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Primeiro gol do Bahia na jogada por insistência de Souza, 9
Foto: Gazeta Press
Um grande espetáculo! Seis gols, mais de 34 mil torcedores nas arquibancadas coloridas, jogo bem jogado em campo, emoção até o final, o tricolor de volta à Primeira Divisão enfrentando o Flamengo, campeão carioca, de igual para igual... deu até saudade da velha Fonte Nova, nos bons tempos!
O jogo foi 3 x 3, deu empate, mas a torcida do Bahia comemorou porque perdia o jogo, a arbitragem atrapalhava, jogava com um atleta a menos em campo (Helder foi expulso aos 30 minutos da segunda etapa) mas a equipe não se entregou e conseguiu o empate já aos 44 minutos, quando tudo parecia perdido. E o adversário era o Flamengo de Ronaldinho Gaúcho, de Tiago Neves, de Botinelli, do treinador Vanderley Luxemburgo, time candidato ao título. E que belo espetáculo na arquibancada!
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Antes do jogo, festança tricolor pelo retorno à primeira divisão. Pituaçu mostrou-se muito pequeno para duas torcidas tão grandes. O telão mostrou trechos do DVD do Bahia 80 anos, com a campanha da volta à Série A. A diretoria apresentou três novos reforços ao torcedor: o meia Ricardinho (Campeão do Mundo pela Seleção Brasileira), o bom meia-atacante Carlos Alberto e o zagueiro Paulo Miranda. E o time entrou em campo de padrão novo: camisa branca e duas listas - vermelha e azul - na horizontal, no peito.
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O jogo :
Aos 2 minutos, Helder bateu forte, de fora, longe do gol. Aos 7' o mesmo Helder fez uma de carrinho no meio campo e o Árbitro lhe presenteou com o cartão amarelo, cedo demais. Aos 8' Omar, nervoso ainda, saiu errado, a bola chegou a Ronaldinho, enfiou para Wanderlei que chutou forte por cima. Aos 17 minutos, o atacante Souza dominou no peito de costa para o gol, fez a parede e, na chegada, Lulinha bateu de canhota fazendo 1 x 0 para o Bahia.
Aos 20 minutos o lateral Galhardo levou Ávine e bateu cruzado mas ninguém chegou para completar até as redes. Aos 22 minutos aconteceu o lance mais polêmico do jogo, quando Ávine driblou Galhardo na lateral da pequena área e foi puxada pela camisa e derrubado - um pênalti claro que o árbitro não deu. Aos 25 ‘ Botinelli chutou de fora da área, para fora.
O Flamengo tinha mais a bola, tocada muito no meio campo mas não achava a penetração; o Bahia meio encolhido retomava a bola e saía em alta velocidade com Lulinha pela direita e Jobson pela esquerda, nas costas dos laterais.
Mas foi nas costas do lateral Ávine que o Flamengo achou o empate: novamente Galhardo bateu forte e cruzado da lateral da grande área e Ronaldinho gaúcho chegou antes da zaga, na pequena área, desviando para o gol - 1 x 1.
Aos 33' Botinelli bateu forte de fora e Omar pegou. Aos 37 minutos Ávine puxou um contragolpe em alta velocidade, abriu para Lulinha na direita e Lulinha chutou forte, rasteiro e cruzado, Avine passou da bola na frente da pequena área mas Jobson, fechando pela esquerda, não perdoou : 2 x 1.
Bem orientada nos vestiários, a equipe carioca voltou a campo explorando o lado esquerdo, jogando nos costados do garoto Gabriel, e trocando muitos passes no meio campo. Numa dessas trocas de passes Tiago Neves achou Botinelli solto dentro da área, pela esquerda, que bateu de cara com Omar empatando o jogo - 2 x 2 .
O jogo ficou muito disputado no meio campo. O Flamengo tocava, tocava e o Bahia tentava, tentava ... armar um contragolpe, mas as defesas prevaleciam e as chances de gol rarearam. Mas, aos 27', o atacante Diego Maurício, que acabara de entrar caindo nos costados de Marcos (que substituiu Gabriel), foi ao fundo e achou Egídio entrando, de frente e virando o placar : 3 x 2 Flamengo.
O meio campo do Bahia parecia exausto e a coisa ficou feia aos 30 minutos, com a expulsão de Helder, que fez uma falta para impedir um contragolpe do Flamengo e levou o segundo amarelo, saindo expulso e deixando o time com um atleta a menos em campo. O time carioca mascava o jogo, deixando o tempo passar, com a vitória garantida mas o tricolor, empurrado pela torcida, não se entregou e buscou o ataque. O gol de empate veio aos 44 minutos, num chute de pé canhoto de Jobson, dentro da grande área pela esquerda, depois de uma ótima tabela com o menino Maranhão, que entrou no lugar de Lulinha, empatando o jogo: 3 x 3. Justo.
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Destaques :
Pelo Bahia, Marcone jogou muito ao lado de Fahel e, na frente, Lulinha fez a diferença e Jobson fez dois gols e mostrou que pode se tornar o ídolo da galera, com arrancadas e dribles.
Pelo Flamengo, o lateral Galhardo, o meia Tiago Neves e o atacante Ronaldinho fazem
a diferença.
Na beira do gramado, Vanderlei Luxemburgo mostrou que enxerga muito o jogo em campo, mexendo no tempo certo e orientando o time. DO lado tricolor Renê Simões demorou um pouco de substituir Helder, cansado. Por outro lado, o time tem mostrado boa evolução sob seu comando, já mostrando arrumação em campo e padrão de jogo.
Destaque negativo para o árbitro Cleber Abade, que não marcou um pênalti favorável ao Bahia, foi rigorosíssimo na expulsão de Helder, usou de dois pesos e duas medidas em faltas, jogadas bruscas, cartões amarelos, vantagens... sempre marcando os lances em favor dos cariocas. Uma arbitragem rubro-negra.
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Domingo próximo o Bahia joga no Rio Grande do Sul, contra o Grêmio, treinado por Renato Gaúcho -, no Olímpico, em Porto Alegre. Osso duríssimo de roer. Ricardinho e Carlos Alberto, recém-contratados, não têm ainda condições de jogo.
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Timaço
Como é bom ver o Barcelona jogar, moer seus adversários com o toque de bola até cansá-los e liquidar um após outro com gols e jogadas maravilhosas de Messi, Xavi, Iniesta, Villa, Dani Alves, Piquet... há, muito, muito tempo mesmo não víamos um time com futebol tão bonito de ser ver e tão eficiente técnica, tática e individualmente. Há uns três anos não tem pra ninguém. Barcelona campeão Espanhol, campeão da Europa! Uma maravilha.
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Segundona
O Vitória foi ao sertão do cariri, no Ceará, e sentiu no couro o que é voltar a disputar uma segunda divisão: levou 3 x 1 do esperto Icasa, à vontade em casa, com dois golaços do desconhecido Ribinha - ambos no primeiro tempo e o segundo, um golaço de fora da área -, um gol contra do becão Reniê , descontando Geovani.
Geninho mexeu muito na formação do time, querendo plantar seu jeito de jogar, mas se deu mal. Sobretudo na formação com três zagueiros e uma marcação frouxa no meio campo. A zaga fracassou e o o meio campo não funcionou, apesar do esforço de Geovani. Com algumas substituições, a equipe voltou melhor na segunda etapa, mas não foi suficiente para virar o jogo.
Na segundona, o estilo de jogo é outro. Truncado, brigado, com muitas faltas, chutões e tiros de fora da área. No mais, muita reclamação em cima da arbitragem, infame - ‘É a segundona, maínha!' - , frouxa, caseira. O rubro-negro precisa se adaptar, e logo, ao jeito de se jogar na Série B. O importante é ficar entre os quatro primeiros, até o final, e subir logo, de volta à primeirona. Na segundona ... o bicho pega ! ‘ É onde o filho chora e a mãe não vê'.
Destaques:
Fernando no gol, já; Álison fez falta, não pode ficar de fora nessa zaga; Uéliton não deve jogar sozinho na marcação; o menino Leo ainda não está maduro para assumir a camisa 6; Neto Baiano precisa jogar mais e reclamar menos em campo. No mais, atacar, chutar em gol, jogar para ganhar dentro e ora do Barradão.
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A próxima é sexta-feira à noite, no Barradão, contra o Guarani de Campinas. O time vai precisar muito do apoio da torcida nessa jornada difícil que vai até novembro.