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FLU É CAMPEÃO E MEDALHA DE OURO. VITÓRIA REBAIXADO É MEDALHA DE LATA.

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| 05/12/2010 às 18:28
Gol do Flu comemorado com toda vibração pelos jogadores
Foto: GP

Foi sofrido, mas deu Fluminense. Neste domingo, o time tricolor teve trabalho para vencer uma remendada equipe do Guarani por 1 a 0, no Engenhão, e comemorou o título do Campeonato Brasileiro depois de 26 anos de jejum. O herói da conquista foi Emerson, que marcou aos 16min do segundo tempo após os donos da casa mostrarem muito nervosismo e dificuldades para criar chances em campo, apesar do apoio da arquibancada lotadas.


Além do atacante, o meia Conca, mais uma vez o cérebro da equipe, e o técnico Muricy Ramalho, que recusou convite da Seleção Brasileira para seguir no comando tricolor, são outros símbolos da conquista do clube carioca, que liderou 23 das 38 rodadas do torneio nacional e termina a campanha com 71 pontos, dois de vantagem para o Cruzeiro, vice após bater o Palmeiras por 2 a 1, e três acima do Corinthians, que só empatou com o Goiás nesta última rodada.


O jogo do bi tricolor


Sob grande festa da torcida, que fez balançar a arquibancada do Engenhão, o Fluminense foi a campo com atraso e com Júlio César na vaga do lesionado Deco, que assistiu ao jogo do camarote VIP (escalação inédita no campeonato). A bola rolou pela primeira vez oito minutos depois do horário previsto, e os anfitriões se mostraram nervosos. Na primeira chance clara, por exemplo, Emerson não conseguiu dominar na área após bom passe de Júlio César. O Guarani, por sua vez, tocava a bola sem pressa e deixava o tempo passar.


O primeiro momento de alegria dos torcedores veio aos 14min. Não por causa do Fluminense, que seguia errando passes e não conseguia chegar com perigo. Mas sim por causa do Goiás, que abriu o placar contra o Corinthians. O panorama do jogo mudaria a partir da segunda metade do primeiro tempo, curiosamente após o time paulista conseguir o empate no Serra Dourada. A equipe carioca adiantou a marcação e passou a assustar os visitantes. Aos 27min, Fred subiu mais que a defesa e quase marcou de cabeça.


O lance foi o estopim para o nervosismo passar para o Guarani. A ponto de Maycon e Aílson trocarem agressões dentro de campo após discussão (Carlos Eugênio Simon puniu a dupla com cartão amarelo). Já aos 35min, Fred recebeu de Emerson na área e mandou para fora. Mas a pressão parou por aí e a etapa inicial teve novos momentos de apreensão no Engenhão, como aos 39min, quando Ricardo Berna, na pequena área, conseguiu evitar finalização de Reinaldo.

"O Guarani está muito fechado, são três zagueiros e três volantes. Precisamos ter tranquilidade", admitiu Fred na saída para o intervalo. A equipe voltou valorizando a posse de bola, mas continuou sem espaços. Aos 3min, a torcida comemorou o gol do Palmeiras contra o Cruzeiro em Minas. Mesmo sem o triunfo, o Fluminense era campeão neste momento.

Demonstrando muita ansiedade no banco de reservas, Muricy Ramalho fez sua primeira alteração aos 9min. Washington, mesmo com seu longo jejum de gols, foi festejado pelas arquibancadas ao entrar no lugar de Júlio César, que sentiu contusão. Logo em seguida, o Cruzeiro buscou a igualdade e deixou a torcida aflita. Por pouco tempo. Aos 16min, Carlinhos abriu espaços pela esquerda e cruzou. A bola passou por Washington na primeira trave e ficou com Emerson, que não perdoou: 1 a 0.

Os torcedores foram à loucura após o gol (vários deles choravam). O técnico Vagner Mancini trocou Márcio Careca por Geovane e na sequência o zagueiro Guilherme pelo atacante Pablo. Mas o time campineiro não conseguiu mostrar no ataque a vocação que teve para se defender na etapa inicial. O Fluminense, com Fernando Bob no lugar de Fred, seguia no campo de ataque e controlava o jogo.

Bem mais calmo e contra um rival inofensivo, o time tricolor ainda desperdiçou boas chances, como com Washington, após toque de calcanhar de Conca, e Rodriguinho, que sustituiu Emerson, mas o placar mínimo foi o suficiente para o Engenhão ver a sua primeira volta olímpica. O Fluminense é bi brasileiro.

VITÓRIA REBAIXADO

 Vitória precisava de um triunfo simples sobre o Atlético-GO na rodada final do Campeonato Brasileiro, em casa, para escapar do rebaixamento. Porém, a equipe parou na forte marcação do time de René Simões, ficou no empate por 0 a 0 e caiu para a Série B diante de sua torcida, que lotou o Barradão. A queda adia por mais um ano a realização do clássico baiano em torneios nacionais - o Bahia subiu à primeira divisão em 2010.


O resultado manteve o Vitória na 17ª colocação, dentro da zona de rebaixamento, junto a Guarani, Goiás e Grêmio Prudente. O time de Salvador chegou a 42 pontos com o empate - mesmo número do Atlético-GO, que supera o rival no número de vitórias (11 a 9).


A partida começou em ritmo lento por parte das duas equipes. Precisando do resultado e jogando em casa, o Vitória - escalado com três atacantes - tentava tomar a iniciativa, mas sem inspiração. O início do confronto foi truncado, com muitas faltas e um cartão amarelo para cada lado antes dos 10min.


A equipe baiana só foi chegar com perigo aos 16min. Henrique finalizou da entrada da área e mandou por cima do travessão; no minuto seguinte, Júnior foi acionado no ataque e bateu para fora. Aos 22min, foi a vez de Adaílton finalizar errado, à esquerda do alvo.


Retraído na defesa, o Atlético-GO só assustou em um chute de Marcão que passou por cima da meta. O Vitória encontrava dificuldades com a marcação do adversário e só voltou a ameaçar aos 35min: Fernando levantou na área em cobrança de falta e Anderson Martins desviou de cabeça, com muito perigo, para fora.


A partida voltou quente do intervalo, e o goleiro da equipe goiana, Márcio, se desentendeu com o volante rival Uelliton. O Vitória seguiu pressionando em busca do gol de empate e Júnior quase marcou no primeiro minuto de jogo, girando sobre a marcação e batendo rasteiro para defesa de Márcio.


Os visitantes tiveram a grande chance de marcar aos 9min. Após vacilo de Anderson Martins, Juninho ficou livre, driblou o goleiro Viáfara e chutou; porém, Neto Coruja salvou em cima da linha e manteve o Vitória com esperanças no Barradão.


A partida ficou mais aberta nos minutos finais - e também mais nervosa. Aos 37min, o zagueiro Gabriel Paulista, do time da casa, foi expulso de forma direta após carrinho violento em Anaílson. O desespero do Vitória nos minutos finais não deu resultado, e a equipe teve que amargar o rebaixamento.