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Mano Menezes tenta controlar a bola e sua seleção de futebol lento
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Atuando apenas com atletas que jogam em clubes dos países de origem, Argentina e Brasil fizeram na noite de quarta-feira, no Estádio Mário Kempes, em Córdoba, um amistoso de luxo, cata-níquel, tentando reviver a velha rivalidade da antiga Copa Roca. Mas o jogo foi morno, insosso, nem se viu a animosidade em campo tão comum entre patrícios e hermanos.
Está em jogo um troféu, mostrado na tevê e feio pra burro, que deve ter um ganhador no jogo de volta, que será realizado no dia 28, em Belém do Pará.
O time do treinador Mano Menezes, que continua fazendo seus experimentos de olho numa equipe para a Copa 2014, mostrou-se desentrosado e frágil nalguns momentos, com muitos estreantes sentindo o peso da camisa canarinho, errando passes e dando chutões: Danilo, Dedé, Rever, Renato
Abreu (apagadíssimo)...
O que salvou o espetáculo, para uma boa platéia sem grande entusiasmo, foram algumas belas jogadas, arrancadas e dribles de Neymar (diferenciado e desconcertante) e o centroavante Leandro Damião, que meteu uma bola de canela na trave e , no segundo tempo, deu um ‘banho de cuia' aplicando uma ‘lambretinha' no zagueiro, dentro da área, e tentou colocar a bola por cima do goleiro, acertando a trave. Foi aplaudido pelo estádio inteiro. Foi só.
Ronaldinho Gaúcho, sempre tentando as jogadas de efeito, só apareceu numa falta cobrada já perto do fim do jogo em que o goleirão Orion fez uma bela defesa, espalmando a bola para escanteio. Os argentinos trocaram melhor a bola e bem que tentaram, mas não acertavam o alvo. Nenhum grande talento a destacar(Martinez e Boselli foram os melhores).
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Série A
Depois do fiasco contra o Atlético Mineiro, quando levou 2 x 0, jogou lhufas e caiu na zona do
rebaixamento, o Bahia volta a atuar em Pituaçu no domingo á tarde, enfrentando o Fluminense do Rio, time de melhor campanha até agora no returno da primeirona. É um jogo difícil, mas quem tem medo de sentar no vaso ... não come.
O treinador Joel Santana teve uma semana para conhecer melhor o plantel e arrumar o time. Pelo que conhecemos do trabalho do ‘papai Joel', ele deve recompor o meio-campo do tricolor com mais um homem de marcação e apostar em mais de velocidade na frente, explorando contragolpes. Joel quer um time mais manhoso, mais malandro em campo. A torcida quer mais fibra, mais vontade dos atletas e ... gols! É preciso chutar mais, arriscar mais, mesmo de fora da área. Se não chuta, não faz. E quem tem medo de perder não ganha.
É hora de começar a vencer os jogos em Pituaçu, já. Ou o time arranca já ou vai patinar no lamaçal
da zona até cair. A impaciência do torcedor beira já o desespero. E a pressão vai subir.
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Série B
O Vitória, depois da goleada de 5 x 1 sobre o Duque de Caxias, na noite de lua cheia da terça-feira com o Barradão a meia-boca, enfrenta no sábado à tarde o ABC de Natal, lá no Rio Grande do Norte.
Um time bem arrumadinho e duro de roer, sobretudo em casa. Pra se ter uma idéia, na mesma terça, o ABC ganhou do Goiás (2 x 1 ) lá em Goiânia. O rubronegro não vai achar a moleza do jogo contra o Duque, o lanterna, que mostrou em campo um futebol rudimentar (ou rude?).
Na goleada, destaque sobretudo para a ótima atuação de Geovani, no meio campo, ditando o ritmo, passando bem, correndo, chutando em gol; feliz também a partida do menino Marquinhos: lépido, esperto, inteligente e goleador (fez três gols, dois belíssimos). No mais, Preto e o garoto Felipe mostraram qualidade e bom toque de bola, Neto Baiano o brigão de sempre, e Uéliton, pra variar, arrepiando, bem ao estilo segundona.
Se mantiver a pegada e o meio-campo jogar o que mostrou no Barradão, o rubronegro pode arrancar um bom resultado lá em Natal e encostar ainda mais no grupo dos quatro primeiros, na tabela de classificação. É uma briga de foice, de cachorro grande. A disputa pela subida à primeirona é medonha.
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Punição
E o ‘menino maluquinho' Jóbson, hein? Os ‘velhinhos' da Fifa, lá na Suíça, decidiram que ele só vai poder voltar aos gramados em março de 2012, paroano portanto. A saída dele do Bahia, depois das
arruaças que aprontou com os companheiros de time, deve ter pesado na decisão.
Quem sabe, ele tivesse um pingo de juízo e ficasse quieto, jogando sua bolinha, sem perturbar o ambiente com noitadas e muuuita marra ... o resultado do julgamento seria mais favorável? Deus permita que ele, agora, aproveite o molho para amadurecer e não caia na gandaia de uma vez por todas, pegando drogas pesadas. Temo que essa punição signifique o fim de linha do jovem e habilidoso
atacante.
Li uma entrevista de Renê Simões dizendo que, por ele, treinaria o Jobson numa boa, o problema do atleta no Bahia teria sido com os colegas do time e não com ele, o treinador. Estranho. Não foi isso o que ele falou diante das câmaras e microfones quando ainda era o treinador do clube e decidiu afastá-lo do plantel do Bahia depois de mais uma ‘aprontação' do rapaz. Lembra? Qualé a sua, professor bigodudo? Tinha vosmecê em melhor conta, como um cara mais decente.
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Bola redonda
Mesmo quando não ganha ... dá gosto de ver jogar o Barcelona, com sua troca de passes, os jogadores circulando em campo, a bola rasteirinha, tratada com cuidado... parece poesia.
No jogo contra o Milan, essa semana, o Barça saiu perdendo (uma arrancada e golaço de Pato aos 20 "), virou o jogo, teve mais de 70% de domínio da bola, passeou, criou várias chances, o Milan só se defendia, até que, no minuto final, Tiago Silva subiu mais que todo mundo e testou uma cobrança de escanteio empatando a partida em 2 x 2. O futebol é cruel, imprevisível, e nem sempre ganha quem tem o domínio do jogo. Talvez por isso seja um esporte coletivo tão diferenciado, tão
emocionante.