumo a passagem entre as ilhas de São Nicolau e Boa Vista à menos de 150 km de sua proa.
Isso significa, que a partir dessa noite ele terá que gerenciar a delicada chicane no coração do arquipélago. No menu, rajadas, mais rajadas e como se não bastasse, ainda mais rajadas, e de brinde, a circulação de barcos comerciais, os fenômenos físicos próprios das ilhas, efeitos Venturi, sombras de vento, e barcos de passeio. Um ato talvez decisivo acontecerá na Charente-Maritime/Bahia Transat 6,50, a 2.000 milhas da chegada, mas em um contexto meteorológico dos mais singulares, com um Pot au noir ( Zona de Convergência Intertropical) do qual o limite ao norte fica em numa área de veraneio, às margens do arquipélago. As horas de grande velocidade entre duas tempestades serão provavelmente as últimas que os solitários terão por muito tempo. Depois chegará a vez da intuição, esse momento de graça que revela os grandes campeões.
David Raison
está na frente, tendo boas lembranças dos seus camaradas. Bertrand Delesne (754 - Zone Large) teve que ceder por 3 pequenas milhas, o posto de líder que ele continua cobiçando a qualquer preço. Ele até pode ver o jovem e talentoso Thomas Normand (787 - Financière de l'Echiquier) surfar sob seu vento. Um novo jibe se produzirá nas próximas horas, o que levará os dois homens, bordo a bordo para admnistrar a entrada no coração do arquipélago. Sébastien Rogues, (716 - Eole Generation - GDF SUEZ) sacrificou propositalmente, algumas milhas e seu primeiro lugar na classificação geral provisória, ao continuar um pouco mais que seus adversários, seu bordo a oeste. Ele espera, com esse deslocamento, nas próximas horas, se beneficiar de um ângulo ao vento mais propicio para orçar, entrar no leito do vento, para acelerar nesse pequeno sprint final rumo ao Cabo Verde, que temos que concordar, é bem picante.
A segunda fila, atrás desse grupo líder, apresenta um casting de peso, tendo, por ordem de entrada em cena e o mais ao oriente do pelotão de caça, o alemão Jorg Riechers (753 - Mare.de) que também está perfeito no rítmo dos puxadores de fila. Em seguida, temos os aficionados pelo tempo com rajadas, que registram, entre dois levantamentos, médias de mais de 12 nós, Guillaume Le Brec (667 - Occamat/ADT), Milan Kolacek (759 - Gaben>Follow me) ou Antoine Rioux (800 - Festival des pains)... Todos navegam com potência máxima, incitados pelo temor desses famosos fenômenos de passagem de nível, característicos das ilhas e isso comm o menor distanciamento possível, que eles esperam, gerenciar, essa noite, a chicane caboverdiana.
Se existe um competidor cujo as depressões tempestuosas, e suas brutais acelerações de vento com mais de 30 nós, não conseguem intimidar, ele se chama Clément Boyssou (514 - Douet Distribution). O segundo lugar na categoria de barcos de Série no final da etapa em Funchal, se intercalou à classificação entre o líder de sangue frio, Gwénolé Gahinet (455 - Asso Watever-gwenolegahinet.com) e o sólido Nortista Pierre Brasseur (552-Voiles Océan). Seu « mergulho » no extremo sul, feito ontem de tarde, quando ele ainda navegava ao lado de Davy Beaudart (674 - Innovea Environnement) que ficou bem isolado no oeste, o levou como um avião para a esteira dos melhores, em um excelente bordo fechado que ele tem motivos de sobra para preservar até a passagem pelo Cabo Verde. Nós podemos notar que com as 222 milhas percorridas nessas últimas 24 horas, Gwénolé Gahinet exibe uma performance que lhe conferirá no alto da tabela dos veleiros Protótipos. A passagem pelo coração das ilhas deverá acontecer de dia para os barcos de série que estavam no levantamento do meio-dia, a mais ou menos 175 milhas das ilhas do Sal e São Nicolau. A britânica Pip Hare (743 - The potting shed), a competidora posicionada mais ao leste, não encontra evidentemente as mesmas condições que Davy Beaudart, o mais a oeste. Os episódios tempestuosos, ao longo dessa « onda » meteorológica que evolui ao norte do Cabo Verde submete, de uma maneira aleatória, os solitários a passagens de vento violento, seguidas de uma brutal queda de pressão.
Após 5 dias e 5 noites difíceis, cada um dos 75 navegadores deverá lamentar sua cota de problemas técnicos mais ou menos preocupantes. A prova entra assim em sua fase mais delicada intelectualmente e exige dos organismos cansados, vigilância e pertinência na apreensão de um sistema meteorológico especialmente opaco e complicado. Condições meteorológicas que se mostram complexas, mesmo vistas confortavelmente na tela de um computador em terra firme!
Classificação dos Protótipos em 17/10/2011 às 12h00 (hora francesa) - 33 inscritos
1. David raison (747 - TeamWork Evolution) a 2.084,39 milhas da chegada
2. Thomas Normand (787 - Financière de l'échiquier) a 1,79 milhas do líder
3. Bertrand Delesne (754 - Zone large) a 2,14 milhas do líder
Classificação da categoria Série em 17/10/2011 às 12h00 (hora francesa) - 46 inscritos
1. Gwénolé Gahinet (455- ASSO Watever gwenolegahinet.com) a 2.171,18 milhas da chegada
2. Clément Bouyssou (514 - Douet Distribution) a 2 milhas do líder
3. Pierre Brasseur (552 - Voiles Ocean) a 3,71 milhas do líder