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TRICOLOR VIVE MOMENTOS DE TURBULÊNCIA NO BAIANÃO, p ZÉDEJESUSBARRÊTO

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| 30/01/2011 às 21:26
Torcedor não está nada satisfeito com técnico Rogério Lourenço
Foto: DIV

É semana de Ba Vi, o primeiro do ano de 2011, no Barradão, domingo próximo, pelo Campeonato Baiano.

O tricolor vive momentos de total turbulência, depois de um fim de semana de notícias e resultado aziagos.

- O time perdeu sua segunda partida na quarta rodada do campeonato (levou 2 x 1 do Fluminense de Feira em Pituaçu) e foi vaiado pela galera; ocupa a penúltima colocação na tabela de classificação de sua chave, com apenas 4 pontos ganhos.

- O torcedor já cobra a demissão do treinador Rogério Lourenço e pega no pé de alguns jogadores recém contratados, sobretudo o goleiro Tiago, que é fraquinho (não pode ser Omar no banco!)

- As torcidas uniformizadas estão ‘de mal' com o clube e não vêm comparecendo a Pituaçu, por causa dos ingressos a 50 reais, um preço absurdo para uma bolinha murcha em campo.

- O clima no plantel é ruim : já teve briga entre jogadores num treinamento e, na sexta passada, o atacante e artilheiro Jael discutiu feio com o gerente de futebol do clube e deu-lhe um soco na cara. Com isso, o ídolo pode estar deixando o clube; seu afastamento prejudica o time e deixa marcas entre os companheiros.

O jogador, em entrevistas a emissoras de rádio, disse que está sem receber salários desde outubro passado e que parte da premiação pela classificação em 2010 ainda não foi paga. Vários jogadores estariam na mesma situação e descontentes com a direção do clube. Daí ...

-No mais, o clube investiu este ano na contratação de cerca de 18 atletas (um caminhão, muitos desconhecidos) e boa parte chegou totalmente fora de forma, sem ritmo de jogo. Souza, o atacante ‘famoso' que veio do Corínthians não vem jogando porque está acima do peso e se recondicionando. O veterano zagueiro Nem também está fora para ajustar a forma física; Boquita, o meia que veio também do Corínthians como ‘grande atração' se arrasta em campo, bundudo.

O treinador não conseguiu ainda escalar o time ideal e dar um padrão de jogo a equipe. O torcedor pergunta: ele será capaz?

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Em campo, o time tem entregado as partidas , sempre, no final de segundo tempo. Por desatenção, mau posicionamento, carência de treinamentos ou falta de preparo atlético.
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E olha que isso tudo está acontecendo no início do ano em que o tricolor comemora seus 80 anos de fundado e a volta à Primeira Divisão do Futebol Brasileiro. A torcida exige a conquista do campeonato baiano, pois o último título conquistado foi em 2001, exatamente há 10 anos, fato negativo inédito na história do Bahêa. Com o que tem visto em campo, o torcedor antevê o vexame na Copa do Brasil e no Campeonato Brasileiro: ‘Assim vamos voltar, de novo, pra segunda divisão!' , é o que se ouve nas arquibancadas quase vazias.
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Dentro do gramado, nesse domingo contra o Flu de Feira, mesmo com várias mexidas do treinador na escalação, o time tricolor da capital fez seu melhor jogo no ano. Dominou a primeira etapa, trocou bons passes no meio campo, fez 1 x 0 (gol de Camacho), não foi ameaçado na sua meta e criou chances de ampliar o marcador e matar a partida. Mas, sem Jael e Souza, faltou-lhe o centroavante finalizador, o atacante matador.

Na segunda etapa, o Bahia também teve o controle do jogo, poderia ter feito mais gols, mas ‘quem não faz, toma'! Aos 42 minutos, num chutão longo, a defesa alta e pesadona parou, esperando a marcação de um impedimento, o meia do Flu entrou livre pela esquerda e cruzou baixo para o miolo da área... o goleirinho Tiago, inseguro, mais uma vez vacilou e o atacante chegou antes, tocando para as redes. Dois minutos depois, noutra bola alçada na área do tricolor baiano o ataque do Flu fez linha de passe pela alto, a defesa de dois metros do Bahia ficou espiando e o meia Tácio completou, calando o estádio. Sò vaias no final. O jogo parecia ganho.

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O lado rubronegro

Já o clima no Vitória, que caiu no ano passado para a segunda divisão, é de arrumação de casa, de reformulação ... e os resultados, aos poucos, vão chegando.
O time empatou de 1 x 1 , no Joia da Princesa com o bom time do Bahia de Feira e vem crescendo de produção a cada partida. A diretoria, no intuito de motivar ainda mais o time e a torcida para o clássico, anunciou mais duas boas contratações (o atacante Pedrão, artilheiro do interior paulista, e o rodado meia Giovanni que foi revelado pelo Cruzeiro e já jogou até no Barcelona).

O rubronegro arrumou sua defesa, com Álisson (ex-Bahia) e Leo Fortunato (ex-Cruzeiro), além do lateral Eduardo, que foi revelado pelo Bahia, jogou no Botafogo e estava em Portugal; O meio campo tem Uéliton, Bida e um meia argentino que deve estrear contra o tricolor; e aposta na velocidade da garotada, na frente, com a volta também de Neto Baiano e, agora, a contratação de Pedrão. A torcida está levando fé.
Em sua chave, o Vitória está no topo da tabela de classificação e o torcedor sonha com um penta-campeoanto inédito na história do clube.

O Vitória vai pro Ba Vi domingo, no Barradão com o astral lá em cima, a fim de quebrar um tabu de mais de quatro anos sem vencer o tricolor em sua morada, o Barradão, a Toca do leão.

Mas ... clássico é clássico.

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Quem está surpreendendo positivamente no campeonato, até aqui, é o Atlético de Alagoinhas, que venceu mais uma, 2 x 0 no Feirense , e tem o ataque mais positivo da competição.
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A grande decepção até agora é o baixo nível das arbitragens baianas. Árbitros inseguros, sem critérios e bandeirinhas que nada entendem da regra de impedimento. Não erram por má fé, creio, mas por ruindade mesmo.
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No Peru, a uma altitude acima de dois mil metros, a Seleção sub-20 do Brasil enfrenta nesta segunda, à noite, com transmissão pela tevê, o time do Chile. Todos os olhos voltados para Neymar e Lucas, as duas jóias, novas grandes promessas do futebol brasileiro para a Copa de 2014.
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