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Rildo marca o terceiro gol no triunfo do Vitória sobre o Bahia no Barradão
Foto: CORREIO
Foi com o elástico placar de 3 x 0, indiscutível, que o Vitória ganhou o primeiro BaVi do ano de 2011. Ano em que o rubronegro vai disputar a segunda divisão e o Bahia retorna à Série A do Campeonato nacional. Ano em que o tricolor comemora sues 80 anos de vida e pode completar 10 anos sem vencer um Campeonato Baiano , coisa inédita na sua história.
O jogo foi no Barradão, com um público inferior a 15 mil pessoas nas arquibancadas.
Com o resultado, o Vitoria é líder no seu grupo e o Bahia é o vice-lanterna no grupo dele. Não tenho na memória se, nesses 80 anos de vida, o tricolor tenha iniciado um campeonato regional com desempenho tão pífio!
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O resultado enche de confiança a moçada rubronegra. O treinador está ajustando o novo time com muitos garotos, jogadores velozes e com muita garra, vontade de vencer.
O Vitória, domingo, quebrou um tabu que já durava cinco anos: o Bahia não perdia jogando no Barradão há anos. Tabu quebrado. Agora, tudo fica mais leve, bola pra frente! O inédito penta baiano é a meta.
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Do lado tricolor, já nos vestiários, o assunto é a queda do treinador Rogério Lourenço e a provável vinda de Paulo Cesar Gusmão, o PC que treinou com sucesso o Ceará, no ano passado, e não foi tão feliz assim no Vasco da Gama - recentemente demitido, depois de algumas derrotas seguidas no começo do campeonato carioca. Lourenço não conseguiu acertar o time e os resultados ruins o comprometem. A derrota no Ba Vi, 3 x 0, é fatal.
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O Vitória venceu porque a maioria de seus jogadores (Viáfara, ÁLisson, os meninos laterais da divisão de base, os meiocampistas Uélinton, Bida, Elkesson e o atacante Neto baiano ) têm ciência do que significa um clássico Ba Vi. Jogaram com mais vontade.
O time do Bahia está cheio de ‘estrangeiros', jogadores meia-boca, ganhando bem e que ainda não se deram conta do que é jogar no Bahia e disputar um Bavi. A bola estava ‘queimando' para alguns. Tiago, Marcos, Tite, Boquita, Jatai, Camacho, Souza ... o próprio treinador... todos ‘batizados' no Ba Vi com os 3 x 0. O clássico exige algo mais do atleta, não permite erros.
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O Vitória ganhou porque tem um treinador vivido, malandro, que enxerga o jogo.
Antonio Lopes teve a coragem de escalar dois meninos (Romário, 18 anos e Leo, de 17), pratas da casa, com a estratégia de marcar e fustigar os laterais do Bahia, impedindo assim a saída de bola tricolor pelos lados com Ávine e Marcos.
O Vitória que tomou algum sufoco e viu o Bahia tocar bem a bola no primeiro tempo, mas foi outro na segunda etapa. Lopes corrigiu os erros de marcação no meio campo e de posicionamento e soltou os meninos pra cima da defesa pesadona do adversário. O time voltou fechando os espaços no meio e saindo em velocidade nos contragolpes. E a zaga tricolor falhou, de novo, entregando a partida.
O Bahia perdeu o jogo como vem perdendo, sempre na segunda etapa, sempre por erros e desatenção da defesa, sempre com vacilos e falta de presença do goleirinho Tiago (que não pode ser titular do Bahia, não tem postura para isso; Omar é muuuuuito melhor que ele).
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O Bahia voltou a tomar dois gols em dois minutos - Aos 12', depois de uma cobrança de falta, Uéliton cabeceou livre, o goleiro deu rebote e, no bolo de pernas dentro da pequena área, o atacante Neto Baiano achou espaço e cutucou para a rede. Aos 13', a zaga ficou olhando a troca de passes entre Rildo e Elkesson, que bateu de chapa por baixo do corpo do goleirinho, atarantado.
O Vitória venceu porque tem um grande goleiro, o Viáfara. E toda boa equipe começa com um bom goleiro. Viáfara aparece e faz defesas importantes quando é preciso. Já o Tiago (que veio do Vasco e lá não jogava) é desses arqueiros que não parece frangueiro mas toda bola que vai na direção do seu gol entra.
Agora, por que o Rogério Lourenço vem insistindo na escalação dele ... é mistério. Burrice, cegueira ou outros interesses... desconhecidos.
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O Vitória venceu porque tem uma zaga melhor, mais equilibrada, com o ex-tricolor Álisson jogando pra calar a boca dos diretores do Bahia que o dispensaram; e Leo Fortunato sóbrio, dando conta do recado. Na zaga do Bahia, dois armários grandalhões, sem cintura, sem recuperação, iguais - Luizão e Tite. Não devem jogar juntos. Qualquer pessoa que bateu bola um dia percebe que não pode dar certo aquele casamento em campo.
O Bahia perdeu porque está muito mal escalado, porque as substituições feitas pelo treinador Rogério Lourenço sempre pioram a equipe em campo, porque o time não tem bons finalizadores, chuta pouco e mal no gol adversário. Exemplo? O treinador pôs Boquita em campo aos 40 ‘ do primeiro tempo (substituindo o machucado jataí) e o retirou aos 20 minutos do segundo tempo - quem entendeu? O atleta saiu injuriado de campo, claro.
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O Bahia vem mal no campeonato, perdendo jogos seguidos, porque o pelotão de jogadores novos que chegaram ainda não acertou o passo. E os que saíram, ano passado, eram melhores do que esses que chegaram. Cito : Fernando, Álisson, Fábio Bahia, Vander, Adriano, Jael ...
Com uma campanha infame dessa a retomada da hegemonia do futebol baiano parece muito mais distante a cada rodada.
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Na quarta-feira, em Pituaçu, o tricolor enfrenta a equipe do Camaçari - que na rodada de domingo perdeu por 2 x 1, de virada, para o tinhoso e bem treinado Atlético de Alagoinhas - o time que conquistou mais pontos até agora no campeonato e tem o ataque mais positivo.
Esse mesmo Atlético, treinado pelo esperto Ferreira (lembra dele campeão pelo Colo-Colo de ilhéus?), pega o Vitória em Alagoinhas, no meio da semana. Um bom teste para ambos.
Outro time do interior que vem surpreendendo é o Bahia de Feira, invicto. Enfrenta o Flu, no clássico de Feira de Santana, no Joia da Princesa. O Fluminense está bem na tabela de classificação, colado no Vitória.
Boa rodada de meio de semana.
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Na mesma quarta-feira poderemos ver pela TV o amistoso Brasil X França, em Paris. O time treinado por Mano Menezes atuará com atletas que jogam na Europa. É boa distração.