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Diego Forlán, um jogador completo, melhor da Copa da África e melhor da Copa América
Foto: EFE
Tem Vitória no sábado, Barradão, pela Série B, contra a Portuguêsa ‘lusa paulista', o time que mostrou melhor futebol até agora na competição, é líder, tem o melhor ataque e onde jogam os conhecidos atacante Jael (às vezes no banco) e o meia Ananias, ambos ex-tricolores.
A despeito da campanha regular pra boa, a torcida do rubro-negro baiano não manifesta contentamento com o futebol do time em campo. Quer mais e vai cobrar um triunfo no sábado.
O time de Geninho volta com Rodrigo Mancha de líbero (na frente e atrás da zaga, cobrindo e puxando a saída de bola), Gabriel Paulista substitui o zagueiro titular Álison (que não vem jogando bem desde o falecimento do pai), punido com cartão amarelo, e retorna ao gol o goleiro Fernando, curado de lesão. Confiança total no sistema defensivo.
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O treinador Geninho tem se mostrado descontente com o rendimento do meio campo pra frente, sobretudo na armação de jogadas. Xuxa, Jerson, Geovane, Marquinhos, Felipe ... parece, não deram conta do recado.
Tanto que o clube contratou esta semana dois meias de armação natos: o veteraníssimo Geraldo (que já atuou no Bahia e esteve mais recentemente no Ceará), um ‘rasta' canhoto, de bom passe e coordenação de jogadas; e o Lúcio Flávio, que estava no México e já atuou com sucesso no Santos, Botafogo, Paraná... andou até pelas arábias e é um meia de bom chute e liderança em campo. São as novas velhas atrações do rubro-negro. Geninho que trate de arrumar lugar pra tanta gente de um mesmo setor. Continuo achando Geovani o melhor deles todos. O problema do time, ao meu ver , é o encaixe, o posicionamento, o tal entrosamento.
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Domingueira no Pituaço
Já o Bahia, pela Série A/Primeira Divisão, encara no domingo à tarde o Coritiba, vice-campeão da Copa do Brasil (recentemente), um time muito bem treinado, entrosado e fazedor de gols. Historicamente é um adversário difícil, mesmo jogando em Salvador, sempre foi. É jogo pra pirão, Pituaçu cheio.
O problema no Bahia, dizem, é fazer gols. O time vem jogando bem (menos, menos...) mas não consegue ganhar seus jogos. Há cinco não vence. Pior, ainda não conseguiu ganhar umazinha em seu mando de campo, Pituaço, diante de sua torcida.
Do pessoal do ataque, somente o rápido Jobson tem cumprido a obrigação de enfiar a bola nas redes adversárias. Os demais - Souza, Jonas, Rafael, Maranhão, João Neto, Júnior ‘pipoca'... não têm comparecido; alguns nem jogam, como o jovem João Neto que, parece, não caiu nas graças do treinador René Simões; o ‘bigodudo' nem olha pra ele.
Daí, nessa semana a diretoria anunciou a contratação de mais um atacante, o veterano Reinaldo, que já fez muitos gols com as camisas do São Paulo, Flamengo, pelo exterior ... isso já faz tempo. Quem sabe ressurge aqui com a camisa tricolor o artilheiro que ele um dia já foi ?
Domingo é o dia D. Ou vence o jogo (mesmo que não jogue tão ‘bunitim') ou a torcida vai fazer pressão, pegar no pé, pedir cabeça ... futebol é assim. Até porque, caso não vença o Coritiba, o Bahia deve entrar de vera na zona de rebaixamento, a ante-sala do inferno. Nem pensar!
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América dos ‘guays'
Como se previa depois da queda dos ‘favoritos' Brasil e Argentina, a final da Copa América será o clássico Uruguay X Paraguay, no domingo à tarde, em Buenos Aires.
O Uruguai venceu, no meio da semana, o Peru por 2 x 0, no mesmo gramado ruim, desnivelado e cheio de areia de La Plata, onde a seleção de Mano Menezes afundou. Ignorando detalhes do piso, o centroavante artilheiro Luizito Suarez fez os dois gols:
Um de oportunismo, aproveitando-se de um rebote do goleiro, ligado no lance; e outro numa bola bem enfiada pelo meia Rodrigues, driblando o goleiro em velocidade...
Como se estivesse dizendo pra nosostros: ‘ É assim que se faz, brasileirada!'
Detalhe: Como joga bola esse tal de Forlán, hein? Toca, lança, chuta, disputa o jogo, toca de prima, ótima visão de campo... foi escolhido como o melhor jogador da Copa da África do Sul e já é, de longe, o melhor da Copa América. O Uruguai é favorito, é muito melhor time.
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Mas no futebol nem sempre vence o melhor. Atinem: o Paraguai está na final da Copa América sem vencer uma só partida. Empatou as cinco que disputou. E deve muito a classificação ao ótimo goleiro Villar que fechou contra o Brasil e pegou pênalti também contra a Venezuela.
Na partida do Paraguai contra a ‘vino tinto' (Venezuela) o gol não sairia, mesmo que eles jogassem três dias e três noites seguidas. Defendiam-se com 9, 10 jogadores e atacavam apenas com dois, três. Todo tempo, ambos. Deu o ‘paragua' de Villar na execução dos pênaltis. Só falta , na final, dar empate entre os dois ‘guays' e o ‘paragua' vencer, mais uma vez, nos pênaltis. Então teríamos um campeão que não perdeu, mas que também não ganhou de ninguém. Tem algo errado pelaí, né ?
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Boladinhas
Chama a atenção a troca de intimidades entre os jogadores do Flamengo e o árbitro gaúcho/Fifa o tal Vuaden. Antes dos jogos e nos intervalos trocam amabilidades, risos, afagos ... e durante as partidas ele sorri e parece pedir desculpas aos atletas do mengo dele, quando não pode deixar de marcar uma falta contra o rubro-negro carioca. Bandeiroso!
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O Corínthians também vem sendo muito favorecido pelas arbitragens, a despeito da ótima campanha e do competitivo futebol apresentado pelos jogadores em campo. É líder, tem 10 jogos sem perder, ótima campanha e sobra em aplicação tática e preparo físico ... No mais, o lépido baiano e veterano Liédson continua de bem com a bola e fazendo gols essenciais; e tem dois meiocampistas defensores - Ralf e Paulinho - que dão aula de como atuar no setor, mordendo, roubando a bola, dinamizando o contragolpe e chutando, fazendo gols também. Bem, as águas correm pro mar.
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Até gosto do treinador Mano, de suas idéias, sua fala fluente, sua educação ... mas temo pela sua intimidade com o ‘chefão' Ricardo Teixeira, suas afinidades com agentes e empresários que gostam de ‘escalar' seus (deles) jogadores para pô-los no mercado da bola. Tipo Lucas Neiva, André Santos, Jadson, Freds... Interesses pessoais e de grana não podem ser o critério para escalar a seleção, jamais. Significa fracasso.
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O Santos traz Ibson e Alan Kardec de volta; o Bota traz Renato; o São Paulo contrata Piris, Cañete, Cícero, Denílson; o Flu acerta com Martilluchio; o Vasco mostra Juninho Pernambucano; o Atlético(MG) repatria o jovem atacante André, o Ceará ... e ‘nóis fica com só com Reinaldo e Geraaaldo, é ?' No returno vai estar todo mundo reforçado, tinindo, buscando pontos e buscando classificação, título ...
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Será que vamos, mais uma vez, ficar ‘brigando' pra não cair, pra não subir ??? Abr'olhos! Como diziam os portugas navegadores diante das pedras no mar bravio ...
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Nota zero para a pancadaria depois do jogo entre paraguaios e venzuelanos, na beira do campo de jogo. Um reflexo do clima de violência nas cidades latinoamericanas : Bogotá, Caracas, Assunção, Quito... como Salvador, São Paulo, Recife... Tudo é na porrada! Triste.
In felizmente... para o futebol como arte, jogo de bola, somente.
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A grande imprensa que tanto os endeusou e a torcida, agora insatisfeita com o resultado da Copa América, estão cobrando e escaldando os meninos ‘Pato, Ganso e Neymar'. Eles precisam amadurecer e só amadurecerão jogando, ganhando e perdendo.
Não nasce outro Pelé, que se mostrou maduro com 17 anos na Copa da Suécia. Só que, ali, ao lado dele joigavam Didi, Nilton Santos, Garrincha, Gilmar, Djalma Santos, Orlando, Zito, Belline ... sacaram a diferença ?
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Na Copa de 1966, na Inglaterra, a seleção brasileira foi um fracasso. Uma bagunça, com todo mundo dando palpite, escalando... até os políticos. Resultado: nem classificamos para as oitavas de final. E lá estavam Tostão, Jairzinho, Edu, Gérson ... que foram fundamentais no Tri de 1970, no México. Vamos tirar lições da história.
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Dois recortes de um texto muito bom (sempre) de Tostão, hoje comentarista de futebol:
‘ A derrota vai fazer bem aos jovens. A derrota humaniza, os retiram de um pedestal de ilusões, de se acharem gênios, caras escolhidos pelos deuses'
... " a ultima mentira é que a seleção tinha uma quarteto mágico na frente. Eles são ainda aprendizes, que confundem o truque no momento do espetáculo'.
Ótimo
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Fechando o assunto ‘seleção de Mano':
Chega de Julio Cesar. Jefferson ou Victor com a camisa 1. Basta de Lúcio, muito obrigado pela disposição, mas vamos de David Luis ou Luisão com a camisa 3. Marcelo, do real Madrid é o dono da camisa 6. No meio campo, Casemiro e Hernandes não podem ficar de fora. E vamos ficar de olho na pegada de Ralf, de Paulinho do Corínthians. Será que Kaká voltará a jogar o que sabe? Todos à caça de um camisa 9 para ensinar a Pato como se faz gol, como se posicionar dentro da área, acreditando em todas, com fome de gol. E uma ‘sombra', já, para o camisa 10 Ganso, um ótimo jogador, como Neymar, Pato ...
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Foi-se Lourinho, torcedor-símbolo do Bahia nos tempos românticos. Divertia-se e divertia a arquibancada com sua paixão, suas loucuras: vudus, galos, anãozinho, presepadas... Tudo apenas manifestações de amor ao seu tricolor, sua vida! Nossa homenagem!