Esporte

ARGENTINA DECEPCIONA NA ABERTURA DA COPA AMÉRICA E EMPATA COM BOLÍVIA

vide
| 01/07/2011 às 23:28
Ivete Sangalo e Diego Torres na abertura da Copa América
Foto: Reuters

Um brasileiro nascido em Cuiabá e naturalizado boliviano transformou a noite inaugural da Copa América em pesadelo para os argentinos. O quase desconhecido Edivaldo Rojas, em um gol de calcanhar, surpreendeu e abriu o placar para a Bolívia na partida disputada na noite desta sexta-feira e deixou incrédulo o Estádio Ciudad de La Plata, que teve de se contentar com um empate por 1 a 1, graças ao gol de Sergio Agüero, que saiu do banco para evitar um vexame ainda maior.

A noite fria em La Plata tinha todas as nuances para uma festa argentina. Estádio lotado, a volta da Copa América ao país após 24 anos e a presença do melhor do mundo em campo (Messi) contra uma seleção com resultados ínfimos no continente. A lógica, porém, passou longe do local, que acompanhou um primeiro tempo sem inspiração dos argentinos e um gol adversário logo no segundo minuto da etapa final.


Pouca gente no estádio sabia que, ironicamente, o responsável pelo gol tinha nascido no País que mais tem provocado pesadelos nos argentinos. Os brasileiros foram algozes nas últimas duas finais de Copa América e coube a um jogador com passagens pelo Atlético-PR e Figueirense deixar o país anfitrião do torneio pressionado para a sequência. Marcelo Moreno, ex-Vitória e Cruzeiro, poderia ter decretado um 2 a 0 quando ficou cara a cara com Sergio Romero, mas não conseguiu driblar o goleiro para ampliar.


Com o hino cantado a todo pulmão por jogadores e os 40 mil torcedores presentes no Estádio Ciudad La Plata, a expectativa era por uma Argentina elétrica em campo, o que não aconteceu no primeiro tempo. Se por um lado a equipe anfitriã teve mais posse de bola, por outro lado a Bolívia em momento algum se sentiu encurralada. Controlou a pressão e até arriscou ataques.


A zaga argentina apresentava insegurança, o meio-de-campo estava travado com as presenças dos volantes Banega, Mascherano e Cambiasso e as chegadas da Argentina dependiam quase que exclusivamente de lampejos Messi, Tevez e Lavezzi. Ativo, o camisa 10 melhor do mundo tentou duas arrancadas e em uma delas deixou Lavezzi na cara do gol. O assistente marcou impedimento.


Messi mais uma vez iniciou jogada perigosa aos 30min, quando abriu para Banega, recebeu e volta na área, mas chutou fraco. No rebote, Cambiasso quase fez, mas foi abafado e a bola saiu para escanteio. E a Argentina foi para o intervalo já com a impaciência da torcida.


O segundo tempo começou com os argentinos modificados. Cambiasso deu lugar a Di Maria e os donos da casa nem tiveram tempo de ver se alteração surtiria resultado. Após cobrança de escanteio, Rojas tocou de letra, Banega errou no corte e Romero não segurou. 1 a 0 para a Bolívia e perplexidade em La Plata.


Agüero, genro de Diego Armando Maradona, saiu do banco de reservas na vaga de Ezequiel Lavezzi para impedir que a Argentina lamentasse uma zebra ainda maior na primeira rodada da Copa América. O atacante do Atlético de Madri empatou aos 30min do segundo tempo.


Pelo lado boliviano, alegria por um resultado inesperado sob os olhares do presidente do país, Evo Morales, presente nas tribunas do Estádio Ciudad de La Plata. Os bolivianos, com grande colônia no país, também fizeram festa nas arquibancadas que esperam repetir contra a Costa Rica no dia 7 de julho. No mesmo dia, a Argentina enfrenta a Colômbia em busca da recuperação.

IVETE SANGALO


Com show da cantora brasileira Ivete Sangalo e um vistoso show de luzes e coreografias, a Copa América foi aberta por uma cerimônia no recém-reformado estádio Ciudad de La Plata, na noite desta sexta-feira. O evento precedeu o primeiro confronto da competição, entre a anfitriã Argentina e a Bolívia.

Ivete Sangalo foi a escolhida para cantar "Creo em América" (Acredito na América), hino da competição, junto do cantor argentino Diego Torres. Ambos foram acompanhados do grupo de rap ChocQuib Town, que também participou da gravação da música.

Entre as imagens projetadas estava a taça da Copa América, pela qual a briga começa nesta sexta-feira. A Seleção Brasileira estreia no domingo neste mesmo estádio, às 16 horas (de Brasília), contra a Venezuela.


A cerimônia foi assistida pelo presidente da Bolívia, Evo Morales, e pelo chefe do gabinete argentino, Aníbal Fernández, representando a presidente Cristina Kirchner. O estádio, com capacidade para 53 mil pessoas, teve seus ingressos esgotados, apesar da baixa temperatura, por volta dos 3 graus, em pleno inverno austral.


Ao menos 200 dançarinos, com trajes confecionados com luzes, realizaram uma coreografia sobre 280 metros quadrados de um palco móvel montado sobre o centro do gramado e desenhado especialmente para evitar qualquer dano ao campo de jogo.

Uma grande esfera serviu de tela para a projeção de imagens em três dimensões, que relembraram momentos da história do futebol mundial e da união dos países do continente através do esporte, durante um show multimídia de mais de 20 minutos.

O espetáculo utilizou 70 equipamentos de transmissão, 300 metros de luzes led, uma centena de controles remotos e doze projetores de imagens em três dimensões, com a participação de mais de 400 pessoas, entre artistas e técnicos.