Esporte

LOMBA E MURIEL DESTAQUES NA PARTIDA TRICOLORADA, P ZÉDEJESUSBARRÊTO

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| 14/08/2011 às 23:00
Jogadores do Bahia comemoram gol do empate e jogo deveria ser 2x1
Foto: iBahia
Uma bela lua cheia alumiando, mais de 23 mil torcedores nas arquibancadas do estádio de Pituaçu viram o empate de 1 x 1 no clássico Bahia X Internacional, valendo pontos pela Série A do brasileirão. Uma partida bem jogada, com alternativas, bons lances, emoção e um escore justo pelo que os times produziram em campo.

O Colorado é uma equipe respeitável, com um bom goleiro (Muriel) , uma zaga forte e experiente (Bolivar e Indio), um meio campo que marca duro, o incansável Tinga, um camisa 10 (João Paulo) que substituiu D'Alessandro e mostrou qualidades e mais um ataque alto, manhoso, difícil de ser contido (Leandro Damião e Jô, aquele mesmo que foi do Corínthians e estava na Inglaterra).

Um equipe que joga junto há muito tempo, é muito bem dotada fisicamente, competitiva e perigosa, em qualquer campo de jogo.

Assim, vimos o meio de campo do Bahia (com Ricardinho e Carlos Alberto) ser marcado em cima, os laterais Gabriel e Ávine não tiveram espaço para atacar, sobretudo no primeiro tempo, e a zaga tricolor teve muitas dificuldades para ganhar as bolas altas da dupla dos grandalhões e habilidosos atacantes gaúchos.

O jogo:

O primeiro tempo foi movimentado, o Colorado teve mais a posse de bola e perigou mais o gol de Lomba, contragolpeando, usando os dois centroavantes altos nos choques diretos com os zagueiros.

Já aos 4 minutos, Jô perdeu, boa defesa do goleiro tricolor; Aos 7 minutos, um lance polêmico: Ricardinho cobrou falta e Carlos Alberto finalizou para o gol mas o bandeira apontou impedimento - as imagens da tevê mostraram que o gol foi legal - mais um erro de arbitragem prejudica o time baiano em casa. Aos 15', Jô finalizou para as redes mas o árbitro viu falta do atacante no zagueiro Thiego. O Bahia respondeu aos 25 num chute de Carlos Alberto para fora; Aos 35 Lomba salvou um gol certo com o pé; minutos depois, Muriel salvou o gol baiano em três chances seguidas, o Bahia pressionando. Num contragolpe, chutão para o alto da defesa gaúcha e o esperto Leandro Damião disputou a bola no alto, deu o corpo, girou em cima de Thiego e entrou de cara para fuzilar Lomba, aos 41', fazendo 1 x 0. Aos 45 ‘, Lomba deu rebote numa falta cobrada de longe e Tinga, gol aberto, perdeu uma chance inacreditável.

O Bahia voltou marcando melhor e atacando mais na segunda etapa. E criou boas chances com Ricardinho batendo falta, Carlos Alberto chutando forte de fora, Jobson mergulhando na pequena área sem achar a bola... até que, num contragolpe, Fabinho cometeu falta, recebeu o segundo amarelo e foi expulso. Pensam que o Bahia se acovardou, recuou, temeu ? Nada disso, foi pra cima e, claro, ficou também exposto aos contragolpes colorados, o jogo ganhando em emoção.

Aos 28 Fahel cabeceou e o lateral Zé Mario tirou em cima da linha, o goleiro batido. Por volta dos 30', o zagueiro Bolivar puxou Lulinha na área, o juiz marcou a penalidade e expulsou o atleta do Inter que já tinha recebido o amarelo anteriormente. Jobson bateu o pênalti e empatou : 1 x 1.

O jogo então ficou mais aberto ainda, lá e cá, o tricolor atacando forte, empurrado pela torcida e o Inter explorando a velocidade em contragolpes perigosos, até o final.

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Destaques: Os goleiros Lomba e Muriel, boas defesas. A zaga do Inter,segura e experimentada; o baixinho armador João Paulo; Tinga em todos os cantos do gramado e os dois atacantes, sobretudo Leandro Damião, centroavante nato. Fahel, Ricardinho, Carlos Alberto e Jobson pelo Bahia.

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O tricolor viaja a São Paulo no meio da semana e enfrenta o Palmeiras na noite de quinta-feira.
Renê Simões terá Titi de volta na zaga e vai mexer no meio campo mais uma vez, em função da expulsão de Fabinho. Deve entrar Marcone, de volta.

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A grande gafe do jogo foi a marcação de um impedimento, por parte do bandeira Rodrigo Correia, do Rio de Janeiro, após um arremesso de lateral favorável ao Bahia, no primeiro tempo do jogo. Erro primário, vaias em todo o estádio para o auxiliar; Já o árbitro fez de conta que não percebeu nada, deixou o jogo andar.

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Goleada de primeira

Na noite úmida de sexta-feira, gramado do Barradão encharcado, torcida rubronegra emburrada, o Vitória jogou um segundo tempo de primeira e enfiou uma goleada de 5 x 2 no concorrente Americana, o melhor placar conseguido pela equipe até agora na Série B. E teve o ‘dedo' do novo treinador Benazzi na boa exibição que deixou o Vitória mais distante da zona de rebaixamento e agora mais próximo dos quatro primeiros colocados. Que assim seja.

Na primeira etapa (2 x 1 para o time baiano) o jogo foi equilibrado, mas o rubronegro foi mais ofensivo, buscou mais o gol adversário. Na segunda etapa, a partida foi mais disputada, melhor de se ver. O Americana empatou no começo, a defesa rubronegra olhando a banda passar, mas aos 13' o zagueiro Fernando (do time visitante) meteu a mão na bola dentro da área (pênalti que Lucio Flávio bateu e desempatou) e, três minutos depois , o mesmo zagueiro fez falta na linha da grande área e foi expulso. A partir daí só deu Vitória em campo, senhor do jogo.

Os gols foram do estreante Fábio Santos, logo aos 6 ‘, num belo chute da meia lua, observando a saída do goleiro e batendo pelo alto. Aos 10' Charles empatou - aquele mesmo Charles que atuou pelo Bahia e fez o gol que tirou o tricolor da terceirona, contra o Fast, jogo acabando, lembra? . Leo Fortunato pegando uma sobra fez 2 x 1. Marquinhos aos 46', 4 x 2; e Geraldo antes do apito final, depois de ótima jogada de Marcelo, completou: 5 x 2.

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Observações:

- A zaga rubronegra, Leo e Gabriel, daria uma boa dupla sertaneja... um pouco desafinada.
- O garoto Esdras não pode ficar fora do time, tem pegada, saúde e uma boa canhota.
- O estreante Fábio Santos tem pinta de centroavante goleador: briga, chuta, incomoda a defesa adversária e fez um golaço. Me pareceu mais inteligente que o batalhador Neto Baiano.Vai dar samba ao lado do esperto Marquinhos.
- O veterano meia Geraldo entrou no meio do segundo tempo em lugar de Lucio Flávio e arrebentou, com ótima visão de jogo e passes precisos.
- O treinador Benazzi mexeu com a moçada nos vestiários, pois o Vitória parecia outro na segunda etapa, mais competitivo, ligado, objetivo, solidário ... deu esperanças ao torcedor. Quem sabe agora vai ?

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O próximo confronto, difícil, será na terça-feira á noite, contra o Criciúma, lá no frio de Santa Catarina. Não pode se acovardar. O time sulista anseia por reabilitação, levou 3 x 0 da Ponte.
No sábado, sem voltar pra casa, o Vitória pega o São Caetano, em São Paulo. Semana movimentada e o time já avionou para Santa Catarina na tarde do domingo.

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Quase na metade da maratona, pelo desempenho até agora, a Portuguesa e a Ponte Preta se destacam e devem ser os primeiros a garantir o passaporte de volta à Série A, Primeira Divisão em 2012. O desempenho da Lusa do Canindé é exemplar. Daí, a briga pelas duas outras vagas vai ser medonha até o final. O Vitória que se cuide, corra atrás enquanto é tempo.

Já pela Série A, o de sempre: disputam o título Corínthians, Flamengo, Sâo Paulo, Cruzeiro ... a briga feia será no rabo da tabela, para fugir do rebaixamento. Aí o bicho pega. E o nosso Bahia que se cuide. Credo em cruz!

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Mal ditos

Têm me enchido os olhos as atuações de dois jogadores baianos que foram enxotados daqui por parte da torcida do Bahia e do Vitória (uns descontrolados que pegam eternamente no pé dos jogadores ‘pratas da casa').

São eles: Ananias, ex-Bahia, agora na Portuguesa (a Lusa, líder absoluta da Série B), marcando, correndo, passando, fazendo gols, jogando muito. E o meia Bida, ex-Vitória, agora ‘senhor' do meio campo do Atlético de Goiás, ditando o ritmo do time, com classe e elegância.

Fico indignado, sempre, quando observo a intolerância nas arquibancadas (e nos microfones) contra alguns atletas jovens, crias da casa, revelações das divisões de base. A esses não se permite um erro, são sempre eles os culpados em qualquer derrota: É assim com Ávine (um dos melhores laterais do país, hoje, sim senhor), Marcone, Uéliton, Coruja ... atletas, enfim, que correm em campo suando com amor a camisa do time que os projetou, mas ... Lembram de Cícero, Jorge Wagner, Daniel Alves, Élkeson... a lista dos ‘malditos' é grande, em Itinga e Canabrava. Tem muito torcedor e cronista esportivo que, não compreendo bem os motivos, preferem o ‘ferro-velho' emprestado. Fazer o quê ? A meninada sofre, corre mais e ganha menos.
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Fraseado do dia
‘Tudo o que destoa me interessa' (Caetano Veloso)

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