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O Bahia fez sua melhor partida, abusou de perder gols e o "espírita" Alan Kardeck não perdoou
Foto: Lúcio Flávio
Pituaçu cheio, em festas, muitas crianças e mulheres, tudo lindo! Um jogaço de bola!
O Bahia fez, sem dúvida, o seu melhor jogo no Campeonato Nacional, pela primeira divisão, o melhor jogo deste ano no Pituaço, sem nenhuma dúvida. O primeiro tempo do tricolor foi muito bom. Marcou bem, defendeu-se com eficiência, ocupou os espaços, foi o dono da bola e criou chances, uma atrás da outra, para golear... foi muito superior em campo. Mas, sabe qual foi o placar do jogo? Santos 2 x 1 Bahia.
Perguntaria o torcedor: Então, se o time jogou tão bem por que perdeu o jogo?
Primeiro porque o adversário foi também competente, claro. Trata-se do Santos de Neymar, de Ganso, Elano, Arouca ...
Segundo, porque o tricolor abusou de perder gols, seus jogadores desperdiçaram chances incríveis de marcar. Faltou competência? De quebra, o Bahia meteu duas bolas na trave, a bola parecia que não queria entrar.
Outro toque: o time continua prejudicado seriamente pelas arbitragens. O tricolor teve gol anulado, suspeito. E aconteceram duas penalidades máximas (uma em Jones e outra, escandalosa, em Ávine) e o árbitro (Sr Ricardo Marques Ribeiro, mineiro) fez que não viu. Além da falta de critério, sempre favorecendo o time santista.
Tem mais: as substituições feitas pelo treinador Renê Simões na metade do segundo tempo deram errado. Quebraram o ritmo, o time afrouxou a marcação, perdeu a força e o domínio do jogo, ensejando o segundo gol fantasma do Santos. Renê tirou Júnior, que fazia seu melhor jogo vestindo a camisa tricolor e colocou Reinaldo, que nada fez. Tirou Diones, marcador, e colocou o lento Ricardinho. Talvez a substituição mais correta seria a de Carlos Alberto que estava mortinho em campo.
O gol que deu a vitória ao time paulista, apanhou todos de surpresa, meio sem querer, um gol ‘espírita', lá de fora da área. Sabe o nome do atleta que marcou o gol? Alan Kardeck.
O Jogo
O Bahia começou em cima e Ávine, já aos 2', entrou livre pela esquerda e chutou forte pra fora. Aos 4, Ganso recebeu no meio da área e foi derrubado por Paulo Miranda: Neymar bateu o pênalti e fez 1 x 0. O Bahia foi pra cima. Junior entrou de frente e chutou forte: o goleiro Rafael defendeu. Aos 6', Neymar, em posição de impedimento, perdeu o gol. Aos 12', Ávine cruzou e Júnior testou, no travessão. Aos 25' Marcos entrou livre, de cara, e perdeu um gol incrível, só. Aos 28', cabeçada de Fahel, defesa de Rafael e Junior completou, impedido (?). Aos 30', Jones, de cara, perdeu mais um gol. Aos 30, Marcos fez boa jogada pela direita, bateu forte, o goleiro deu rebote e Junior empatou : 1 x 1. Aos 41', Ávine arrancou e foi derrubado na entrada da área: Marcos bateu a falta e acertou a trave, no ângulo. O Santos respondeu com Borges aos 43', mas Lomba pegou.
O Santos voltou com Vladimir no lugar de Rafael, no gol. O jogo ficou mais cadenciado. Nos 10 primeiros minutos, Jones, Marcos e Junior tiveram chance, mas perderam. Ganso, de fora, acertou o travessão. Aos 11' Jones invadiu a área e foi empurrado, o árbitro não deu. Aos 15 e 16 minutos, DIones e Jones bateram forte, de frente, mas não acertaram o alvo. Na sequência, Ávine fez ótima jogada, saiu driblando e foi derrubado por trás, na área: o árbitro nem aí pra ele. Aos 23 Neymar saiu costurando a defesa, mas Lomba salvou. Aos 30 Gabriel, só, de cara, perdeu um gol inacreditável. Aos 37 ‘, depois de um escanteio rebatido por Lomba, a bola foi caindo fora da área, o meio campo do Bahia deu mole e Alan Kardeck, de prima, tocou pelo alto pegando o goleiro fora do gol - 2 x1, quando ninguém esperava. A partir daí... o Santos amaciou a bola, truncou, mascou o jogo com classe até o final.
Destaques
Fahel seguro na marcação de Neymar; Ávine voltou a atuar bem; Carlos Alberto, apesar de segurar muito a bola, mostrou categoria e Júnior, fustigando sempre a defesa santista.
Pelo Santos, a habilidade de Neymar, o toque de classe de Ganso, o perigoso Borges e o incansável Arouca...
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Sem Fahel e Carlos Alberto, suspensos por cartão amarelo, o Bahia joga no fim de semana contra o Ceará, lá em Fortaleza, jogo duríssimo.
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Esperanças
Na noite alta de sábado, quase domingo, a Seleção Brasileira sub-20, treinada por Ney franco, sagrou-se Campeão do Mundo em Bogotá, ganhando do bom time de Portugal por 3 x 2, já na prorrogação, três gols do meia Oscar, em estado de graça.
Foi um jogo difícil, o Brasil abriu o placar mas na sequência Portugal empatou e esteve à frente do marcador até mais da metade do segundo tempo, jogando fechado e nos contragolpes rápidos. Mas o time brasileiro impôs-se pela individualidade e melhor preparo atlético.
Alguns garotos chamam a atenção e podem muito bem ser testados na equipe principal de Mano Menezes: os meiocampistas Cassemiro e Fernando, o lateral Danilo, além do meia Oscar. O centroavante Henrique, artilheiro do time, ganhou o troféu de melhor atleta da Copa - é aquele mesmo que esteve por aqui vestindo a camiseta do Vitória, ano passado, vaiado pela torcida.
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Jobson
Já dava pra ver, nos últimos jogos, a queda de produção do garoto Jobson, maluquinho de cabeça. Correndo menos em campo, individualismo exacerbado, sem mais forças pra tentar recuperar a bola perdida, ar meio desinteressado aqui e ali durante a partida. Noitadas, bebida ou coisa pior? Dizem que ele chegou ‘melado' às 4 da madruga, na concentração. Na medida em que chega atrasado a treinos e concentrações, e se passa a mão pela cabeça, isso cria um clima de malestar no grupo, tipo 'se ele pode, que ganha muito, por que eu não, também?' Aí a ‘vaca vai pro brejo', como dizia João Saldanha.
Pegando o bonde... a barca está dando água lá em Itinga. Muito medalhão, salário alto, caprichando nas madrugadas. O Campeonato Nacional exige dedicação e profissionalismo e, pelo que sei, os salários estão em dia.
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Palmeiras
O que ficou daquele empate renhido contra o Palmeiras (1 x 1) no Canindé, meio de semana?
O placar justo, as duas bolas nas traves de Lomba, o gol inacreditável perdido por Diones, o gol primeiro do capitão Tite, numa posição mais que duvidosa e contando com a bobeira do goleirão Marcos e, impressionante, a ‘marra' dos palmeirenses Cleber e Valdívia, querendo apitar o jogo, jogando com deslealdade (Valdívia chegou a chutar Marcone caído), xingando, ameaçando, intimidando todos sob a complacência da arbitragem. Bola se ganha jogando!
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Bragança
No sábado à tarde, sob chuva e com as arquibancadas de Bragança Paulista vazias, o rubronegro baiano deixou escapar uma vitória que parecia certa levando mais um gol de cabeça, esse já nos acréscimos, frustrante. O time baiano foi melhor que o ‘azulão' São Caetano, até por conta de possuir uma equipe mais qualificada individualmente.
Mas o jogo não foi fácil. Fernando operou boas defesas novamente e a zaga assistiu o time paulista entrar tabelando no primeiro gol, de Ricardo Xavier, aos 22 minutos. Só que, um minuto depois, Marquinhos fez ótima jogada de fundo, pela esquerda, e Neto Baiano deu uma marrada, de frente, empatando.
O rubronegro entrou bem na segunda etapa, com Geraldo ao lado de Lucio Flávio, que foi o autor da bela arrancada que resultou no gol de Marquinhos aos 29'. Daí, o time se encolheu um pouco e o São Caetano apertou o cerco, desesperado pelo placar. O experiente Zé Luis foi expulso antes dos 45' regulamentares e, aos 47', Mandim desviou de cabeça um chute de longe, meio despretensioso, matando o goleirão Fernando e empatando tudo.
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Ao Vitória, patinando no meio da tabela de classificação, cabe agora fazer o ‘dever de casa', sábado, no Barradão, contra o tinhoso time do Asa de Arapiraca que está à frente do rubronegro baiano em pontos ganhos.
Reage, leão!
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