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Time com uniforme bonito, bem arrumado, mas sem jogar bom futebol
Foto: Altino Alvim
Depois de duas vitórias seguidas, que deixaram o time já encostando no grupo dos quatro primeiros colocados na tabela de classificação, o rubronegro baiano encara nesse sábado, no Barradão, o Icasa da terra do ‘padim' Padre Cícero com a determinação de dar uma arrancada no returno (o jogo é pela segunda rodada da 19 previstas) e conseguir o retorno à primeira divisão em 2012.
A equipe fez uma boa partida nos 3 x0 em cima do Vila Nova no Serra Dourada, em Goiânia, terça-feira. A defesa não levou gols, o meio campo pareceu mais equilibrado com a presença de Uéliton mais contido, Mineiro e Preto marcando e apoiando e Lúcio Flávio livre para a criação das jogas. Na Frente, Neto Baiano batalhador e Marquinhos lépido, insinuante.
Se mantiver e impuser em campo esse padrão de jogo contra o Icasa (que atua muito bem no sertão do Ceará) será um alento para o torcedor rubronegro que anda meio injuriado, desconfiado nessa segundona e tem comparecido pouco na Toca do Leão. Nesse sábado á tarde é a hora de chegar junto, dar um empurrão à turma do Benazzi, um treinador competente e que conhece o caminho das pedras da disputada segunda divisão.
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Já o Bahia, em semana recheada de comemorações pelos 80 anos, viaja para o Rio de Janeiro e lá no Engenhão enfrenta o Flamengo, time candidatíssimo ao título de campeão da primeira divisão, no domingo.
A equipe começou muito mal o returno, empatando na noite de quinta-feira contra o fraquíssimo América de Minas, num 0 x 0 para se esquecer, de tão ruim que foi o jogo. Seguramente, foi a pior partida do tricolor no seu retorno à primeirona. O tricolor acabou a roda a um pontinho apenas da zona do miserê, despencando.
Pouco mais de nove mil pagantes viram o desfile do novo buzu do clube pela pista de Pituaçu minutos antes de a bola rolar (bonito, tudo bem, mas precisava aquela cena de puro provincianismo, com o ônibus girando, buzinando, piscando, o torcedor bobo aplaudindo, se espremendo para tirar fotos de celular...? Ora me deixe !).
O problema é que ônibus não joga bola e o time que entrou em campo de camisa nova, mais uma, azulona, foi um horror com a pelota rolando! Mal escalado, desarrumado no meio campo, sem fibra, perdendo todas as disputas no corpo a corpo, nenhuma criatividade, pouquíssimos chutes a gol, substituições equivocadas do treinador e, enfim, um péssimo espetáculo: chutões a esmo, encontrões, passes errado, um jogo típico de terceira divisão.
No término: vaias, gritos desesperados pedindo a saída de Renê Simões, o professor bigodudo, e uma certeza: com essa bolinha, o caminho é descer a ladeira para a segundona em 2012, desembestado.
Assim, nesse clima, o Baêa vai encarar o Flamengo, no Rio. Com Tiago (um goleiro trapalhão) em lugar de Lomba, um meio campo indefinido e perdido (todo jogo muda) e um ataque que não finaliza.
Alô Marcelinho! Souza como atacante titular do Bahia é uma piada de mau gosto, escalá-lo é um ato de irresponsabilidade e desrespeito ao torcedor e à história de um clube que já teve Vareta, Zé Hugo, Carlito, Alencar, Hamilton, Picolé, Beijoca, Dario, Claudio Adão, Charles ... vou parar por aí.
Mais, enquanto escrevo essas mal traçadas ... Renê Simões pode ter sido afastado do cargo de treinador, que ocupa desde o começo da competição. Pelo que vi em Pituaçu, ele perdeu totalmente o comando, o controle e matou o tesão de jogar do grupo. Um novo treinador daria uma sacudidela no plantel, mas... quem?
O elenco tem buracos: Ávine, machucado, não tem substituto; RIcardinho se arrasta, lento e não tem um meia de ofício no plantel; Carlos Alberto se acha uma estrela maior que seu brilho e não tem reserva a altura; Jobson saiu e ... quem para o seu lugar, com poder de fogo e brilho? Centroavante... cadê ? O melhorzinho é Junior ‘pipoca', mesmo com seus 34 anos bem vividos e muita infelicidade nos arremates a gol. Mas, pelo menos, briga pela bola.
Língua do povo:
"Temos um belo buzu, camisas lindérrimas, cores belas, um hino de arrepiar, história pra ser contada, uma torcida apaixonada... mas, cadê time em campo?"