Alemanha, com o melhor conjunto; Espanha com o melhor toque; Holanda com sua manha. É o melhor futebol dos países europeus nas semifinais da Copa Africana. De contrapeso, o Uruguai, a surpresa, com sua garra sulamericana.

Holanda e Uruguai vai ser um jogo duro, melado, pegado, difícil de prever o resultado. Requer um árbitro experiente e de pulso. São dois times catimbeiros, que sabem explorar os nervos do adversário. Alemanha e Espanha é um clássico imperdível. Dois estilos, dois times técnicos, duas escolas. Os alemães são mais fortes, sólidos na defesa e inteligentes nos contragolpes. Os espanhóis, latinos, gostam de ter a bola, de trabalhar com paciência, esperando a hora do bote.

A Copa acabou para nós, mas esses jogos finais são o que há de melhor no futebol dos tempos de hoje. Vale a pena apreciar, mesmo sem preferências para torcer. Acho que vai dar Alemanha x Holanda na decisão. Até torço para a Holanda vencer sua primeira Copa.

A goleada da Alemanha sobre nossos ‘hermanos' foi um ‘chucrute' germânico. O time de Maradona caiu de quatro, entregue. Também, com aquela zaga!!! Belos gols alemães de contragolpes rápidos e com jogadas de linha de fundo. Esse time germânico é jovem,leve, rápido, técnico e joga com inteligência. Seus craques são Podolski, Muller, Ozil, Klose e um tal de Schweinsteiger, o dono do meio campo.

O jogo Espanha 1 x 0 Paraguai teve um primeiro tempo morno, com muita marcação e as defesas levando a melhor. Mas a segunda etapa foi fantástica. Dois pênaltis marcados, um para cada lado, na sequência, e ambos perdidos, em ótimas defesas dos goleiros Casillas e Villar. Terminou prevalecendo o toque de bola espanhol e a fase inspirada do artilheiro Villas que marcou depois de a bola bater três vezes nas travas paraguaias. Villas, o artilheiro da Copa até agora, Iniesta e Xavi são as estrelas da Espanha.

No Uruguai, brilham nesta copa os atacantes Forlan e Suarez (este e o zagueiro Lugano ficam de fora do próximo jogo contra a Holanda). No time Holandês que derrubou o Brasil, o grande nome é o meia Sneijder, articulador da equipe, mais Robben e Van Persie.

Como se vê, as badaladas ‘estrelas' da pré-copa não brilharam. Cristiano Ronaldo posou muito para as câmaras e nada jogou, fez um golzinho de sorte e decepcionou. Kaká, fora de ritmo e com dores, rendeu pouco, não fez gol. O inglês Rooney quase não tocou na bola nos campos da África do Sul, isolado no ataque e impotente. O argentino Messi rodou, ciscou, tentou... mas também não conseguiu marcar um golzinho sequer. Enredou-se no fiasco argentino. Até agora é a copa de Villa, de Klose, de Sneijder...

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Pipoquinhas verde-amarelas

Passada a ressaca da derrota, ficam algumas questões dignas de reflexão. A primeira diz respeito ao jogo contra a Holanda, quando o time brasileiro fez um ótimo primeiro tempo, com amplo domínio da bola e do campo e pareceu outra equipe na segunda etapa.

- O que aconteceu no vestiário que deixou o time tão nervoso, tão apático? Alguma discussão, desinteligência entre os jogadores, entre algum atleta e Dunga, alguma desorientação do treinador? O que desestabilizou a equipe daquela forma?

- Faltou um líder em campo. Fomos uma equipe sem malícia, quadrada. O time tinha como liderança apenas o sargentão Dunga, que forjou sua tropa na obediência, todos enquadrados, de coturno, batendo continência. E Dunga foi uma liderança fora de campo, apenas, irritadiça, mais preocupada com o que dizia e escrevia a imprensa do que com a equipe dentro de campo e com as alternativas do jogo.

Ora, perdemos a copa com dois lances de ‘bola parada', jogadas manjadas, bola alçada alta pra dentro da área pequena... e falhamos grosseiramente, quando tínhamos o jogo sob domínio.

- E a ‘Jabulani' vingou-se do goleirão Júlio Cesar, que a chamou de ‘bolinha de supermercado', lembra-se? No primeiro gol da Holanda ele saiu para socá-la e... não achou a jabulani serelepe e escrotinha, que foi aninhar-se rindo em suas redes. Vingança de fêmea, que jamais perdoa uma ofensa pública daquelas. Foi uma falha vergonhosa e fatal. Aprendeu, Júlio?

- O mistério Robinho. Cadê aquele Robinho driblador, arisco, alegre, moleque, que dançava a cada gol feito no Santos? Vimos na seleção um Robinho fechado, sem alegria, sem dribles, dentes cerrados, briguento, reclamando, travado até na comemoração dos gols feitos... por quê? O que houve com ele? Fez boas jogadas, correu, ajudou, passou, goleou... mas não era o mesmo Robinho. Terá sido o enquadramento do sargento Dunga? E como precisávamos de suas jogadas e de seus dribles em jogadas de linha de fundo! Como ficamos carentes de sua alegria! E nada. Dunga encolheu Robinho?

- Qual o ‘pé frio' mais gélido: O presidente Lula, que estava de passagem comprada naquele dia da derrota, para ir à África ver o Brasil nas semifinais ? Ou um tal de ‘Mique Jegue', com seu filhote brasileiro enfeitado de verde-amarelo nas cadeiras, vendo os jogos?

- Pra nós, a Copa de 2014 já começou. Quem será o novo treinador? Esperamos que alguém com mais cancha, que saiba convocar, mexer no time e dar alternativas de jogo durante as partidas.

- É hora de renovar! Do time titular de Dunga, com certeza, estarão fora da Copa de 2014 no Brasil: Maicon, Lúcio, Juan, Gilberto Silva, Kaká, Luis Fabiano... Júlio Cesar (?) - mais de meio time. Ficam Robinho, Daniel Alves, Michel Bastos, Neimar...

É preciso convocar jogadores que atuem no Brasil e não só atletas do futebol europeu. É a vez de Ganso, Hernanes, Neymar, André... entre tantos outros novos valores que vão brilhar já no Campeonato Brasileiro nesse segundo semestre.

É imperioso convocar o craque pela bola que está jogando no momento, não importa o clube que defenda ou o estado em que atue... E não convocar mais por interesses de empresários, agentes, patrocinadores... como tem sido, ultimamente. Ou corremos o risco de perder a Copa de 2014 no Brasil.

Ai sim, será uma grande tragédia verde-amarela!

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