Esporte

BAHIA ESPANTOU A URUCUBACA E LIMPOU A MURRINHA, POR ZÉDEJESUSBARRÊTO

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| 31/07/2011 às 22:55
Jogadores do Bahia comemoram aos céus vitória em Pituaçu
Foto: Ag Lance
Mesmo sem jogar uma grande partida, o Bahia espantou a urucubaca, limpou a murrinha e conseguiu, enfim, vencer sua primeira partida em Pituaçu, diante da devotada torcida tricolor - mais de 15 mil pagantes -, pela Série A do Campeonato Brasileiro, nas primeiras horas da noite desse domingo: 3 x 1 diante do Figueirense.

Afinal, eram cinco jogos, quatro empates e uma derrota sem o gostinho de ganhar, a torcida já de bico com o time. Com o resultado o Bahia se afasta um pouco da chamada zona do rebaixamento, está agora em 13 º lugar na tabela de classificação, o que já é um refresco para o torcedor.

O jogo

Foi um primeiro tempo equilibrado, disputado mais pelo meio campo, com raras chances de gol, de parte a parte, as zagas prevalecendo. O tricolor tinha problemas pelo lado direito, com Marcos pecando na marcação à distância e arriscando pouco nas subidas ao ataque. Problemas também no meio campo, com o meia Carlos Alberto apagado (segundo o treinador, não passava bem- ??? ora, por que entrou então ?), sobrecarregando a marcação e deixando a criação de jogadas apenas com o veterano Ricardinho, que tem intimidade com a pelota porém não tem mais pernas para correr atrás da meninada adversária.

O time chutava pouco ou quase nada no gol adversário e perdia os rebotes no meio campo, a bola ficava mais com a equipe do Figueira.
Até que, já por volta dos 40 minutos, Ávine (sempre ele) disparou um chute meia-boca para o gol, de fora da área, e a bola foi parar nos pés de Reinaldo, livre, de frente para o goleiro e o artilheiro não perdoou - 1 x 0.

O tricolor voltou para o segundo tempo com Gabriel em lugar de Carlos Alberto, o que de pouco adiantou, já que Gabriel não é meiocampista, é um atacante que quebra um galho pela lateral direita. O Bahia até puxava uns contragolpes perigosos com as arrancadas de Ávine ou os passes de Ricardinho, mas o Figueirense continuava mais com a bola, marcava em cima. Numa dessas puxadas, Ávine tabelou com Ricardinho que, numa bela ‘cavadinha', deixou o lateral na cara do gol para tocar de cabeça desviando a bola do alcance do goleiro, que saia desesperado, fazendo 2 x 0.
Com o gol, o Figueirense se lançou ainda mais ao ataque. Renê Simões lançou Fabinho (marcador) em lugar do lateral Marcos, fechando mais o meio, a frente de sua área, abrindo o veloz Gabriel pela ala direita. O tricolor perdeu algumas chances de ampliar , sobretudo com Jobson, em contragolpes rápidos, e terminou levando um gol e um susto, após uma furada grosseira do bom zagueiro Paulo Miranda, permitindo que o atacante catarinense batesse forte, de cara com Lomba; o goleiro conseguiu defender a pelota mas deu rebote - 2 x 1.

A torcida por alguns minutos ficou com o coração na mão, pedindo aos céus o final do jogo. Os mais apressados já tinham deixado Pituaçu e perderam o melhor lance da noite limpa do domingo: Ricardinho, de novo, lançou Jones (que entrara no lugar de Reinaldo) e o negão carioca arrancou pela direita, com velocidade, levou uns três zagueiros na conversa e, fechando um pouco para o meio, invadiu a grande área sapecando um tirombaço na saída do goleiro, marcando um belo gol e levantando a galera! 3 x 1 , caixão fechado.

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Destaques, mais uma vez, para o goleiro Lomba, para os eficentes zagueiros Titi e Paulo Miranda (apesar da falha no gol adversário, a única), o sóbrio Fahel ... e, sobretudo, para o lateral Ávine, que voltou a jogar um belo futebol, ousado, ofensivo, de boa técnica. O melhor de todos em campo, no entanto, foi o meia veterano Ricardinho, tocando, virando o jogo, cadenciando, dominando e passando bem a pelota, ditando o ritmo, fazendo o seu melhor jogo com a camisa tricolor.

Muito abaixo do esperado foi a atuação apagada de Carlos Alberto nos 45 minutos em que esteve em campo; e também o atrapalhado futebol de Jobson, nalguns momentos, perdendo gols e bolas fáceis - até explicável, diante da expectativa que o jovem atleta está vivendo antes do julgamento final, pela Fifa, de sua punição por dopping. Ele sente que é sua vida que está em jogo, nas mãos dos ‘velhinhos' da Suíça que darão o veredicto (deve sair esta semana).
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Não tem refresco na Primeirona: o tricolor baiano viaja para a capital paulista no meio da semana, onde enfrenta o São Paulo, na noite de quinta-feira.
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