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VITÓRIA X DUQUE; BA X GALO: UM FATAL FIM DE SEMANA, p ZÉDEJESUSBARRÊTO

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| 10/06/2011 às 08:44
Vasco atravessa o "trem bala" em festa no estádio de São Januário
Foto: Fernando Soutello
O fim de semana esportivo dos baianos chegados a uma bola começa cedo, na noite dessa sexta, com os olhos na tevê e ouvidos no radinho.

No Engenhão, Rio de Janeiro, o Vitória encara o Duque de Caxias pela Série B do Campeonato Brasileiro. Um boa chance de se recuperar, pois tem um time melhor e o time carioca só fez um pontinho até agora na competição. É só voltar a jogar bola, isso que o rubronegro baiano parece ter esquecido desde as finais do campeonato baiano.

O treinador Geninho ainda está buscando a formação ideal, sobretudo na meia cancha, com jogadores recém-chegados à procura de um espaço no time e de um posicionamento em campo para melhor jogar. A equipe perdeu a pegada de marcação, não consegue trocar passes tampouco criar oportunidades para os atacantes. Daí, a defesa fica descoberta, sem proteção e a bola não chega redonda na frente. Como se diz na gíria do futebol: está faltando o encaixe. Quem sabe hoje as peças se encaixam e o jogo flui?

O treinador, pressionado pelos maus resultados está mexendo muito na escalação, a cada partida. Mesmo escalando jogadores individualmente melhores que aqueles que vinham jogando, a falta de conjunto, de conhecimento entre eles em campo dificulta, complica. Um boa equipe precisa de tempo atuando para render bem coletivamente. Mas o campeonato começou e não há tempo, vai ter de ir se ajustando, se entrosando durante a disputa.

Para o jogo contra o Duque de Caxias há mudança na zaga: no miolo Álison terá como companheiro o recém-chegado Maurício: e na lateral esquerda re-estréia o Fernandinho. No meio campo, muitas mudanças. Na marcação estréiam Rodrigo Mancha (que veio do Botafogo do Rio, pegador) e o veterano Zé Luis (ex-atl?tico MG); um pouco à frente deles Jérson e Xuxa, meias, ambos se ambientando ainda na Bahia. O veterano Geovani vai jogar mais à frente, encostando em Neto Baiano, buscando a tabela. O veloz Rildo volta para o banco de reservas; parece mesmo jogador de segundo tempo.
Essas mudanças vão ditar um outro estilo de jogo em campo. Espera-se mais trocas de passes e menos correria, menos chutões para a frente. Os jogos da série B são muito brigados.

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Outro dia vi um torcedor rubro-negro indignado criticando o time a diretoria e comparando : ‘Vejam o ABC de Natal ! No Frasqueirão não tem pra ninguém, o time joga bola !'

É, realmente, pelo que vi até agora na tevê, vai ser difícil vencê-lo em Natal. Aliás, sempre foi osso duro lá dentro, que o digam Bahia e o próprio Vitória. Este ano o ABC foi novamente campeão estadual, manteve a base e se reforçou aqui e ali. É uma equipe ajustadinha, tipo o Bahia de Feira, muito bem treinada e que sabe tirar proveito do campo que é sua casa.

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O Vitória precisa voltar a tomar conta do Barradão que virou um galinheiro aberto às raposas. Sem vencer dentro de sua toca o Leão corre riscos de ficar pelas rabadas, porque a segundona é ferro, a briga em campo é feia! Quem mandou vacilar? É hora de mostrar a juba.

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A volta do Amarelo e Preto

A grande notícia este ano para o futebol de Salvador é a ressurreição do Ipiranga, à beira de voltar para a Primeira Divisão do futebol baiano e disputar o campeonato ao lado de Bahia e Vitória como representantes da Capital. Pela semi-final da Segunda Divisão, o Ipiranga venceu esta semana o Itabuna, 1 x 0, e basta empatar com o time grapiúna lá no sul do Estado para voltar à elite. Torço pelo amarelo e preto, não entendo o campeonato baiano sem Ipiranga, Galícia, Botafogo ...

É um time popular o Ipiranga, já foi ‘o mais querido'. Lembro de grandes craques que vi jogar com aquela bela camisa, como Antonio Mário, Pequeno, Israel, Mascote, André Catimba ... O torcedor chegava na Fonte Nova e perguntava: ‘Ontonho Maro joga? , Me dê uma geral aê !'

Antonio Mário era um negão que jogava o fino, fazia gols, tinha uma bomba nos pés. Ídolo. Pequeno era zagueiro lateral direito; Israel era um malicioso meiocampista, magrinho, dotado de ótima técnica e catimbeiro. Mascote era um crioulo atarracado e forte, veloz, um cão dentro da área, infernizava a vida dos zagueiros. E André Catimba é o mesmo que foi ídolo no Vitória, um dos grandes atacantes que pisaram o gramado da Fonte Nova.

Que o Ipiranga volte e traga toda força de sua história, de sua camisa.

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A volta do Vasco ao topo

O Vasco do presidente Roberto Dinamite e do treinador Ricardo Gomes venceu a Copa do Brasil, num jogo suado, de muita disposição e pouca técnica contra o Coritiba. O time paranaense venceu o jogo por 3 x 2 mas a taça foi para São Januário, porque o time cruzmaltino tinha vencido a primeira e fez gols no campo adversário. Destaque para Felipe, um craque de meio campo que faz a diferença com sua canhota, sua experiência e malandragem. Valeu a alma vascaína em campo. Destacaram-se ainda o goleiro Prass, a zaga de Dedé e Anderson Martis (ex-Vitória), e os atacantes Diego Souza, Alecssando e Eder Luis.

É o primeiro título do Vasco sob o comando de Dinamite, o maior ídolo em campo da história do clube, agora presidente da agremiação. O time saiu do rebaixamento, já conquista um título nacional e o direito de disputar a Taça Libertadores das Américas em 2012. Isso o credencia como um dos favoritos aos primeiros lugares no Campeonato Nacional.

O Vasco poderia ser um ótimo exemplo para o Bahia, não?

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Time de engorda?

O Bahia tem um jogo difícil domingo em Pituaçu contra o Atlético Mineiro. O time baiano precisa começar a ganhar, obter sua primeira vitória, fazer sua estréia, de vera, na Primeira IDvisão, a Série A. Precisa pontuar. Casa cheia no domingo.
Mas, o assunto da semana pelas bandas de Itinga foi: Jobson joga ou não? E Nikão, vai poder atuar contra o Atlético?

Bem, pelo dito e não dito até agora, Jóbson joga, mesmo quebrando um contrato de boca entre os dirigentes de Atlético e Bahia que previa a não escalação do atleta contra seu ex-clube. Os dirigentes dizem que Jobson é do Botafogo (estava emprestado ao clube de Minas, que o dispensou) e que o Atlético não tem mais direitos sobre ele. Eles lá que se entendam. Jóbson é atração, vem jogando bem, caiu nas graças da torcida... Já Nikão, esse não pode mesmo atuar, é emprestado ao Bahia pelo time mineiro.

O que acontece é que o Bahia tornou-se um time tipo ‘barriga de aluguel', tipo ‘pasto de engorda'. Em seu plantel, a maioria absoluta dos jogadores é emprestada e muitos têm parte de seus salários pagos pelos times de origem que, claro, não vão querer seus atletas atuando contra quem lhes paga o salário.

Vejam só, contra o Corínthians, por exemplo, o Bahia não vai poder escalar Souza, Lulinha e Boquita, jogadores corintianos. Contra o Flamengo não jogou o goleiro Lomba, contra o Grêmio o zagueiro Thiego ficou de fora... e assim por diante. Quando acabar o Campeonato Brasileiro, no fim do ano, os ‘craques' emprestados vão embora e o Bahia vai ter de armar um outro time. Triste Bahêa!

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Bem, Bahia X Atlético MG é um clássico. O Galo Mineiro perdeu seu primeiro jogo para o São Paulo ( 1 x 0) no interior das Minas Gerais, na noite de quarta.

É um bom time, muito bem treinado por Dorival Jr. Ataca muito pelas laterais, com Patrick e Leandrinho (aquele mesmo que jogou no Vitória); tem um bom, alto e forte miolo de zaga : Rever e Leonardo, que também fazem muitos gols de cabeça, após cobranças de faltas e escanteios pelo alto. O meio campo é pegador , com Toró (ex-Flamengo) e Richarlyson (ex- São Paulo). E o ataque tem dois veteranos craques: Mancinni, que voltou da Itália e Magno Alves, um baiano que, apesar dos anos vividos, não esqueceu de como fazer gols.

O Galo Mineiro está na disputa como um dos favoritos, não vai ser fácil. Mas está passando da hora de o Bahia mostrar que está na Primeirona, que é um time grande também. É hora de vencer, ou ... a torcida vai começar a pegar no pé do treinador Renê Simões. Faz parte da cultura do torcedor espinafrar treinador, seja quem for.

A grande novidade será a estréia do veterano meia Ricardinho, canhoto, campeão do mundo ao lado de Rivaldo e Ronaldo. No meio campo, Diones (ex-Bahia de Feira, bom jogador) vai substituir Marcone, que está lesionado. Vai ter de correr feito doido para mostrar serviço e agarrar a posição, é a chance de sua vida.

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A convocação de Mano

Depois dos chochos amistosos conta a Holanda e Romênia, apenas um gol feito, o treinador Mano Menezes convocou os atletas que disputarão a Copa América na Argentina, em julho, pela Seleção Brasileira.. Nenhuma grande surpresa. Pato e Ganso, que estão machucados, integram o grupo.

Ganso, sobretudo, faz falta porque é um jogador diferenciado, um meia canhoto nato, de passes longos e precisos, rápido de raciocínio e uma visão de campo de craque. Ganso é da escola de Gérson, Didi ... A despeito da pouca idade, com a bola no pé tem a sabedoria de um veterano. E é bem entrosado com Neymar, o craque da atualidade, com seu cabelos espetados moicanos. A camisa 10 é dele, Ganso.

Pato continua uma grande esperança. Sabe jogar, é bom finalizador, tem boa técnica, é inteligente, forte e jovem mas ainda não se firmou como titular. Até agora não fez uma boa sequência de jogos com a camisa amarela. Mesmo no Milan da Itália atua com altos e baixos, machuca-se muito.

Com Robinho, Neymar e Ganso, Pato faria um ataque dos sonhos, em tese, pois são rápidos, inteligentes, de bom toque de bola, envolventes. Robinho amadureceu muito no Milan, melhorou nalguns aspectos, tornou-se mais competitivo, mais objetivo e menos firuleiro, mas continua perdendo gols incríveis. Robinho conhece bem Pato, joga com ele no Milan, e também conhece de perto Neymar e Ganso, pois jogaram juntos no Santos.

E do mesmo naipe temos ainda o garoto Lucas, de 18 anos, revelação do São Paulo, presença certa como titular na Copa de 2014. Lucas cabe bem nesse ataque. Cabe a Mano Menezes achar o espaço pra ele.

Estranhei a convocação de Fred, o veterano centroavante do Fluminense. No seu estilo, Kleber do Palmeiras é bem melhor, mais impetuoso, mais jovem, goleador. Ou o próprio garoto Leandro Damião do Internacional. Junto de Neymar, Robinho e Ganso ... Fred destoa, passado.

Anderson, que joga na Inglaterra, também é melhor do que Elias, um meio-campista limitado nos passes. E Jadson, que até fez um bom primeiro tempo no amistoso contra a Romênia, não passa de uma aposta arriscada de Mano Menezes, dizem que por interesses empresariais. Na zaga, é hora de Luizão ou de David Luiz ao lado de Tiago Silva. O veterano e guerreiro Lúcio parece já ter mesmo dobrado o cabo da Boa Esperança.

Na lateral esquerda, equívocos: André engana . E dos que jogam na Espanha, o melhor é Marcelo, do Real Madrid e não Adriano, que é reserva do Barcelona e foi convocado . Será que Mano já viu jogar o cabeludo (afro) lateral esquerdo do Botafogo do Rio? É alto, forte, rápido, inteligente, ótimo passe, muito boa técnica. Olho nele!

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Time para Copa América

Minha seleção ideal seria :

Julio Cesar (pela experiência), Dani Alves, Luisão, Tiago e Marcelo (que não está no grupo de Mano) ou André; Lucas (o loiro), Ramires e Ganso; Robinho, Lucas (o sampaulino) e Neymar ( esses três indo e voltando, trocando de posições, confundindo a zaga adversária, sem posição fixa).

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A Copa América é uma competição difícil. Os hermanos argentinos, em casa, farão de tudo para conquistar o título, há muito não ganham nada com seu time principal. Paraguai e Uruguai são fortes; Chile, Col?mbia e Equador sempre trazem surpresas.
O Brasil, com um time jovem e de olho na Copa 2014, vai ter de jogar muito e enfrentar trombadas, catimba e arbitragens ruins, como aquela do paraguaio Amarilla no amistoso contra a Holanda - deu amarelos e perseguiu Neymar, Ramires, Lucas em campo, mas não enxergou a manha e as simulações do malandro Robben em campo. A expulsão de Ramires foi um absurdo, um árbitro europeu nem marcaria falta no lance em que ele foi punido com o cartão vermelho.


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