Adriano foi apresentado pelo Corinthians nesta quinta-feira alguns dias depois da derrota de seu novo clube para o arquirrival São Paulo, pelo Campeonato Paulista. Apesar da rivalidade aquecida, o atacante, que também já atuou pelo time tricolor, disse que vai respeitar os são-paulinos a cada clássico que atuar. Por isso, não deve comemorar os gols que eventualmente marcar.

"Sou uma pessoa que respeita muito os clubes que passei. O São Paulo foi muito importante para mim. Vim para o São Paulo para me recuperar, mas deixar de fazer os gols eu não posso. O respeito continua, é bom para mim e para eles também", apontou Adriano. Imeditamente, o presidente Andrés Sanchez aproveitou para brincar com a rivalidade: "isso, com o tempo a gente muda na cabeça dele".

Adriano foi contratado pelo São Paulo por um curto período em 2008. Em 28 jogos, marcou 17 gols e, com destaque, voltou a ser convocado pela Seleção Brasileira. Já pelo Flamengo, em 2009, Adriano balançou as redes contra o time tricolor e não comemorou, justamente pelo respeito criado no Morumbi. A postura deverá ser a mesma se o Corinthians jogar com o time carioca.

"O Flamengo sempre fez parte da minha vida, mas hoje estou aqui no Corinthians, tenho que defender essa camisa com o maior orgulho do mundo, e é isso que vou fazer. O Flamengo agora vai ficar no cantinho, o meu primeiro lugar é o Corinthians", complementou Adriano, que foi campeão brasileiro em 2009 com o rubro-negro carioca.

Confira os principais trechos da entrevista de Adriano

Acompanhamento psicológico
Todo mundo sabe o que aconteceu comigo um tempo atrás. Minha vida teve um episódio em que eu precisava desse tratamento. Quando saí da Inter de Milão, estava bastante mal e eu nunca menti para ninguém. Quando voltei para o Rio, falei que queria dar um tempo no futebol para me curar. Hoje, estou curado.

Recuperação dentro de campo
Na Roma, passei por experiência não muito boa, porque me machuquei três vezes e isso atrapalhou na continuidade de jogos. Então, optei por voltar ao futebol brasileiro, e agora depende só de mim. Já errei muito e sofri muito. Sofro até hoje, tanto é que com qualquer coisa que faço, parece que o mundo vai acabar. Mas sou culpado por grande parte disso. Em campo, consigo fazer tudo. Só depende de mim, fora de campo, estabilizar minha vida

Seleção Brasileira
Meu objetivo é voltar à Seleção Brasileira, e tenho certeza que posso fazer isso. Tenho força de vontade muito grande por trás de mim. Não posso falar se vou fazer 20, 30 ou 40 gols porque senão sabe como é, tem a cobrança. Mas determinação e empenho vou ter sempre.

Contrato de risco
Foi a primeira coisa que eu falei para a diretoria: para vocês terem a segurança, podem colocar qualquer cláusula no contrato. Eu não fujo das coisas que já fiz, e é certo o Corinthians querer isso porque é uma tranquilidade a mais para eles e uma responsabilidade para mim

Doença
A minha única doença é a minha família. Sou muito apegado à minha família. O resto não me atrapalha em nada dentro de campo. Os problemas que eu tive, falei abertamente para todo mundo, nunca deixei esconder. Hoje, não tenho mais nada. Minha doença hoje é minha família, não consigo ficar longe

Volta ao futebol europeu
Não gostaria mais de jogar na Europa. Fiquei 10 anos lá, tive partes boas e partes ruins. Hoje, tranquilamente digo que não saio mais do Brasil

Estreia
Vou voltar a jogar quando estiver bem fisicamente, não adianta estreiar se não vai ser bom para mim. Vamos decidir isso em conjunto com o clube. Quero fazer meu melhor nos treinamentos. Em poucos dias, com certeza vou poder voltar a campo . Quero estrear bem e, com certeza, fazer um gol

Pressão da torcida
A cobrança tem que existir em um grande clube como o Corinthians, a gente não pode fugir. Com certeza vou fazer tudo com dedicação, força de contade. Temos que saber a hora em que os torcedores estão certos. Claro que temos que ter cuidado para que, fora de campo, não aconteça alguma coisa. A crítica tem que ser dada da maneira certa