O Botafogo perdeu a invencibilidade de oito jogos para o líder do Campeonato Brasileiro, mas o futebol ficou em segundo plano no dia seguinte à derrota por 2 a 0 para o Corinthians. Em qualquer roda de bar, entre homens ou mulheres, admiradores ou não do esporte, alguém emendava: "E o cabelo do Fábio Ferreira..."
Em um estilo moicano ousado, o zagueiro arrepiou os fios e roubou a cena na partida de quarta-feira em São Januário. Não demorou para o penteado do jogador alvinegro parar nos assuntos mais comentados do Twitter. Se para a maioria a cabeleira ¿ arquitetada pelo próprio jogador e executada pelo cabeleireiro Gustavo ganhou tom de brincadeira ou deboche, para Fábio Ferreira o assunto é sério.
"Está todo mundo me ligando para falar do cabelo. O importante é o que eu faço dentro de campo. Para avaliar o cabelo, eu teria que ser modelo, e não jogador de futebol", desabafa o zagueiro, educado, mas cansado do questionamento. "Não li nada na Internet. Não gosto dessas coisas".
Entre os jogadores, Fábio Ferreira também foi alvo de gozação momentos antes da partida. "Tem que ter personalidade para jogar com um cabelo desse. É bem diferente", sorri o companheiro de zaga, Antônio Carlos. "Lá em São Paulo, eles chamam esse penteado de 'coqueirinho'", completa.
Fábio Ferreira reconhece que o visual não tinha como passar despercebido e diz caprichar no estilo para agradar a si mesmo. "Só faço isso porque gosto e me sinto bem. Não faço para chamar atenção. O Neymar não faz? O Ronaldo não fez na Copa?", pondera, referindo-se ao visual Cascão do ex-atacante do Corinthians que virou febre no Mundial de 2002.
Se Ronaldo usou a estratégia para desviar a atenção da mídia de uma lesão para o seu penteado, Fábio Ferreira garante que não é essa a sua intenção.
Já o pai do jogador, Francisco Marinho, pensa diferente. "Agora ele está aparecendo mais pelo cabelo do que pelos erros que cometia", avalia. E aprova o visual do filho. "É muito criativo e sempre foi vaidoso. Quando jogava no Corinthians, ele cortava o cabelo reto, no estilo do He-Man (Rafael Moura, do Fluminense)", relembra. "Quando eu jogava, também inventava um monte de tipo de cabelo", diz.