Por Raphael Carneiro
Cabisbaixo, sem animação, mas muito dedicado. Esse é o retrato de Neto Coruja nos últimos seis meses. O volante está afastado dos gramados desde o final do Brasileiro do ano passado. Tudo culpa de uma tendinite crônica no joelho direito.
Com 24 anos, o jogador - aparentemente sadio - está impossibilitado de praticar sua profissão. Neto Coruja sequer treinou com o restante do elenco este ano. No início, ficou sob os cuidados do departamento médico. Ao ser liberado, caiu nas mãos do departamento físico. Só não conseguiu se livrar das dores.
Quem vê o volante treinando, de longe, acredita que ele está perto do retorno. Mas, basta chegar perto ou esperar ele passar ao final da atividade para que a impressão se desfaça. Neto não consegue esconder - e quase não suporta mais - as dores que ainda sente.
No ano passado, ele esteve para ser dispensado, foi segurado por Ricardo Silva e agradou Antônio Lopes. Continuou na Toca e fez parte do chamado "time de guerreiros" do rubro-negro que chegou à final da Copa do Brasil. E, como um guerreiro, tem lutado diariamente para voltar a fazer o que mais gosta.
Só que a lesão, que já o afastou dos gramados por dois anos, está quase vencendo a batalha. No início do ano, Neto Coruja revelou que pensou em abandonar a carreira. Agora, declarou - mesmo em tom de brincadeira - que já pensa no que pode fazer fora dos gramados.
É triste ver uma carreira podendo terminar assim. Mas, mais triste ainda é acompanhar o olhar melancólico de Neto Coruja após todos os treinos e saber que os sonhos dele e de toda uma família podem estar se esvaindo.