O Vitória levou 2 x 0 do Santos na Vila Belmiro, não jogou nada ofensivamente, escapou de uma goleada, mas a torcida pode dormir e acordar com alentos de esperança. Nada está perdido e o tão sonhado primeiro título de campeão de um torneio nacional é possível, sim. Basta uma bela atuação de quem realmente deseja e merece ser campeão, uma robusta vitória com boa margem de gols no Barradão, e... quem sabe?
Afinal, o retrospecto no ‘iinferno rubronegro' do Barradão é ótimo. Pela Copa do Brasil, na sua ‘toca do Leão', o time baiano está invicto, não levou gols e tem vencido com goleadas, enchendo os olhos do torcedor nas arquibancadas. É só manter a escrita.
Claro, não é uma tarefa fácil diante do jovem, ofensivo e rápido time santista, cheio de craques da nova seleção brasileira de Mano Menezes, como Robinho, Neymar, Ganso, André...
Mas, com o caldeirão fervendo no Barradão, um pouco de sorte e uma postura ofensiva, de quem quer ser campeão, o rubronegro baiano pode sim chegar e por a sua primeira estrelinha sobre o escudo da camisa, para deleite da crescente torcida vermelha e preta.
Na Vila, o Vitória não atacou. Só se defendeu, bem até. E contou com a sorte, a má pontaria e desleixo dos atacantes santista e algumas ótimas defesas do menino goleiro Lee, que chegou atrasado na bola no segundo gol santista mas pegou até pênalti, com muita sagacidade. O goleiro santista foi apenas um expectador da partida, nem foi molestado. O Santos teve a bola, o domínio do jogo, marcou bem a saída de jogo do Vitória, atuou quase todo tempo na metade do campo ofensivo, criou várias chances e abusou de perder gols.
Boas atuações dos zagueiros Walace e Anderson, do marcador Vanderson, do lateral Egídio e do meia Ramon enquanto teve pernas. Elkesson tentou, tentou mas não conseguiu jogar, bem marcado por Arouca ou por Wesley; e o único atacante, Schwenck, apenas trombou, mal tocou na bola.
No Barradão, não há outra alternativa senão atacar, desde o início, na pressão. Como se diz: ‘ é calça de veludo ou bumbum de fora'. Claro, buscando o ataque vai afrouxar o bloqueio, abrir espaços para os toques rápidos, a velocidade e o talento dos ‘meninos da Vila' - Robinho, Neymar, Ganso, André, Wesley... e seja o que Deus quiser. Tem de atacar, mas não pode levar gols.
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Viáfara, de volta no Barradão, fez falta, pela sua experiência, manha, liderança. Nino também fez falta e será fundamental a sua volta dando dinamismo pelo lado direito. E Júnior, com a cabeça no lugar, focado e bem, fisicamente, é muuuito melhor que Schwenck . Resta a Ricardo Silva escalar bem e fazer a cabeça da meninada, pois é o jogo da vida deles! Talvez o jogo mais importante da vida do mais que centenário clube baiano. Um jogo pra história.
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O pênalti perdido por Neymar foi bizarro. Se faz, seriam elogios à ousadia e genialidade do garoto. Como perdeu, falam em irresponsabilidade. Mas o menino tem apenas 18 anos. Pergunto: alguém, o treinador ou o colega mais vivido, chegou pra ele naquele momento e disse ‘garoto, não brinque, precisamos golear, bata forte, firme, nada de brincadeira!'. Nada! O jovem goleiro Lee intuiu o que Neymar faria e pegou, fácil. Palmas para Lee.
Pergunto: a responsa não é mais do treinador, nessas horas? Por que não a responsabilidade de executar a penalidade fosse para Robinho, mais experiente, mais vivido, com o salário cem vezes maior? Num detalhes assim, às vezes, escapa um título..
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As tevês reclamaram, bradaram, a Fifa se manifestou, todo mundo reclamou contra o barulho das vuvuzelas na Copa da África do Sul. Mas não vejo ninguém se manifestar contra o absurdo dos tais sinalizadores nos estádios brasileiros, que poluem e prejudicam a visibilidade do campo de jogo. Outro dia, no Campeonato Brasileiro, o árbitro teve de suspender um jogo por vários minutos até que a fumaça se dissipasse. Como se permite isso?
Cadê o tal ‘estatuto do torcedor'? Vai ter sinalizador na Copa de 2014 ? CBF com a palavra. E que o torcedor, o telespectador, o radialista, as tevês, todos se pronunciem, já. Uma campanha nacional contra essa estupidez!