Santos e Palmeiras jogaram de igual para igual, neste domingo, na Vila Belmiro, pela 17ª rodada do Paulistão. Ambos tiveram chances, lutaram muito por cada centímetro de campo. Fizeram do clássico o que um clássico deve ser. Quem fez a diferença foi Kleber. O Gladiador, com seu estilo guerreiro, que não desiste nunca das jogadas, encarando cada lance como se fosse o último de sua carreira, foi premiado pela luta com um gol aos 34 minutos do segundo tempo, o único gol da partida, que garantiu ao Verdão a vitória e a permanência na liderança do estadual com 38 pontos.
O Santos se mantém em quarto, com 34. Se por um lado Neymar driblou muito, criou suas chances, mas não conseguiu completar, por outro Kleber não perdoou na única oportunidade clara que teve.
Com o resultado, o Verdão segura um tabu que dura dois anos. A última vitória santista nesse clássico ocorreu no dia 18 de abril de 2009. Desde então, seis jogos, com quatro vitórias palmeirenses e dois empates.
Jogo tenso
O jogo começou nervoso. Neymar e Kleber começaram a se estranhar logo no início, quando o Gladiador abriu os braços e acertou o astro santista, que passou a dar chilique. O santista revidou o golpe em Kleber num carrinho - levou amarelo, e ficou esbravejando com o árbitro e com os adversários. Ele ainda travou um duelo particular com Cicinho, que o marcou implacavelmente. Chegaram a trocar insultos durante parte do primeiro tempo. O santista chegou até a acertar um tapa no adversário e só não foi expulso porque o árbitro aliviou.
Após se livrar do vermelho, o astro santista esfriou a cabeça e passou a se preocupar mais em jogar bola. Então, aos 13 minutos, acertou um lindo lançamento, da esquerda para a direita, para Elano, que, como um ponta, foi à linha de fundo e cruzou na cabeça de Paulo Henrique Ganso. O camisa 10 do Peixe, porém, bancou jogador do Inacreditável Futebol Clube. Dentro da pequena área, com o gol aberto à sua frente, ele conseguiu fazer o mais difícil: jogar para fora. Aliás, o craque alvinegro teve uma atuação apenas discreta.
O Peixe voltaria a ameaçar aos 16, numa cobrança de falta de Elano lá da intermediária. Ele mandou uma bomba de pé direito. A bola viajou rente ao gramado molhado. Deola bancou o líbero do vôlei e salvou de manchete.
Marcando muito bem, o Palmeiras controlava as investidas do Santos e tentava incomodar a zaga santista. Faltava, porém, alguém para combinar jogadas com Kleber. O atacante alviverde batalhava sozinho. Batia, caía, levantava, insistia. Justificou o apelido de Gladiador, mas não conseguiu ameaçar a meta defendida por Rafael. Dessa forma, o jogo se tornou monótono, com muitas divididas no meio de campo e quase nenhuma chance de gol.
Até então, o goleiro santista apenas assistia à partida. Até que levou um susto aos 41 minutos, quando Marcos Assunção mandou uma bomba de fora da área. A bola beijou o bico direito do travessão. Não entrou por uma questão de centímetros.
Kleber fez a diferença contra o Santos de Adriano e Elano na Vila Belmiro (Foto: Bruno Miani / ZDL)
Gladiador resolve
O segundo tempo foi muito mais emocionante. Os dois times deixaram de lado a cautela e passaram a se atacar. Logo aos 8 minutos, Marcos Assunção cobrou falta da direita e acertou a trave. Passado o susto, o Santos retomou o controle do jogo e passou a cercar o adversário, deixando, porém, espaços para os contra-ataques do Verdão.
O jogo era lá e cá. Os dois times chegaram até a balançar as redes, mas os gols foram invalidados, ambos por impedimento. Aos 15, Ganso achou Danilo livre pelo meio. O volante santista recebeu e chutou na saída de Deola. No entanto, ele estava adiantado e o gol foi anulado. Três minutos depois, foi a vez de Thiago Heleno mandar para as redes, escorando cruzamento de Marcos Assunção. No entanto, também estava impedido.
O Santos parecia mais perto do gol. Neymar, em jogadas individuais, conseguia ameaçar mais o gol de Deola, mas foi numa cabeçada de Durval que o goleiro operou o milagre da tarde. Aos 29, Ganso cobrou falta da esquerda na cabeça do zagueirão, que subiu livre e cabeceou para o chão. Deola conseguiu espalmar.
Acontece que o Palmeiras tem Kleber. O Gladiador continuava na toada do primeiro tempo. Com seu estilo argentino, lutava por espaços, fustigava os zagueiros, cavava faltas. A diferença é que, aos 34 minutos, finalmente ele achou alguém para tabelar. Ele recebeu pela meia esquerda. Primeiro reclamou que ninguém encostava. Até que Patrick veio. Ele jogou no companheiro e correu, para a área. O passe veio por cima, de cavadinha. O Gladiador recebeu de frente para Rafael, chutou de pé direito, alto, sem chance para Rafael, e teve sua