Esporte

BARCELONA É CAMPEÃO DA EUROPA EM MAIS UM SHOW DO TOQUE DE BOLA E MESSI

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| 28/05/2011 às 17:44
Messi faz segundo gol do Bacelona e desmantela o Manchester
Foto: Ap

Melhor jogador do mundo nos últimos dois anos, o argentino Lionel Messi demonstrou neste sábado porque cada vez mais marca seu nome na história. No estádio de Wembley, em Londres, o camisa 10 liderou o Barcelona na vitória por 3 a 1 que garantiu o quarto título da Liga dos Campeões da equipe catalã em sua história. O atacante fez o segundo tento dos espanhóis, sendo que Pedro e David Villa completaram o marcador - Rooney descontou para os ingleses.

Após bom começo do Manchester United, o Barcelona demonstrou porque é o melhor time do mundo dominando o adversário nos minutos seguintes. Com seu excelente toque de bola, o time catalão envolveu o time britânico e destrinchou sua elogiada defesa. O badalado zagueiro Nemanja Vidic teve atuação insegura, estragando aquele que foi o último jogo do goleiro Edwin Van der Sar como profissional.

Com o título do Barcelona, a Espanha é agora o país com mais conquistas europeias. São 13 (nove do Real Madrid e quatro da equipe catalã), superando a Itália (12 títulos) e Inglaterra (11). Para o Manchester, fica a tristeza do segundo vice na Liga dos Campeões, sendo que a primeira derrota foi o revés contra o mesmo Barcelona na temporada 2008/09.


O título que iniciou a coleção europeia dos catalães saiu na temporada 1991/92, contra a Sampdoria. Os dois títulos seguintes saíram contra equipes inglesas, Arsenal e Manchester, em 2005/06 e 2008/09.


A escalação do Barcelona veio com uma surpresa. O capitão Carles Puyol, que sofreu com lesões durante a temporada, ficou como opção no banco, passando a tarja para Xavi Hernández. Desta forma, a zaga foi formada por Gerard Piqué e Javier Mascherano, atuando recuado. Na lateral esquerda, Abidal surgiu entre os titulares.


Já o Manchester não inovou em seu time. O forte meio campo foi composto por Valencia, Carrick, Giggs e Park, a mesma formação que derrotou o Chelsea em Stamford Bridge nas quartas de final. Os únicos brasileiros entre os titulares de ambas as equipes foram atletas da lateral direita: Rafael pelo Manchester e Daniel Alves com o Barcelona.


O jogo


A partida começou truncada, com as equipes tento dificuldade de criar jogadas. O Manchester pressionava a saída de bola do Barcelona, e com isso mantinha a bola em seu campo de ataque. O primeiro lance de perigo ocorreu aos 7min, quando Rooney venceu Mascherano na corrida e Valdés precisou deixar o gol para afastar a bola antes que o atacante conseguisse finalizar.


Este início irritou Pep Guardiola, que deixou o banco para reorientar sua equipe. Era desejo do treinador que os minutos iniciais não vissem uma pressão do Manchester, e a postura catalã rapidamente mudou após o pedido do técnico.


Pouco a pouco o Barcelona usou seu toque de bola apurado para superar o maior volume de jogo dos ingleses. A primeira boa penetração na área promovida pelos catalães ocorreu aos 15min, a partir de rápida troca de passes que culminou com finalização para fora de Pedro após cruzamento de Xavi.


Messi começou a se insinuar para a marcação do Manchester a partir dos 16min, contando com dribles velozes e bons passes. Isto abriu espaço para a ação de Villa, que conseguiu duas boas finalizações nos minutos seguintes - a primeira saiu pela linha de fundo, enquanto a segunda foi defendida por Van der Sar.


Aos 21min, Iniesta deixou Messi na cara do gol, mas Vidic desarmou o argentino antes do arremate. A estratégia de pressão na saída de bola empregada pelo Manchester não foi além dos primeiros minutos, e agora a equipe inglesa era quem sofria para deixar o campo de defesa.


Coube a Pedro inaugurar o marcador aos 27min. Xavi encontrou com um passe magistral o jovem atacante livre na direita, e o espanhol apenas teve o trabalho de finalizar no canto direito de Van der Sar. A superioridade catalã irritou Alex Ferguson, que colocou o brasileiro Anderson para aquecer. Antes que o brasileiro pudesse entrar, porém, Rooney igualou o marcador aos 33min.


Aproveitando desatenção da defesa do Barcelona após cobrança de lateral, o atacante tabelou com Giggs e fuzilou a meta de Valdés. Com o empate, Anderson voltou para o banco de reservas. A partida ficou mais aberta a partir do empate, com o Barcelona criando as melhores chances a partir de ataques velozes. Aos 42min, Messi driblou a marcação, avançou à área e tocou para Villa chutar cruzado, mas a bola percorreu a área sem a finalização ao gol.


Segundo tempo


A partida voltou morna do intervalo, com o Barcelona tocando bola no campo de ataque e buscando espaços na marcação adversária. Aos 6min, o até então tímido Daniel Alves fez grande jogada pela direita e chutou para a defesa de Van der Sar. No rebote, Messi chutou na cabeça de Evra.


Dois minutos depois, o argentino não perdoou. Messi recebeu na entrada da área, cortou em frente a um estático Vidic e acertou o canto direito de Van der Sar com um belo chute. Depois do segundo gol, o Barcelona passou a jogar com mais calma, permitindo até ao Manchester trocar passes e arriscar lançamentos em profundidade.

Messi ameaçou novamente aos 17min, ao dominar bola na entrada da área, girar sobre a marcação e finalizar para a defesa em dois tempos de Van der Sar. Dois minutos depois, o Barcelona ficou perto de um gol de placa.

Daniel Alves recebeu passe na direita e tocou para Messi completar de letra, mas a marcação afastou o perigo.

O argentino estava endiabrado, criando problemas quase impossíveis da defesa do Manchester resolver. Aos 21min, o camisa 10 tentou o drible e acabou tabelando com a marcação, um artifício usado por Pelé em seus tempos de jogador. E para incendiar de vez a festa catalã, mais um gol. Após jogada magistral de Messi, Busquets tocou para Villa acertar o ângulo esquerdo inglês e concluir um golaço.

Alex Ferguson tentou fazer com que o Manchester equilibrasse o jogo com a entrada de Nani no lugar do lesionado Fábio e Scholes substituindo Carrick, mas pouco surtiu efeito: o domínio do Barcelona era pleno e espetacular. Nos minutos finais com o título já garantido, Pep Guardiola fez justa homenagem a Puyol, colocando em campo para que levantasse a taça.